Capítulo 14

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Olívia

30 dias para o casamento

- Podemos conversar, principessa? - Andreas pergunta ao entrar na biblioteca. Desde nossa última conversa tenho evitado sua presença. Andando pela mansão achei esse lugar que tem sido meu refúgio, apesar dos livros serem em Italiano, gosto de tentar ler as frases e olhar as figuras. Antes dele entrar estava vasculhando a estante e continuo, o irritante sabe que não gosto desse apelido e ignoro sua presença.

- Nosso casamento está marcado para daqui 30 dias! - diz bem na hora que pego um exemplar, o ar me falta e o livro escorrega das minhas mãos "não, não, não!". - Esta semana uma estilista vem para você escolher o vestido de noiva e roupas novas, já deveria ter providenciado isto antes, você deve querer coisas novas e bonitas, perdoe minha a minha falta de ...

- NÃO QUERO CASAR  COM VOCÊ! - falo alto interrompendo-o ainda virada para a estante. Não quero que ele veja meus olhos que queimam das lágrimas que seguro.

- JÁ CONVERSAMOS SOBRE ISSO E ESTÁ DECIDIDO, OLÍVIA!- ele fala no mesmo tom que eu e sai da biblioteca. Encosto a testa na estante e pela primeira vez em muitos anos eu choro.

...

26 dias para o casamento

Ainda não fui vencida. Não posso sair da mansão, mas tenho acesso livre por toda a propriedade assim nesses dias tenho vigiado a rotina das entregas de mantimentos e é isso que estou fazendo agora da janela da sala de tv onde tenho uma boa vista do furgão de frutas e verduras que acaba de estacionar. Assim que os 2 entregadores começam a descarregar as compras, vou em direção a cozinha. 

- Dove va, Olívia?* - engulo seco quando ouço, solto o ar e me viro devagar para o dono da voz, é o homem que está sempre com Andreas, tão alto e forte quanto ele, mas muito mais aterrorizante.

- Estou com fome - aliso a barriga com uma mão e aponto a cozinha com a outra, deve ser o suficiente para me entender. Ele acena e segue seu caminho. Respiro aliviada e sigo o meu para a cozinha.

Logo que entro olho em volta, três funcionárias me cumprimentam, droga, não achei que seriam tantas, vejo também algumas notas de dinheiro em cima da pia. Sento numa cadeira da bancada e pego uma maçã para disfarçar, elas estão bem ocupadas se dividindo em lavar e guardar os alimentos entre dispensa e geladeira, mal me notam e os homens entram e saem com sacolas.

Mordo a fruta e mastigo calmamente, observando tudo e todos até o exato momento em que fico sozinha, me levanto rápido e pego as notas de dinheiro guardando no bolso junto aos meus documentos que já tinha pego e saio pela porta da cozinha. Os entregadores terminaram de trazer as coisas, um deles entra no carona do furgão e o outro volta a entrar na casa com alguns papéis e é a minha chance.  Entro rapidamente no carro e encosto a porta o mais silencioso que posso depois me abaixo atrás de algumas caixas. Ouço os passos do entregador voltando e tranco a respiração de medo, ele se aproxima e tranca a porta sem nem olhar para dentro, mais alguns minutos e logo escuto o barulho do motor e o furgão começa a se mover. Finalmente consigo respirar.


* Onde vai?

Um mafioso aos seus pés ( Brutos que amam - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora