capítulo seis.

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"me encontra, me pede para te colorir.
me encontra
me olha que eu já te vi
eu tentei telefonar,
me retorna quando der, viu?
e me encontra".
canção de hotel - anavitória

— Passa o requeijão, mãe, por favor? — Harry pediu, sentado em um dos extremos da mesa.

Era segunda de novo, e Harry estava exausto. Sua rotina sempre foi intensa, dividindo seus horários entre ir para o colégio, estudar, administrar a ONG, sair com os amigos, ficar com a mãe e admirar as estrelas em seus domingos à noite. Mas agora, com o peso do vestibular em suas costas, toda a sua energia estava se esvaindo rápido demais, fator esse que interferiu diretamente na alegria do cacheado pela parte da manhã, deixando William confuso sobre o que estava acontecendo naquele dia.

— Liga o som, amor, por que não ligou hoje? — Isabelle perguntou e William só conseguia pensar em como adorava aquela mulher. Sim, ele realmente não aguentava mais de curiosidade, mas de jeito nenhum iria perguntar.

— Estou cansado, mãe. Queria passar o dia inteiro na cama.

"Ah". William agora entendeu.

— Você tem psicóloga hoje, não é?

— Tenho. Mas não é como se a Carol conseguisse me dar mais horas no dia.

— Converse com ela mesmo assim.

— Eu sei, mãe. Eu vou, não se preocupe.

— Nunca esqueça de perguntar a si onde que está o incêndio e para que tanta pressa.

— No mundo. — Harry respondeu e riu sem humor.

— E você, William, não quer frequentar a terapia não, meu amor? — Isabelle perguntou ao intercambista, os três já dentro do carro em direção à escola. Ouviam o novo álbum de AnaVitória em silêncio e olhavam a rua, as pessoas fugindo das poças de água que haviam se formado por conta da chuva intensa que estava caindo na cidade. Harry passou o caminho todo pensando em como teria muito trabalho pela frente com a ONG nessa tarde e suspirou, sentindo seu coração doer por não poder começar o trabalho logo agora. Mas ele adicionou uma nota em sua cabeça para, assim que avistar Taylor no colégio, conversar com ela sobre deixar os funcionários irem sozinhos para os primeiros resgates do dia.

— Nunca fui em uma, amiga Belle.

— E não quer ir? Seria bom para você, lidar com toda essa mudança que está acontecendo na sua vida não é fácil.

— Não. Obrigado.

— Tudo bem. Mas me avise se mudar de ideia, certo?

— Pode deixar. Obrigado. Tchau, amiga Belle.

— Tchau, mãe. — Harry também se despediu, já que já estavam na entrada de onde estudavam.

— Beijo, amores. Tomem cuidado com a chuva, não fiquem no pátio! — Isabelle beijou a cabeça de Harry, que estava no banco da frente ao seu lado, e, após isso, partiu para o trabalho.

William sentava na segunda cadeira da última fila ao lado da parede na sala de aula. Leo ficava em sua frente, Harry em seu lado esquerdo, Taylor uma cadeira atrás da sua e Niall atrás de Harry. Eles conversavam no intervalo de cinco minutos entre as aulas de professores diferentes, passavam bilhetes quando estavam entediados, faziam caretas quando viam o Eduardo entrar na sala e às vezes dividiam o medo do vestibular após as aulas de assuntos complicados.

crisálida. {l.s}Where stories live. Discover now