Capítulo 35

5.9K 630 125
                                    




¨TIC-TAC¨


MIRANDA ON

Meu corpo todo treme apavorado.

Todos os meus sentidos ficam afetados.

Sinto que vou vomitar a qualquer momento.

Sinto que vou perder o meu equilíbrio a qualquer momento

—Miranda?

Eu escuto a médica me chamar, mas não consigo realmente responder.

— Fique calma. Beba isso!

Ela diz e me entrega um copo com água.

Eu bebo água no automático.

— Miranda, fique calma. Vamos conversar com muita calma. Sei que é um choque e que pode estar passando milhares de coisas na sua cabeça. E eu vou tirar todas as suas dúvidas.

— Eu...Eu...

Não consigo sequer completar a minha linha de raciocínio.

Oh, meu deus. A minha filha.

— Entendo que esteja assustada, Miranda. É completamente normal que se sinta assim. Você tem alguma ideia do que se trata esse transtorno?

Ela me questiona e eu tento analisar em minha mente a pergunta.

— Eu...É...Não...Não com...Eu...Já ouvi falar!

— Então vamos fazer o seguinte: Eu vou lhe dar algumas informações primordiais para que você não se apavore nesse primeiro momento. Ok?

Eu concordo.

— Síndrome de Asperger é um Transtorno onde desenvolvimento que afeta basicamente a capacidade de se socializar e de se comunicar com eficiência. Caroline apresentou os sintomas mais básicos desse transtorno. Ela tem o que chamamos de Autismo nível 1.

Autismo. Meu deus. Eu olho pra médica desestruturada. Eu não consigo saber o que estou sentindo de tão atordoada que está a minha cabeça.

— O que isso pode afetar...Como pode afetar...

Paro e olho para a médica.

— Eu não sei quais perguntas fazer!

Confesso para a médica.

— Olha, isso é natural. Quando uma mãe recebe a notícia do diagnóstico do filho, geralmente elas tendem a ficar chocadas. Ser pego de surpresa tira realmente as estruturas de uma mãe. O mais importante nesse momento é que você saiba que Caroline tem sim esse transtorno, mas saiba que sua filha está bem e que ela terá uma vida absolutamente normal.

As palavras dela me acalmam um pouco. Mas só um pouco. A simples ideia de que a minha filha possa ter uma única limitação me destrói por completo.

— Você terá as dúvidas eventualmente, Miranda e eu terei todo o prazer em tirá-las. A sua filha foi diagnosticada com 12 anos e isso é maravilhoso. Existem pessoas que passam a vida toda sem serem diagnosticadas.

— O que...O que vai acontecer com a minha filha? Agora? O que eu posso fazer?

Pergunto apressada.

— Ela precisará ser acompanhada por um especialista em Asperger. Tenho nomes de grandes profissionais especialistas se você tiver interesse.

Eu apenas concordo com a cabeça.

— Medicamentos, terapias...Acompanhamento comunicacional. O fato é que Asperger não tem cura. Há tratamentos que a ajudarão a superar os sintomas que possam vir.

Tic-TacOnde histórias criam vida. Descubra agora