Capítulo sessenta e cinco

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Christian 

Ainda estou pensativo depois de tudo o que o Elliot me contou ao longo da tarde. E impossível não pensar que pode acontecer o mesmo comigo e Ana, não é mesmo? Só de imaginar meu peito dói, sinto meu coração acelerar e minha respiração ficar cada vez mais forte. 

Quando foi que Ana se tornou tão importante assim para mim? Quando foi que Anastásia adentrou e perfurou todas as barreiras a minha volta? 

Não consigo mais imaginar minha vida sem Anastásia nela. E como se ela sempre estivesse existido dentro da minha realidade. Ela perfurou todas as minhas camadas, e isso não me incomoda em nada. 

E como se eu sempre tivesse pertencido à ela, como se a minha vida toda, eu tivesse esperado por ela. Deveria ser um sentimento assustador, porém não, a única coisa que me causa é o reverso, é alivio. A Anastásia é toda a minha certeza em meio ao caos, ela é meu acordo de vida quando jurei à mim mesmo que seria feliz, que seria diferente daquela mulher que me deu a luz, mas não me deu a vida.

Agora tudo faz sentindo. Quando Grace me pegou no colo a primeira vez, lembro claramente de sussurrar "Hey, Christian, eu sou sua mãe, não te dei a luz, mas espero te dar a vida que você merece". E beijou minha testa com ternura, ela me deu a vida naquele dia, se não fosse por Grace, eu não estaria aqui e muito menos teria Anastásia em minha vida. 

Sorrio com a lembrança e por finalmente compreender o que minha mãe fez em minha vida. Preciso falar com mamãe urgentemente. Saco o celular de meu bolso e disco seu número, ela me atende em seu segundo toque...

-- Oi, querido. - diz com a sua voz serena de sempre... 

Respiro fundo...

-- Oi, mamãe... - Sinto a respiração dela alterar e eu sei que ela se emocionou. Ela esperou a vida toda por isso. -- A senhora está em casa? - pergunto meio sorrindo e meio emocionado. 

-- Sim, quer vir aqui? - sinto uma ânsia em sua voz. 

-- Estarei aí em vinte minutos. - Mamãe responde que tudo bem e desligo apressado. Mamãe vai ser a única capaz de compreender, mamãe sempre foi a única capaz de fazer isso. 

Pego as chaves do meu carro e desço para a garagem. 

Elliot 

Não faço ideia do que deu em mim, mas senti necessidade de falar. Eu preciso conversar com ela. E quando mandei mensagem e ela me respondeu com um "ok, nós vemos no lugar de sempre". Foi como se um peso saísse do meu corpo. 

Nós precisamos conversar, eu preciso falar! Preciso dizer com todas as letras que me cabem ainda que independente de tudo o diálogo sempre vai ser a melhor solução.

Estou sentando na mesa da cafeteria, próximo da editora. Um café forte me acompanha, enquanto vejo a noite ficar cada vez mais escura através das longas janelas de vidro. 

Depois dessa conversa e desse ponto final, tenho certeza absoluta que uma nova página vai se iniciar em minha vida... 

-- Elliot? - Sua voz chega até meus ouvidos, olho para ela diante da mesa. O mesmo sorriso de quando nos conhecemos. e tenho certeza que fiz a escolha certa em chamar ela para conversar, preciso ser justo com ela. 

-- Sente- se, Kathe... - eu convido...  



Recadinhos

1º Minha Obra "Garota do Rio" começou a ser postada hoje, é a primeira da saga "garotas brasileiras", leiam lá e espero que gostem! 

2º Meu insta literário está no ar sigam é @cinetecadacarola <3 

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora