4 Capítulo

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Essa deusa na Multimídia é a Sophia.

Ainda com sono com as poucas horas dormidas, pego o bilhete que encontro na geladeira.

''Precisa vestir isso. Passarei para te buscar, em vinte minutos.''

Leio o papel bufando, só de imaginar arrumar todos os quartos da casa. Lembre-se Angeline, que você precisa disso. Então pare de reclamar.

- Ah fala sério, isso é roupa de freira. - Digo a mim mesma, encarando o vestido preto com um babado branco na frente e na gola.

A roupa é a cara do uniforme da Carlota, de Maria do Bairro.

- Que horror. - Murmuro.

Já vestida com a roupinha ridícula, mas que graças a meu talento com costura, deixei um pouco parecido comigo. A madrinha reclamou por telefone, mas a convenci em deixar diminuir a barra em um dedinho. Prendi o meu cabelo em um coque bem feito e passei uma maquiagem básica, mesmo não precisando. Acho até que fico mais bonita sem maquiagem. O sapato é ainda pior que a roupa, mas não pude fazer nada. Se me deixassem me arrumar melhor, estaria parecendo uma garota sexy de filme pornô.

Rio com essa imagem.

O cara que limpa a piscina caiu dentro da mesma, com uma cara que me fez dar risada, o que cuidava dos cachorros me olhou de cima a baixo e abriu um sorriso sexy. Não tive que deixar de sorrir e jogar um beijo no ar, pensando no que Norma iria dizer se me visse... consigo até ouvi-la dizer: ''Angeline minha filha, comporte-se''

Ela disse, fique longe do filho do patrão, mas não disse para que eu fique longe dos seguranças, jardineiro... é uma lista bem grande das pessoas que posso me divertir por aqui e fora daqui. Eu disse que não faria mais programa, mas não disse que me privaria do sexo.

As meninas que trabalham na casa não passam de robôs. Me olham de cima a baixo. Acho que não gostaram muito de mim, ou não aprovaram o look. Cumprimento todas sendo verdadeiramente simpática, mas não sou recebida da mesma forma. Bom pelo menos eu tentei.

- Direto para os quartos do último andar. - Diz Norma.

Aceno pegando tudo o que preciso.

Saio da cozinha e ando pela sala da casa. A sala principal é um total luxo, não era de ser esperar. Os lustres me deixam encantada. Sofá espaçoso, mas sem tv o que é estranho, mas ignoro, deve ser costume de gente rica. Continuo vasculhando quando ouço passos. Corro para o último andar abobada com cada detalhe. Dona Ariel tem muito bom gosto, com certeza é uma mulher de tremenda classe.

Arrumo todos os quartos do quarto andar e do terceiro. Resolvo deixar o banheiro por último. Caminho pelos corredores empurrando o carrinho de limpeza.

- Não, não diga isso, eu sempre te apoiei.

- Você não estava lá quando eu precisei, para ser verdadeiro, você nunca está comigo quando eu preciso.

Ouço tudo com cautela a voz que me chamou a atenção. Não sou fofoqueira, só curiosa, não consigo abandonar a porta tentando enquanto seguro no carrinho com força.

- Eu? Fala sério.

- Você quer o divórcio, Sophia?

O cara gritou e ouvi em seguida um estrondo, mas continuei com os ouvidos na porta.

- Não Ralf, não é o que quero.

- Mesmo que quiser também, eu jamais te daria. - Diz com uma tremenda fúria em seu tom de voz.

Ouço passos e noto que eles não discutem mais, assim, me apresso a correr pelo corredor, quando aparece uma pessoa do nada caminho, me fazendo parar o carrinho bruscamente. Tal ação me faz derrubar um dos baldes com água pelo chão do corredor, um chão forrado por um carpete mais caro que a vida da minha família inteira.

Um pedaço do seu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora