Capítulo 53

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GIZELLY

Assim que cheguei ao escritório, deixei minhas coisas sobre a mesa e saí da sala em direção a salinha de arquivos. Eu precisava reavaliar um dos primeiros processos as quais peguei assim que cheguei ao Rio. O processo no entanto, estava em andamento, só esperando o juiz marcar a audiência. Já fazia um ano que meu cliente estava em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira, apenas aguardando o julgamento. No dia anterior, assim que Manoela foi embora, minha secretária passou o recado de um telefonema. O julgamento havia sido marcado. Finalmente.

Minha paciência já estava se esvaindo por falta do documento a qual eu estava procurando e não achava.

- Quando peço pra digitalizar os arquivos, não é atoa. Agora tenho que procurar ficha por ficha, até achar o que eu quero.... Elas ainda reclamam.- Esbravejei comigo mesma, com tanta papelada e gavetas de ferro.

Com mais alguns minutos, achei a ficha com o processo penal. Suspirei aliviada e fechei a gaveta. Logo voltei para o hall, indo em direção a mesa da secretária.

- Lúcia, por favor, preciso que você separe uns altos pra mim. É um processo de homicídio. Eu quero dar uma analisada no conteúdo da perícia, e ver as fotos da vítima no local do crime. Preciso que desarquive isso pra mim, o mais rápido possível. O nome do autor é Francisco Alexandre.- Pedi e ela assentiu anotando em seu bloco de anotações. Quando fiz menção em me afastar, ela chamou minha atenção.

- Ah, doutora! Tem uma moça te aguardando.-

- Me aguardando? Não tenho nada marcado pra agora.- Respondi confusa.

- Doutora Tábata interfonou pra cá dizendo ter compromisso, e pediu pra ela subir. Parece que é processo judicial de divórcio.-

- E por que mandou ela pra cá? Cadê Letícia?-

- Ela não disse, doutora. Só pediu pra que subisse e se justificou. É uma modelo e influenciadora digital.-

- Tudo bem! Consegue fazer o que pedi?!-

- Sim, doutora. Mais tarde levo até seu gabinete.- Assenti e segui para minha sala.

Assim que entrei, vi a moça sentada numa das cadeiras de frente para minha mesa. Como estava de costa, não vi quem era. Reparei que ela estava centrada no telefone celular, seus cabelos castanhos estavam jogados para um lado só do ombro. Ela estava de pernas cruzadas com uma jaqueta preta de couro dobrada sobre sua coxa, e a cadeira ao lado, sua bolsa. Muito bem apresentada. Saí do meu transe e fechei a porta atrás de mim. Em seguida, fui em direção a minha mesa.

- Bom dia! Me chamo Gizelly Bic....- Minha fala foi cortada quando vi finalmente o rosto dela. - Rafaella?-

Meu coração quase veio a boca. É ela! Com os olhos arregalados e branca feito um palmito. Engoli em seco e me sentei.

- Que brincadeira é essa?- Ela perguntou em choque. Ri sem humor e me ajeitei na cadeira.

- Esse é meu escritório.-

- Seu escritório é em São Paulo.-

- Também!- Respondi e a vi fazer menção em se levantar. - Ei, Rafa...?-

- Gizelly não vou resolver nada aqui em seu escritório. É sobre nosso divórcio que estou aqui.-

- Eu sei que está aqui pra isso, e....-

- Claro que sabe! Foi você quem deu entrada.- Sua fala irônica me fez engolir em seco mais uma vez.

- Olha, não precisa sair daqui correndo. Podemos conversar pelo menos?- Perguntei e ela se fez em silêncio. - Senta?!- Pedi e ela logo suspirou, sentando-se novamente.

A Culpa não foi minha! (Girafa G!P)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang