Ele Morreu

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Antes de todos terem que ir para seus quartos, Jake levou Niki para falar com a diretora sobre o que viu na floresta, só que ela não acreditou e disse que podia ser a imaginação fértil do menino, isso não tranquilizou Riki. A madrugada estava sendo chuvosa, Heeseung dormia profundamente graças aos remédios que tomou, Sunghoon tinha cansado tanto de brincar que dormiu assim que se deitou na cama, todos dormiam tranquilamente sem se importarem com a tempestade do lado de fora, menos o mais novo entre eles.

Nishimura não parava quieto na sua cama, se virava para os lados e as vezes parava para olhar o teto, os trovões estavam o assustando e o garoto queria tanto sair dali e ir dormir com algum dos seus hyungs, mas não podia acordá-los só porque estava com medo da chuva e sua mente se enchia de pensamentos envolvendo o homem que viu na floresta, o que viria depois? Monstros de baixo da cama? Um monstro no armário? Riki sabia que isso era infantil demais até mesmo para ele.

Fez mais uma tentativa e se virou para o lado da janela, ao seu lado ficava a cama do seu colega de quarto, Niki se surpreendeu ao ver o mesmo garoto da floresta ali, no pé da cama do outro garoto que dormia profundamente. O medo tomou conta do japonês e ele queria gritar, queria se levantar, queria ir atrás dos meninos e pedir ajuda, mas ele estava preso na própria cama, não conseguia nem ao menos abrir a boca.

A luz branca do raio clareou o quarto e Niki estava tão assustado que começou a chorar e fez muita força para que conseguisse pelo menos fechar os olhos, assim que conseguiu outro raio surgiu, o coração do menino batia tão rápido e sabia que uma possível crise estava chegando, ouviu seu nome ser chamado, parecia a voz da sua avó, mas ela estava em um hospital psiquiátrico no Japão, como Riki ouvia a voz dela?

— Abra os olhos, Riki — Era ela, parecia tão real, parecia estar lá. Niki abriu os olhos e notou que não estava mais no seu quarto. Era o seu antigo, de quando morava com a avó, estava do mesmo jeito de quando foi embora — Você cresceu tanto...

Niki pulou da cama de susto e foi para o canto, encostado na parede, as lágrimas estavam escorrendo pelo seu rosto e as péssimas lembranças voltavam com tudo na sua cabeça.

— Hyungs... — O menino pedia baixinho para que tudo isso fosse mentira e logo um dos garotos estaria o abraçando e dizendo que não foi nada, ele não podia estar lá, ela não podia estar lá.

— Eles não estão aqui, você está com a sua avó novamente, com a sua família como deveria ser — A mulher disse abrindo um sorriso que devia ser simpático, mas despertava medo no garoto.

— Não.

— Não o quê? — O sorriso da mulher sumiu e Niki a olhou, mesmo que estivesse com muito medo.

— Minha família — Niki limpou as lágrimas com as mãos e respirou fundo para que não tivesse uma crise — Eles são, você, você não — O bico no seu rosto mostrava que claramente odiava a presença da mulher, ele amava os seus hyungs e ninguém mais além deles. Ele queria estar com eles, queria sentir o abraço de Jake, os beijinhos carinhosos de Heeseung, ouvir Jay dizendo que vai ficar bem e poder brincar com os mais novos que sempre o chamavam para fazer algo, ele sentia falta até de Sunghoon, mesmo que nunca tenham falado sem a presença dos outros meninos, aqueles seis sabiam como cuidar de Riki, por isso ele precisava deles, e não dela.

— Quando você ficou tão rebelde? Isso é influência daqueles garotos idiotas? — A mulher deu uma risada e saiu do quarto, o menino ficou confuso mas logo esse sentimento foi substituído pelo medo novamente, pois viu aquela que chamava de vovó segurando um cabo preto grosso, o mesmo que causou várias cicatrizes no corpo dele — Vamos consertar essa sua rebeldia.

O coração dele voltou a bater rápido e fechou os olhos preparado para sentir a dor que viria, mas tudo que aconteceu foi ouvir uma voz o chamando, essa ficou mais próxima a cada vez que o chamava, até que Niki se levantou em um impulso e olhou envolta, estava numa cama e em sua volta estava todos os meninos, ele estava no quarto de Sun-Woo.

— O quê...? — Niki pergunta confuso com tudo que tinha acontecido, pela janela já dava para ver que estava de manhã e não chovia mais, porém o tempo continuava nublado.

— Acordamos hoje cedo com gritos, uma das monitoras foi acordar vocês e encontrou o seu colega de quarto sangrando muito, a ambulância está vindo e como você estava adormecido resolvemos te tirar de lá antes que visse o sangue — Jungwon contou se sentando ao lado do japonês e o abraçando.

— Você estava se mexendo muito e não parava de chorar, estava tendo um pesadelo? — Heeseung pergunta e o menino balança a cabeça positivamente — Não foi nada, ok? Já passou.

— O seu colega de quarto deve ter se machucado e não teve tempo de avisar ninguém, vamos torcer para que ele fique bem — Jake tentou levantar o astral dos amigos, mesmo que o seu não estivesse tão bom.

Os garotos ficaram ao lado de Niki o tempo todo o acalmando, quando a ambulância chegou, Sunghoon e Sunoo foram ver o que havia acontecido, viram o corpo do garoto ser carregado e muitas pessoas chorando.

— Ele morreu — Sunghoon contou ao Kim — Parece que não sabem o que aconteceu, provavelmente vão falar com o Niki já que eles eram colegas de quarto, alguém vai ter que estar com ele.

— Aposto que o Jay hyung pode fazer isso, é estranho não saberem como ele morreu.

— Exatamente, vou falar com a diretora sobre mudar o Riki de quarto, sabemos que ele não pode ficar sozinho.

— Ok, e eu falo com os meninos — Sun-Woo voltou para o seu quarto e Park foi para a sala da diretora.

Ele parou na porta quando a ouviu conversando com alguém, provavelmente uma das monitoras.

— É impossível que eles tenham cumprido o que falaram, mas também não é normal alguém ter morrido daquele jeito — A diretora disse — Não faremos nada por enquanto, impossível que mais mortes aconteçam.

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