a babá (especial dias das crianças)

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Eu assistia um show do Palavra Cantada com Maitê e Joana no colo, brincando com as minhas duas menininhas. Elas eram filhas de dois integrantes da Netolab, Victor e Kleber, mas como eu- que a princípio fui contratada para traduzir os vídeos para o inglês- era a babá delas quase sempre que ambos precisavam para saírem com suas respectivas esposas, acabei me apaixonando pelas crianças.
Eu amava crianças pequenas desde meus treze anos, quando, em um churrasco de família, resolvi ficar de babá, cuidando dos meus priminhos mais novos. Amava brincar com as crianças; cuidar delas. Crianças sempre transformaram meu mundo de escala de preto e branco em colorido com uma facilidade surreal:
- S/a, me ajuda. Com qual gravata vou?
Navarro me questionou desesperado, olhei para as fitas em suas mãos:
- A cor vinho.- Me levantei para ajudar meu colega vestir a gravata- Vai sair?
Perguntei ajeitando o nó na gravata, o homem assentiu, sorri, olhei em seus olhos castanho escuro:
- Sim. Finalmente chamei a Andressa para jantar como você me aconselhou.
Sorri ainda mais orgulhosa dele, acariciei sua bochecha e sussurrando, para as meninas não ouvirem, o aconselhei:
- Se for rolar, usa camisinha, okay? Vocês dois são muito novos pra serem pais.
Riu, me abraçou forte:
- Tá bom, "mãe". Vou me cuidar.
Assim que quebramos o abraço, o editor deu um beijo na minha bochecha, atiçando duas meninas de dois e três anos:
- Okay, princesas do tio Nav.
O observei abraçar as pequenas dando um beijo no topo da cabecinha de cada uma, se despedindo delas. Sorri boba. Com sorte, em breve a Netolab teria mais um bebê à caminho:
- Obedeçam a tia S/a e jantem tudo direitinho.
Tetê e Jo assentiram energeticamente suas cabecinhas, sorri.
André se endireitou, me deu outro beijo na bochecha descendo para a garagem.
Voltei a cuidar das garotas. Comecei a preparar o jantar, com as duas sob a supervisão do Ricardo (que desceu na expectativa de jogar videogame), quando ouvi na sala uma Vi desesperada, me procurando:
- Ooi. Aonde é o incêndio, garota?
Perguntei secando minha mão:
- S/a, me ajuda, não consigo fechar o zíper do vestido.- Fechei seu zíper, a ruiva suspirou triste- Tô gorda. Deveria emagrecer.
Me levantei prontamente, sequei sua lágrima solitária que escorria por seu rosto de boneca:
- Você não está gorda, Vi. São esses zíperes que são uma porcaria, não...
Ouvi exclamação de duas meninas escandalizadas por eu ter dito um "palavrão", deitei minha testa no ombro da Vi que ria da minha desgraça. "Como pude ser tão descuidada?" Me julguei mentalmente.
Abri um sorriso amarelo em direção das meninas e do Ricardo que balançava a cabeça fingindo reprovar minha atitude. Ri:
- Desculpa, gatinhas da tia.
Bati três vezes na boca para me punir, olhei para a maior que achava graça daquela situação caótica:
- Obrigada, S/a. Te amo, amiga.
Me abraçou, sorri feliz por ela ter ficado melhor.
Voltei a fazer o creme de espinafre, ouvi Viviane e Gustavo se despedirem, saírem. Sorri.
Enquanto a torta de espinafre estava começando a ficar pronta para ir ao forno, mais outro cidadão clamou por ajuda da Super S/n. Ri, lavei a mão esfarinhada, sequei:
- S/a, você cuida do Hades por mim? Aline e eu...
- Iremos sair. Sim, eu sei, crianças. Só se cuidem, okay? Podem ficar calmos que o Hadesinho vai ficar bem sob a supervisão da Super S/n e do Grande R.
Brinquei, me despedi do casal. Voltei a fazer a janta, mas como aquele dia, aparentemente todos os casais resolveram sair na mesma noite, me chamaram novamente.
Botei a torta no forno, ajustei o timer, fui até a sala:
- O que foi, minha querida Fada Madrinha?
Fada virou-se para mim usando um vestido até um pouco antes dos joelhos amarelo claro com flores, ela usava um all star ciano:
- Ca... WoW, Fadinha, vai sair com a Bururubs?
Perguntei surpresa com a beleza da minha madrinha de crisma:
- Obrigada, minha querida afilhada.- Sorriu vindo até mim- Vou. Vamos pro Outback.
Sorri, Bárbara apareceu usando uma calça jeans cor anil, cropped raglan vermelho e branco, cabelo em um rabo de cavalo alto:
- WoW! Bubu tá lindona!
Deu um selinho na namorada, se despediram de todos na sala e foram para o restaurante.
Finalmente a paz reinou na casa.
Dei comida pros pets de todos que saíram, servi o jantar para nós humanos:
- Onde foi o pessoal, S/a?
Bruninho perguntou entre uma garfada e outra da torta:
- Saíram.- Ri um pouco lembrando do caos que foi- O pessoal ficou o tempo todo me chamando para ajudar. Foi um caos tentando preparar a torta.
Rick corroborou o que disse. Maitê, que nem havia terminado de comer, já tombava a cabeça cansada, me levantei, peguei a garotinha no colo, a acordei para lhe dar banho para botá-la na sua caminha:
- Vagarinho, vagarinho
Fecha o olho no seu ninho
E o sono vai chegar
E o sono no escurinho
Vagarinho vagarinho
Põe o mundo pra sonhar
Vagarinho, vagarinho
Fecha o olho no seu ninho
E o sono vai chegar
E o sono no escurinho
Vagarinho vagarinho
Põe o mundo pra sonhar
Cantarolei diversas vezes até a pequenina dormir com a boquinha entreaberta, polegar na boca, sorri de canto de lábio, beijei sua testa.
Me levantei da sua cama, abri a porta tomando um breve susto com Mozka carregando Joana adormecida nos braços, me entregou a criança, desceu novamente para a sala.
Acordei a outra garotinha para lhe dar banho para também botá-la para dormir.
Fiz todo o processo novamente com a Jo. As observava dormir, pensando se seria assim quando eu teria as minhas crianças, então senti dois braços até que fortes me abraçarem pela cintura.
Sorri, Felipe apoiou seu queixo em meu ombro, olhando as filhas de seus funcionários dormirem:
- Mal posso esperar pra ter as nossas menininhas.
Botou sua mão sobre minha barriga, fiquei de frente pro mais velho rindo baixo:
- Felipe!- Exclamei baixinho- Vamos pra sala, deixar as gatinhas dormirem?
Assentiu, liguei a babá eletrônica, fechei a porta do quarto com cuidado:
- Na verdade vim buscar a melhor babá do mundo para sair.- Enlaçou uma mão na minha, acariciou minha bochecha- Aceita sair comigo, meu amor?
Sorri, assenti firme, selei nossos lábios rapidamente:
- Só preciso me arrumar.- Abri os braços me mostrando pro meu namorado- Estou no meu modo babá, não pareço digna de Felipe Neto.
O homem riu, pegou minha mão, me girou, me puxou para perto de si:
- Para mim, até você suada e de roupa moletom fica linda, S/a.
Ri, selei novamente nossos lábios, fui ao meu quarto, me despi, tomei banho, vesti meu vestido justo preto de ombro único que meu namorado amava, meu coturno igualmente preto, jaqueta de couro.
Fiz maquiagem, ajeitei o cabelo, peguei minha bolsa, desci as escadas encontrando Bruna, Mozka, Felipe, Ricardo, Bruninho, Clarissa e Samanta conversando, sorri.
Mesmo após o término com Felipe, Bru continuou a trabalhar na empresa e morando conosco. Quando assumimos nosso romance, fiquei com medo de uma possível reação negativa da catarinense, porém foi o completo oposto. Nos tornamos mais que amigas:
- Hey, kids. Como estão?
Me joguei no colo das minhas amigas, me endireitei:
- Então, S/a, como nós ficaremos aqui, vamos tomar conta das crianças e das crianças de quatro patas.- Rick disse enquanto fazia carinho em Oden- Qualquer coisa a gente te liga ou liga pro Victor e pro Kleber?
Perguntou, pensei um pouco:
- Melhor primeiro me ligar, porque senão vocês podem deixar os coitados preocupados com coisa pouca.- O cacheado assentiu entendendo a ordem, me levantei- Okay, cuidem bem das minhas bonequinhas e não deixem nem o Hades e nem a Yunita subir no sofá ou cama. Qualquer coisa nos liguem e assim que os dois terminarem de comer, levem-os até o jardim para fazer xixi. Beijos, amores. Se divirtam e não deixem nem a Kibe e nem o Oden saírem, pelo amor de Deus.
Nos despedimos do pessoal que nos desejou boa diversão, entramos no carro que, talvez pela primeira vez, era dirigido por Felipe.
Assim que nos afastamos o suficiente da Netoland, meu namorado me entregou uma venda:
- Ponha isso. Não quero estragar a surpresa.
Ri:
- Uh, todo misterioso.- Me vendei- Espero que saiba para onde estamos indo, porque sem GPS e você no volante é perigo eminente, Fe.
Brinquei, ouvi sua risada bem sarcástica, rimos. Senti sua mão sobre minha coxa:
- Relaxa, 'mô. Sei pra onde estou indo, mas agora o assunto é esse vestido.- Sua mão começou a percorrer minha perna, me deixando excitada- Você nesse vestidinho é proibido em cinquenta países.
Suspirei sentindo seus longos dedos me tocar, sorri:
- Fe... Duas mãos...- Respirei fundo tentando não perder o foco- No volante.
Eu estava tão louca com aquilo que era impossível não querer continuar, porém Felipe ainda dirigia.
Aos poucos voltei ao normal, contudo cansada a ponto de tirar um cochilo no carro:
- Chegamos, amor.
Acordei, tentei tirar a venda, contudo fui impedida. Revirei os olhos sorrindo.
O mais velho saiu do automóvel, deu a volta, abriu a porta, me ajudou para sair, me guiou por talvez uns quarenta metros:
- Pode tirar a venda.
Sussurrou contra meu ouvido, ao tirar, fui surpreendida por Vinha; pelas duas Aline; Victor; Bárbara; Fada; Vi; Gustavo; Kleber e Evelyn:
- Surpresa!
Ao olhar para o lado onde meu namorado estava, fui realmente surpreendida com ele ajoelhado segurando uma caixinha com um anel.
Botei minhas mãos sobre minha boca, as lágrimas de emoção se formavam no canto do meu olho, assenti:
- S/n, aceita ser minha para sempre?
Liberando a primeira lágrima respondi afastando a mão da boca:
- Sim! Mil vezes sim!
Me agachei, beijei meu noivo, a aliança de noivado foi posta em meu dedo, mostrei para nossa não tão pequena platéia:

- estou noiva!

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~Imagines Da netolab~Where stories live. Discover now