Uma entidade protetora, mas só apenas isso? Um amor não poderia vir a surgir com isso?
Vigiá-la quando criança e lhe mostrar as monstruosidades do mundo não seria o bastante? Tinha de se apaixonar por alguém que era uma criança perto dele?
Isso nã...
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Observo seu rosto curioso e sorri de canto, o acordo estava feito e logo eu poderia assumir minha aparência, mas por algum motivo eu não quero acabar com a inocência dessa criança, não quero que ela entenda os erros dos seus pais agora mas eu lhe contaria.
—Sobre quem quer saber primeiro pequenina? — questionei ainda ajoelhado e ela colocou a pequena mão no queixo, seu outro braço apertava o leãozinho contra seu corpo.
— Sobre a mamãe — ela diz animada e eu suspirei, pensando no que dizer sem que isso estrague todo o psicológico da menina.
— Sabe o tic tac? A balinha que sua mamãe toma? — questiono, pensando o quão ridículo isso é, mas eu sei que irei adorar a cara de sua mãe quando ela lhe disser isso.
— Sei, aquela que fica em uma caixinha? — ela pergunta confusa e eu concordei.
— Ela tem um efeito extra forte, então nunca chegue perto de uma balinha daquelas ok? — digo e ela assentou mesmo confusa, provavelmente não entendendo o segredo disso, mas se eu dissesse ser uma droga seria pior. — O segredo é que...aquela bala trás problemas para o corpo e ela toma para se sentir bem temporariamente, ela só levanta no outro dia por pura sorte, literalmente.
— Ah...entendi! — ela diz com um sorriso, mas eu sabia que não, ela não entendia nem a metade do perigo que isso era. — Agora o papai!
Sorri debochado e pensei no filho da puta que estava fora de casa nesse momento provavelmente fodendo alguma puta barata, já que dinheiro para isso ele não tem. Sinto dó das putas, ganharem pouco para ter que aguentar aquele pau pequeno que não alcança nada e nem habilidade ele tem.
— Você tem outras mamães, que ele tenta esconder até da morte — murmuro e ela me olhou com os olhos brilhando, talvez agora ter outras mães não seja ruim — E seu nariz fica branquinho usando algo que não pode.
— Por que não pode? — questiona deixando a cabeça cair para o lado e eu sinto meus joelhos ficarem incomodados, me sentei no chão apoiando meus cotovelos nos meus joelhos.
— Porque usando aquilo ele pode ficar doente, pode acabar...ficando muito mal — tento explicar de forma que não ficasse explícito, ela assentiu.
Parecia estar realmente pegando tudo que eu estou falando e eu apreciava isso, pois o show que isso daria seria imperdível. Mas se algum de seus pais tentassem encostar um dedo nela por sua impertinência eu meteria a minha mão nas caras deles ou uma bala.
— Vou falar com eles amanhã! — ela diz convicta e eu soltei uma risada assentindo.
Ela era adorável.
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