Cadê meu beijo?

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Eu fiquei totalmente atormentado com aquela resposta do Park Gostoso Jimin, mas não respondi nada. Aposto que pela forma que minhas bochechas ficaram vermelhas ele entendeu que eu nunca tinha beijado. Talvez ele pensasse que minha mudez era porque eu não queria beijá-lo.

Mas a verdade é que eu não me importaria de carregar um outdoor com cores bem neon só para dizer "eu quero muito beijar Park Jimin". Mas a vergonha não permite, preciso aprender a arcar com as consequências de ser assim.

— Vamos ser amigos. — Jimin decretou como se estivesse dizendo que iríamos até a cantina comer um lanche.

Não tive amigos ao longo da vida, mas tinha certeza que não era muito comum chegar em alguém e impor uma amizade. Não estou reclamando! Eu quero é achar milhões de motivos para ficar perto dele, bem pertinho mesmo.

Mais uma vez fiquei em silêncio e saí dali junto a ele, indo em direção ao corredor. Ele questionou o motivo de eu ser tão quieto, mas o respondi com silêncio no momento que apenas dei de ombros. Ele merecia uma resposta melhor, ele havia me ajudado, mas eu travei, não sabia como agir.

Um grande idiota? Sou mesmo. Infelizmente...

— Você está dois anos antes de mim, não é? — Concordei com a cabeça, ele estava indo comigo até minha sala e eu com minha boa face de nerd permanecia em silêncio, tirando as mãos do bolso apenas para arrumar os óculos em seu devido lugar. — Pode conversar comigo, eu não mordo.

— E se eu pedisse? — Esse é o momento em que você deveria calar a boca, apenas. Eu deveria ter o dado um sorriso, talvez um comentário idiota sobre qualquer coisa, mas eu fiz o que?

BESTEIRA, PORQUE É SÓ ISSO QUE EU FAÇO.

Queria poder enfiar a cabeça na terra, ou me enfiar por inteiro debaixo do chão, porque a vergonha não cabia mais em mim, ainda mais depois de ver ele todo corado e envergonhado pelo que eu disse. Eu definitivamente precisava ser um adolescente normal, porque ter tanto hormônio dentro de mim e ficar acumulando desejo já estava começando a afetar meu cérebro.

— Aposto que... a pessoa a pedir seria eu. — Seu tom de voz saiu tão baixinho, mas tão baixinho, que eu realmente não sei como que consegui ouvir. E eu o olhei incrédulo, apenas para vê-lo ser um verdadeiro cosplay de morango. — N-não me olhe assim, por favor.

— Desculpa, eu não estou muito acostumado a dialogar. — Por que eu tenho essa necessidade de parecer tão intelectual quando falo com os outros? Agora ele deve ter ainda mais certeza do quão sem noção eu sou.

— Mas pode dialogar um pouquinho comigo, não precisamos tornar isso um monólogo. — Riu tão abertamente e de forma tão faceira que eu senti meu coração palpitando.

Eu nunca tinha me apaixonado, não podia dizer se era paixão o que sentia por ele ou se apenas gostava de admirá-lo, contudo para mim era muito fácil perceber que ele me causava os mesmo sintomas que os de pessoas apaixonadas — tenho muita experiência com filmes, séries e livros, sabe?

Ele me deixava aflito, agitado, nervoso, ansioso e até trêmulo. Eu me sentia em uma montanha-russa que descia na maior velocidade do mundo.

— Tenho que ir para a minha aula, mas, depois nos vemos? — Assenti rapidamente com a cabeça. — Mas aí podemos realmente conversar, sabe? É um pouco estranho só eu falar.

— Eu vou tentar. — Garanti.

Jimin ficou na ponta dos pés e, muito timidamente, deixou um beijo em minha bochecha, logo saindo correndo pelo corredor em direção à sua sala. E eu devo ter ficado com cara de idiota, porque uma menina da minha sala me mandou fechar a boca.

Eu estou totalmente caído por Park Jimin.

Alguém me socorre.

[ANPANMAN]

Os primeiros dias foram verdadeiramente estranhos na relação entre Jimin e eu. Estranhos, porém muito gostosos e repletos de risadas. Fazer Jimin rir se tornou minha atividade preferida todos os dias, antes da aula, nos intervalos, e após as aulas também.

Mas o motivo da estranheza é porque eu e ele estávamos muito juntos. Isso é bom? Isso é ótimo. Porém não estava acostumado com a proximidade de alguém que não fosse da minha família. E eu estava com todas as forças tentando me adaptar a aquilo, e mesmo assim ainda era complicado, viu?

— Quer entrar? — A voz melodiosa dele me despertou de meus pensamentos tão profundos para aquele horário da tarde.

Todos os dias eu estava o acompanhando até sua casa. Não tinha um motivo muito especial, apenas porque morávamos no mesmo caminho e eu adorava sua companhia. Adorava, principalmente, poder escutar sua voz baixinha e tão suave. Eu vou me afundar na lama por ele, mas prometo que vai ser com estilo.

— Pode ser. — Concordei, porque não fazia mal eu sair um pouco de casa.

Avisei minha mãe que chegaria depois apenas para não preocupá-la desnecessariamente, e acompanhei Jimin para dentro de sua residência. Era uma casa bem bonita, mas o que tinha de mais lindo ali estava me puxando pelo braço para uma direção que eu certamente não sabia onde levaria. O segui por um longo corredor e em seguida adentramos o que eu jurava ser seu quarto.

— Você tem seus vícios, eu tenho o meu, não me julgue. — Mais uma vez suas bochechas estavam avermelhadas, e eu simplesmente não me contive de apertar uma delas. Óbvio que não coloquei força no ato, queria apenas incomodá-lo e não o machucar de alguma forma.

Observei em volta, vendo quantos pôsteres, fotos, trechos de músicas e todo o resto que tinham grudados ali. Park Jimin já pode ser considerado fã número um do SHINee, porque é impossível que exista outra pessoa que tenha tanta coisa assim deles.

— Senta! — Apontou para sua cama. Pelo menos as cobertas são de Harry Potter e não do SHINee.

Mas imagina que louco ter um travesseiro com a cara do Taemin, ou um lençol que parecesse ele? Nossa, eu compraria! Se bem que um pôster dele me agradou bastante, um do MinHo com um daqueles sorrisos fofos que só ele — e Jimin — tem, sabe? Oh, homens lindos desse grupo!

— Pelo visto você gosta um pouquinho de SHINee. — Brinquei. Eu estava muito mais solto com ele do que quatro semanas atrás. E a sensação era libertadora ao meu ver.

— Talvez um pouquinho. — Entrou na brincadeira.

Mais um sorriso dele, mais uma vez esse Jungkook aqui completamente derretido. E como eu e ele estávamos completamente bem um com o outro, aproximei minha boca de sua bochecha e a mordi.

Jimin virou rapidamente para mim, sua boca muito próxima da minha, seu nariz encostando no meu. Ele era tão bonito, de perto ainda mais lindo. Eu só queria poder tê-lo para mim, viver um romance muito louco — só que não — com ele. Eu não sei, apenas gostava demais dele. Muito mais do que eu poderia imaginar, mais do que eu poderia sequer desejar.

Mas a sensação, mais uma vez, era deliciosa.

Foi então que sua voz me trouxe de volta à realidade.

— Eu estou até agora esperando pelo meu beijo.

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Beijinhos ♥

Anpanman | jjk + pjmWhere stories live. Discover now