A estação

Capítulo 11

Acordo sentindo um pouco de frio. Observo através da janela e o dia ainda não havia amanhecido. O céu estava de uma cor azulada começando a clarear. Observo por um tempo e sorrio. A natureza sempre fora uma das minhas maiores fascinações. Escuto o barulho das corujas e me ajeito na cama me virando para o lado. Quase tenho um infarto quando o faço. Kara estava sentada no outro lado da cama.

— Puta que pariu! — solto enquanto tomo susto — Quer me matar do coração?

— Desculpe — ela fala corando depois de ter se assustado com o meu susto repentino — eu estava tentando encontrar uma forma de te acordar sem assusta-la... acredito que falhei nisso

— Não me diga — falo mal humorada e arqueando a sobrancelha

— Desculpe querida — ela fala docemente e se aproxima de mim logo envolvendo seus braços em meu corpo e me puxando para seu colo. Com esse ato, desmancho a carranca que estava em minha testa e sorrio me aconchegando em seu abraço. Ela beija minha cabeça e eu coloco delicadamente minha cabeça no vão do seu pescoço. Seu cheiro, tão familiar para mim, logo se faz presente e inspiro fortemente tentando tirar proveito, o máximo que eu podia, daquele cheiro maravilhoso de rosas que tanto me inebria. Ela ri e apoia sua cabeça na minha em um gesto carinhoso.

Ficamos assim por um tempo até que ela se afasta delicadamente me puxando para um selinho demorado, sem segundas intenções. Me ajeito melhor em seu colo e fico de frente. Ela sorri pra mim e começa um carinho gostoso em meus cabelos.

— Gostaria de convidá-la para um passeio — ela fala

— Isso é um encontro senhorita Danvers? — pergunto com a voz rouca e ela suspira

— Podemos dizer que sim se você aceitar

— Ok

— Ok? — ela sorri — certo, vá se trocar e eu estou te esperando aqui

— Espera, agora? — pergunto surpresa

— Sim, agora — fala de uma forma autoritária que em muito me excita

Me levanto e entro no closet escolhendo uma calça moletom e um casaco fofinho. Tiro o short do pijama que usava e coloco a calça. Pego o casaco e somente visto por cima da minha blusa do pijama, a qual era um moletom branco. Calço meias e coloco pantufas.

— Vamos? — Kara fala assim que apareço de volta no quarto.

— Só preciso acordar primeiro — me encaminho para o banheiro e lavo meu rosto, escovando os dentes em seguida. Volto para perto da cama e Kara sorri — Agora vamos

Ela se levanta e me oferece sua mão. A aceito e assim saímos do quarto, fazendo o mínimo de barulho possível. Descemos as escadas e Kara nos guia até o lado de fora do castelo. Vamos até o estábulo e me animo ao ver Rose relinchando assim que me vê.

— Bom dia garota — falo e acaricio seu pescoço

Acaricio-a até ver Kara voltando para perto de nós com a sela e a corda. Me afasto para deixar que ela ajeite Rose devidamente.

Em apenas alguns minutos, Kara já estava checando se estava tudo certo com os equipamentos. Me surpreendia com a facilidade em que ela colocava as coisas em Rose. Ela se vira para mim e logo entendo o que ela quer dizer. Me aproximo e ela me levanta pela cintura me colocando em cima de Rose. Me ajeito melhor e ela sobe segundos depois. Agarro sua cintura e, me lembrando do nosso passeio de ontem, deixo um beijo molhado em seu pescoço. Ela se arrepia e aperta minhas mãos, em um gesto automático. Rio com a familiaridade daquele gesto e logo estamos andando com Rose.

Ela cavalgava com calma, nos levando para um caminho diferente do qual fizemos ontem. Observo a paisagem e o céu começava a ficar cada vez mais claro, sinal de que o sol em instantes iria começar a nascer. Assim que volto meus olhos para frente, vejo um campo descampado com uma canga e café da manhã.