Quartus tempus

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1857 d.e., Centreal, Wingstan, sete anos após.

Com a espada em punho e camuflado entre os arbustos, observo o meu oponente ao centro de uma das clareiras do bosque da ilha central percorrer o olhar pela vegetação que a rodeia.

Ele está a minha procura.

Me posiciono para surpreendê-lo, mas sou impedido quando institivamente o rapaz fixa os lumes em minha direção e por alguns instantes penso ter sido encontrado, mas minha crença logo se desfaz quando uma lebre adentra o nosso campo de visão, atravessando a área de uma extremidade a outra, o distraindo por completo, voltando o seu corpo franzino para o rastro de folhagem deixada pelo animal e se colocando de costas para mim. A oportunidade perfeita para atacá-lo e vencer essa disputa.

Em um pulo me junto a suave ventania típica da região que bagunça meus fios, estes um pouco abaixo das maçãs do rosto, enquanto corto-a com a arma de madeira e atinjo Lee Heeseung que desaba atônito na superfície úmida, me levando consigo.

- Se quiseres ser um guarda real, precisas confiar em seus instintos e não se deixar distrair por qualquer bobagem. – Digo, me pondo de pé. - Você quase me capturou, sabia?

- Entendo hyung. Irei me corrigir na próxima vez. – O garoto levanta-se com o auxílio da minha mão estendida para si.

Desde o incidente com Lee Hana, sete anos atrás em minha chegada a Widesand depois de mais um festival, meu irmão e eu, duas crianças sonhadoras e sem qualquer palavra final na corte fomos castigados pelo mínimo, sugerir uma ajuda aos nossos amigos. Por doze luas permanecemos trancafiados em nossos aposentos, teoricamente, se não fossem as escapadas. Diferente dos outros nobres, sentimos a culpa da perca do patriarca Lee repousar sobre nossos ombros, pois nos beneficiávamos diretamente dos impostos absurdos atribuídos por nosso Rei. Partindo disso, passamos a furtar, quase que diariamente, alimentos e vestimentas do castelo para garantir a sobrevivência de Hana e Heeseung.

A aventura que nos rendeu descobertas como as centenas de passagens secretas que se conectavam por entre as paredes de pedra do palácio, foi encerrada por volta da décima segunda lua quando os guardas gêmeos que após o Himeria passaram a dedicar as suas vidas a nos dedurar para nossos pais, não poderiam estar mais felizes ao nos encontrarem roubando os cavalos do estábulo com as nossas bolsas lotadas de batatas e cobertores de couro de javali, o frio no deserto ao anoitecer poderia deixar Icfeld com inveja. E naquela noite gélida vimos a nossa mãe e Rainha tão fraca e impotente implorar de joelhos ao Rei Jihoon para que não sofrêssemos qualquer punição. Ela conseguiu nos livrar das ideias maquiavélicas do nosso pai e garantir uma ocupação nas cozinhas do palácio para Hana e Heeseung, acarretando que estes crescessem em nossa companhia.

Diga-se que o último grande feito de Rainha Seoyun fora salvar quatro crianças, pois na noite seguinte um mal súbito a acometeu e confinou-a em uma cama por longos cinco anos, quando veio a deixar esse mundo. Ao vê-la com o rosto banhado pelos raios solares que refletiam nas peças de ouro do quarto, onde repousa no centro deste, rodeada por um jardim de rosas brancas, prometi a ela e a mim mesmo não permitir que nada nem ninguém interfira no que acredito ser o correto para o bem-estar do meu povo.

[HIATUS] Regnum ▪︎ jjk + pjmWhere stories live. Discover now