Fantoche | Jikook

4 - Loiro Capricorniano

#codenamefantoche

2021

Quebec - Canadá

Passos desajeitados que vez ou outra quase faziam com que o rapaz caísse, mas ele ignorava tudo isso pois sua pressa era bem maior. Segurou uma das alças da mochila ao, sem querer, esbarrar em uma moça que ao homem murmurar um desculpa recebeu um fraco sorriso como resposta, o que indicava que a loira havia entendido que foi sem intenção.

Ofegante, ele levou as mãos aos joelhos para normalizar a respiração quando, finalmente, havia chegado ao seu destino. Um prédio laranja e alto, em torno de uns sete andares, que parecia um pouco antigo também. Havia algumas pessoas saindo do local, mas ainda sim parecia ser um local pouco movimentado, muito bom para o estilo de trabalho que o Kim realizava.

Seu semblante foi tomado por um sentimento de desespero quando voltou a posição ereta.

— Puta merda, eu esqueci o Frapuccino.

Talvez se o despertador tivesse tocado no momento certo naquela manhã, o moreno não estaria tão desesperado e ter esquecido seu precioso café que sempre o ajudava durante os seus momentos no trabalho, que exigiam cem por cento de si e mais dez por cento também.

Apesar da falta grave consigo mesmo, apenas ajeitou-se e passou pela porta de madeira. Na entrada, estava apenas o zelador que descansava aconchegante em sua cadeira, era incrível como a segurança não estava em primeiro lugar naquele prédio. O moreno apenas seguiu para o velho elevador, que estava parado no terceiro andar.

Quando a antiga caixa de metal abriu a sua frente, uma senhora estava parada próximo a porta segurando sua sacola de papel, companheira de feira. Ela sorriu quando seus olhos se encontraram com os do rapaz que retribuiu.

— Oh, meu filho! — disse assim que o Kim esticou sua mão para que ela segurasse — Eu quase não tenho visto você! Esqueceu o seu café?

Ele a ajudou a sair do elevador e segurou a porta por uns segundos.

— Sim, senhora. — o semblante triste tomou conta do seu rosto rapidamente — Eu tenho trabalhado muito, chego bem cedo e saio bem tarde.

— Não esqueça de se alimentar direito! — disse — Você é um rapaz muito bonito para ficar com olheiras fundas desse jeito. Assim não vai arrumar uma namorada.

O rapaz apenas riu rapidamente e se curvou em respeito, despedindo-se da senhora que sempre preocupava-se consigo. Assim que a porta fechou, esticou seu indicador apertando o botão número sete que dava acesso a cobertura do prédio, lugar onde ficava seu trabalho. Pensativo, ele encarou seu reflexo na parede do velho elevador, passou os dedos entre seus cabelos morenos enquanto a frase ecoava em sua mente.

Assim não vai arrumar uma namorada.

Não que não quisesse ter alguém consigo. Queria. E muito. Alguém em especial que sempre tomava conta de seus pensamentos, que sempre tomava conta de sua mente fazendo-o fantasiar varias e varias vezes em seu chuveiro. Que o fazia viajar em seu sorriso quando contava algo animado sobre as missões que tinha que realizar. Pessoas que pertenciam aos signos da terra sempre são o seu fraco, mesmo tendo se ferrado inúmeras vezes por não combinar com eles. Talvez tenha sido uma maldição em sua vida encontrar aquele belo loiro capricorniano.

Quando a porta do elevador abriu, havia apenas uma outra no vasto corredor a sua frente que era a entrada de seu trabalho. O rapaz caminhou enquanto brincava com os próprios dedos, mania esta que fazia sempre quando estava nervoso, ja que por ser sempre o primeiro a chegar, as vezes o tal capricorniano já estava lá por algum motivo.