Capítulo 47

4.9K 571 259
                                    




¨TIC-TAC¨


MIRANDA ON

O clima fica estranho na sala.

— Oh, eu...

Tento falar, mas olho para Andrea e olho para o colar nas mãos de Loren.

— Eu nem havia percebido. Obrigada, Loren.— Conclui.

Me aproximo para pegar o colar das mãos de Loren que me olha e olha para Andrea, mas minha namorada puxa das mãos da minha vizinha e fica com a joia na mão.

— Loren, essa é Andrea Sachs. Andrea, esta é Loren Mitchel. Nossa vizinha.

— Muito prazer, Andrea.

Loren estende a mão para Andrea que olha para a mão da minha amiga e olha pra mim. Logo olha pra minha amiga outra vez.

— Igualmente, Loren.

Estende a mão, a cumprimenta rapidamente e recolhe a mão. Eu jamais vi Andrea agir de forma tão falsa e cínica.

— Eu ouvi falar muito de você. — Loren diz sorrindo.

— Eu nunca ouvi falar de você.

Andrea responde áspera e eu fico perplexa com o seu comportamento.

— Andrea!

Tento repreendê-la, mas minhas palavras morrem quando ela dá um passo para mais perto de mim e me encara. Não trocamos uma só palavra, mas vejo pura raiva em seu semblante e em seu olhar. Andrea dá as costas e segue apressada para a escada sem dizer mais nenhuma palavra.

— Nossa, ela é arisca. — Loren diz divertida.

— Ela não é arisca, Loren.

Vejo a minha namorada subindo as escadas com certa força nos pés.

— Miranda?

Me viro e olho para a minha amiga.

— Por que está sorrindo? — Ela questiona.

— Eu não estou sorrindo. Era só isso? — Ergo o colar na minha mão.

— Claro que não. Eu queria ver ela.

Loren aponta para as escadas e eu reviro os olhos.

— Já viu.

A levo até a porta.

— Depois passar lá e tenta levar ela. — Ela diz da porta.

— Eu duvido muito que ela queira ir confraternizar com você, Loren.

Ela ri e vai saindo.

— Não precisava ter trazido o meu colar ou dito que eu havia esquecido no sofá.— Eu digo.

— Eu sei.

Ela vai seguindo rindo para a própria casa. Fecho a porta e volto pra sala . Por mais que eu tenha visto Andrea querendo me matar, foi delicioso vê-la enciumada comigo. É uma sensação diferente. Uma sensação estranhamente satisfatória. Jamais me permiti viver tais sentimentos. Nenhum dos meus relacionamento anteriores foram importantes o suficiente para me fazer sentir ciúmes. Claro que meus ex-companheiro sentiram ciúmes de mim em algum momento, mas para mim era algo tão irrelevante que nem mesmo ocupava meus pensamentos. Para eles ciúmes significava posse. Quando Andrea me chamou para jantar a primeira vez, e a nossa atendente me cobiçou, eu vi nos olhos da minha namorada e em seu timbre de voz o ciúme. O ciúme genuíno composto de "não quero outro tão próximo". Sou completamente ciumenta com ela e com a minha filha. Não gosto nem que toquem a barriga dela. Não é que eu só as queira pra mim. Mas não quero que tenham a "possibilidade" de se aproximar tanto delas. É contraditório e incontrolável até pra mim. E vê-la experimentando essa mesma emoção é algo realmente intrigante. Não quero provocá-la nesse estágio da gestação. Longe disso! Eu não quero que na cabeça dela surjam dúvidas. Ou que ela pense que o meu amor por ela é descartável. Mas é maravilhoso saber que ela me valoriza ao ponto de temer me perder.

Tic-TacTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang