Trinta e quatro

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– Você não tem altura para ir na montanha russa, Zofia. – Falco explicou pela terceira vez, recebendo mais um bico manhoso e o começo de um choro falso, que foi totalmente ignorado. – Não funcionou antes, acha mesmo que vai adiantar agora? 

– Vamos na lagarta! – Udo sugeriu, um dos dedos gordinhos apontado na direção de uma versão bem menor e para o menino, mais divertida, da montanha russa. – Vamos, vamos!

– Só se o Falco for comigo. – Zofia parou de andar, batendo o pé e esperando por uma resposta dos irmãos, seus grandes olhos azuis estudando a figura do outro Ackerman.

– Zofia…

– Eu quero, eu quero agora! – Ela gritou, esticando os braços e pulando no lugar, Udo arregalou os olhos e Falco revirou os seus.

– Tudo be-

– Não. – Levi se meteu, uma de suas mãos descansando no ombro da menina loira, os olhos cinza fitando-a seriamente. – Ou você vai com quem quer ir ou você não vai mais em brinquedo nenhum, entendeu? Eu não quero mais te ver fazendo isso, Zofia, é o meu primeiro e único aviso.

– Mas… – Os olhinhos azuis encheram-se de lágrimas, mas o pai não se abalou, levantando uma das sobrancelhas finas como se esperasse ser desobedecido.

Suspirando e concordando com a cabeça, Zofia pegou na mão do irmão enquanto Levi se encarregava de levá-los até a fila, Falco recebeu o dinheiro para os ingressos antes de seguir até lá também.

Acontece que Kaya e Gabi tinham ido na montanha russa e alguns outros brinquedos que Zofia não tinha acesso, assim como Moblit e Hanji estavam na roda gigante, a loira estava claramente chateada por isso e como Falco era o único que sente medo de altura, ficou para trás para aguentar as crises de manha da irmã.

– Se você se comportar, podemos ir todos juntos no carrinho bate bate. – Falco prometeu depois de encaixar os dois pequenos nos bancos da lagarta gigante. – Divirtam-se.

Udo estava animado demais para falar, as mãos já para o ar enquanto Zofia parecia contrariada, porém escolheu não falar também.

– Você foi tão duro com ela. – Eren comentou brincalhão, rindo da careta que recebeu do outro.

– Você é quem a mima demais, ela não consegue aceitar nenhum não, às vezes é difícil. 

– É difícil não mimar eles, não quando me olham com aquelas carinhas. 

– Pois não deveria, está estragando meus filhos. – Levi sorria enquanto falava, tirando qualquer peso que suas palavras pudessem carregar.

Eren fez um bico semelhante ao da loira, claramente contrariado, ele nunca se importou em fazer as vontades da sua pequena. Levi encarou o belo moreno na sua frente, achando ser impossível se controlar, deu alguns passos para frente para tocar seus lábios nos macios de Eren, suas mãos se juntando automaticamente.

– Estamos em público. – Eren sussurrou com as bochechas coradas e um sorriso no rosto, os olhos grudados no mais velho.

Levi olhou em volta, analisando as pessoas que paravam para assisti-los, algumas até mesmo puxavam os celulares, provavelmente gravando ou tirando fotos. Revirando os olhos, o Ackerman encostou a testa no ombro de Eren, puxando o corpo moreno para mais perto.

– Foda-se eles. 

– Grosso.

– Você gosta. – Rindo da própria idiotice, Levi aceitou o soco fraco que recebeu no ombro.

– Ei vocês dois, também queremos atenção! – Kaya surgiu da esquerda, gritando e fazendo beicinho ao se aproximar, seus braços agarrando Eren por trás.

O tutor Onde histórias criam vida. Descubra agora