Filles de chienne

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O barulho do som alto, misturado à gritaria e conversa das pessoas fez Anahi se sentir um tanto aflita. Não estava acostumada àquele tipo de lugar, mas conhecendo Dulce, não poderia esperar outra coisa da colega a não ser uma boate entupida de gente com música exageradamente alta. Era muito barulho, muitas luzes, muitos cheiros para Anahi absorver, fazendo crescer em seu interior uma sensação de claustrofobia. Precisou respirar fundo várias vezes enquanto Dulce a puxava pela mão, fazendo-a se espremer no meio daquelas pessoas.

Anahi só conseguiu respirar mais aliviada quando as duas chegaram ao bar, se sentando em banquinhos altos. Dulce logo cruzou os braços em cima do balcão, se inclinando, para poder olhar melhor as bebidas que tinham ali.

— Hum, vou querer um negroni. E você Anahi? — Questionou, virando o rosto na direção da colega.

— Eu não bebo assim. Acho que vou pedir alguns petiscos. E um drink sem álcool. — Disse, passando a mão na nuca enquanto o barman assentia para ela.

Dulce a mirou como se ela fosse uma extra-terrestre, mas acabou dando de ombros, se sentando de frente para Anahi.

— Então, nervosa para o grande dia? — A ruiva enrolava uma mecha do cabelo nos dedos. Parecia extremamente à vontade ali.

— Sim. Mas acredito que tudo dentro do normal. — Ao contrário da colega, Anahi parecia extremamente desconfortável, olhando ao redor o tempo todo e mal sabendo onde colocar as mãos.

— Garota, você precisa relaxar. Está tão tensa que parece uma árvore aí, toda dura. — Opinou, enquanto o garçom chegava com seus pedidos.

Anahi tratou de se concentrar em seu prato de anéis de cebola e sua bebida, enquanto Dulce dava uma grande golada em seu drink.

— Humm, maravilhoso. Mas pode ficar melhor ainda. — Anahi franziu o cenho ao ver a colega encará-la com o rosto travesso, lambendo os lábios.

Confusa, a loira viu Dulce pegar a sua bolsa e, discretamente, pegar uma espécie de recipiente de dentro. Arregalou os olhos de susto no momento em que a ruiva pegou entre seus dedos uma espécie de comprimido e ergueu levemente para ela.

— É do bom, veio diretamente de Chicago.

— Dulce, o que é isso?

A ruiva riu abertamente.

— Ah, vai dizer que não sabe? — Ergueu o comprimido ainda mais próximo do rosto de Anahi, que pegou com um tranco as mãos da colega, abaixando-as.

— Para com isso! Esconde, alguém pode ver. — Estava séria agora, enquanto Dulce gargalhava abertamente em sua frente.

— Ah, qual é? Tá escuro, ninguém vai ver — Piscou — E mesmo se virem, você acha mesmo que sou a única com um desses aqui? — Ergueu a sobrancelha, sugestivamente.

Anahi tirou as mão lentamente das de Dulce, mas ainda incomodada. A ruiva percebeu e se ergueu do banco, indo em direção à colega. Se postou atrás dela, deixando-a ainda mais nervosa.

— Por que você não experimenta? O efeito só dura algumas horas, prometo. — Os lábios de Dulce estavam muito próximos ao ouvido de Anahi e ela pôde até mesmo sentir o cheiro do álcool que exalava da boca da ruiva.

— Acho que não. Na verdade, acho melhor eu ir embora. — Anahi baixou a cabeça nesse momento e Dulce se voltou para a frente dela.

— É mesmo? E o que você vai fazer, voltar para a casa da mamãe? — Dulce ergueu o rosto de Anahi com a ponta dos dedos, olhando-a com deboche. — Vamos, não precisa tomar nada, mas já que estamos aqui, vamos nos divertir.

Nas Asas do CisneWhere stories live. Discover now