Trinta e dois

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Se eu estou atrasada? Bastante, me desculpem por isso.
Minha vida tá uma bagunça e isso mexeu com a minha cabeça, gente, é difícil escrever quando você não tem paz, sabe? Mesmo que a escrita seja minha forma de escape, chegou a um ponto que nem isso eu estava conseguindo fazer, tudo de ruim aconteceu de uma só vez.
Talvez quando passar eu desabafe sobre com vocês, enfim, eu espero que esse capítulo me ajude a recompensar a espera.
Boa leitura.

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O exercício de escrita acalmou Eren depois de boas horas. Ingressar dentro de si mesmo e se despejar no papel pareceu caótico e dolorido no começo, porém com o tempo tudo saiu naturalmente, como um desabafo necessário. Não havia pena ou julgamento da outra parte e isso foi incrivelmente aliviante para Eren, que se viu incrivelmente melhor do que antes. O Jaeger sabia que era temporário, uma hora os acontecimentos recentes voltariam com força e o levariam em outra onda de ansiedade e pânico, contudo dessa vez tentaria aproveitar a janela de alívio que surgiu, usando-a justamente para refletir e tentar resolver algumas das questões que percebeu - depois de escrever sobre elas - não serem tão grandes quanto pareciam.

Mikasa apareceu no quarto não muito tempo depois de terminar, o caderno bem guardado debaixo do seu travesseiro cheio de palavras e desabafos e uma decisão tomada, Eren se sente minimamente preparado para lidar com alguns de seus problemas, o suficiente para conseguir seguir em frente.

– Oi. – A Ackerman disse baixinho, sua expressão torcida em óbvia preocupação e insegurança.

– Oi. – Eren respondeu educado, sem saber como se portar com a mulher. Eles não eram desconhecidos ou inimigos, tão pouco amigos para que pudesse se sentir confortável com aquela visita repentina. Eren apostou que havia algo por trás dela.

– Fico feliz por saber que você… está bem. – Mikasa falou com sinceridade, um de seus punhos fechado sobre o peito. – Como se sente?

– Melhor do que ontem. – O Jaeger respondeu, dando de ombros e relaxando o corpo. – Acho que… vou ficar bem.

A pequena esperança de Eren pareceu acender algo na asiática, que sorriu tímida se aproximando mais da cama em passos leves.

– Eu vim ao hospital não apenas por você, Eren. – Começou. – Armin também está aqui, ele sofreu um acidente e faz poucos dias que está consciente.

Eren arregalou os olhos, surpreso com a informação.

– Ele está bem?

– Agora sim. – Ela respirou fundo. – O que eu quero dizer, Eren, é que não foi Armin quem contatou Reiner, eu entendo que ele é uma suspeita, mas é impossível que tenha sido ele-

– Eu sei. – Apesar de parecer calmo, Eren apertava os lençóis entre os dedos enquanto falava. – Quem contatou foi Annie, a recepcionista da empresa.

– Annie? – Mikasa ficou pálida, piscando surpresa. – Eu não imaginava.

– Ninguém sabia que poderíamos nos conhecer, nem Levi, eu mesmo nunca a vi lá. – Riu sem humor. – Mas eu sei que não foi Armin, não precisa se preocupar com isso.

Eren juntou as sobrancelhas, levemente contrariado, foi difícil engolir toda a preocupação de Mikasa com Armin mesmo depois de tudo que o loiro fez a ela. Mesmo que eles não sejam amigos, Eren não consegue não simpatizar com a asiática, especialmente por saber que ela foi constantemente maltratada por Armin.

– Sobre isso… – Mikasa mordeu os lábios, novamente insegura. – Ele está nesse mesmo hospital, na verdade os quartos de vocês estão bem próximos, será que você poderia falar com ele? Talvez conversar? Depois de tudo eu acredito no Armin, sabe, sei que ele tem muito a dizer e muito o que escutar também.

O tutor Where stories live. Discover now