La Vie En Rose

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ATENÇÃO
ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS QUE PODEM SERVIR DE GATILHOS PARA QUEM SOFRE DE TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS/ALIMENTARES. SE NÃO SE SENTIREM CONFORTÁVEIS, NÃO LEIAM.


Não foi um beijo calmo, tampouco delicado. Alfonso parecia querer tirar algo de Anahi, e ele queria mesmo. Ela tentava relutar, verdade fosse dita, mas terminou por se entregar à intensidade daquele beijo. Ele queria tudo dela. E ela entregou. Sentiu as mãos do seu professor apertarem sua cintura enquanto a língua dele explorava sua boca, o que ela devolveu com um aperto nos braços dele. O beijo pareceu acender algo nela, que o correspondia de forma cada vez mais sôfrega.

Nunca fui beijada daquele jeito. Com fome, com desejo de verdade. Por isso, Anahi se assustou e terminou por morder o lábio inferior de Alfonso com um pouco de força demais.

Os dois se afastaram com a respiração pesada, mas aquele clima de tensão permaneceu no ar. Ela estava incrédula com o que havia acabado de acontecer. Ele ficou surpreso por ela ter correspondido daquele jeito. Nenhum dos dois disse nada, ela só se afastou praticamente correndo em direção à porta, deixando-o ali para lidar com o seu coração a mil.

Anahi ainda respirava custosamente ao bater a porta. Fechou os olhos, relembrando a sensação da língua dele de encontro a sua, da boca macia que se encaixava perfeitamente na sua, de como o beijo pareceu repercutir no seu corpo todo. Fechou as mãos em punho, tentando a todo custo se controlar.

Deus, que loucura fora aquela?

Ela abriu os olhos em placa, olhando para os lados no corredor. Por sorte, ninguém passara ali naquele momento.

Ainda abalada, Anahi disparou para longe dali. Longe dele.

Do outro lado da porta, Alfonso não estava muito diferente.

Deus do céu, o que fizera?

Ele sempre se orgulhou de ser um profissional exemplar. Estaria mentindo se dissesse que nunca se envolveu com nenhuma colega de profissão, mas no ambiente de trabalho ele era extremamente profissional. Nunca dera margem para ninguém falar dele. Sua vida pessoal e profissional não se misturavam àquele ponto.

Passou a mão nos cabelos, bagunçando-os. Olhou para cima, fechando os olhos como em uma prece. Ele só queria fazê-la reagir, despertar toda aquela agressividade que ele sabia que havia dentro dela, mas não esperava por aquilo.

Não esperava pelo calor vindo dela, do corpo moldando-se perfeitamente às suas mãos, aquela inocência toda caindo por terra à medida que eles se beijavam.

Por que não podia ter pensado em uma outra forma de provocá-la, de fazê-la perder o controle? Tinha que ser beijando-a?

Bom, agora já estava feito. Restava ver como os dois iriam reagir depois disso. De uma coisa Alfonso estava certo: jamais voltaria a ter qualquer contato além do profissional com Anahi.

Era uma promessa.

Após o ocorrido, Anahi passou o dia de certa forma tentando se esconder. Não queria encarar os amigos, não queria ver ninguém. Era como se estivesse estampado na sua cara o que fizera. E de forma alguma queria ver o professor Herrera. Como encará-lo depois daquilo? Ela com certeza tinha estragado tudo. Suas chances de aconselhar algum papel de destaque agora eram mínimas.

E foi por estar assim, evitando a todos, que só percebeu uma agitação no final de um dos corredores quando o burburinho já havia começado.

Ela estava sentada encostada em uma parede, tentando distrair a mente olhando o celular quando ouviu um dos colegas dizer ‘’Saiu a lista’’. Aquilo chamou sua atenção, de modo que ela levantou-se e foi se juntar aos demais.

Nas Asas do CisneWhere stories live. Discover now