Capítulo nove

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O dia chegava ao fim dando lugar para uma noite de lua cheia, conseguia ver as estrelas pela janela do meu quarto, quando criança o que mais gostava de fazer era observar as estrelas, a imensidão do céu e imaginava o que o futuro guardava, ainda faço isso. Em dias que não conseguia pensar claramente, me deitava sobre o gramado e contava estrelas, implorando por respostas, por um sinal. Era meu jeito de não me responsabilizar pelas minhas decisões, assim poderia culpar o universo por meus fracassos. Mas tinha consciência que não importava quem eu tentasse culpar, a responsável pelas minhas escolhas sejam elas, boas ou ruins, sempre seria eu.

Essa é a regra, somos feitos das escolhas que fazemos. Quem escolhemos ser, quem escolhemos nos tornar e quem escolhemos amar.

Terminava de calçar meus sapatos, quando escutei uma batida na porta da frente.

Uma voz masculina adentrou o cômodo,reconhecia era Nathan.

Peguei minha bolsa de cima da cama e fui a caminho da sala, para me juntar ao meu namorado falso.

Todos ficaram em silêncio quando me viram, minha mãe me olhava encantada, meu pai admirado. Não conseguia decifrar o rosto de Nathan, seus olhos verdes percorreram todo meu corpo, até chegar em meu rosto e encarar cada detalhe da minha face.

— Você... — ele fez uma pausa, como se procurasse as palavras certas. — acho que não há palavras no dicionário, para retratar tanta beleza. — sua voz possuía doçura. Sorri envergonhada. Escutei uma risadinha de minha mãe.

— Ele tem toda razão! — foi a vez de meu pai falar. — Você está perfeita, querida!

Essa era a reação que queria causar, se tivesse que conhecer os pais de Nathan, gostaria de deixar uma boa primeira impressão. Então vesti um vestido vermelho de alças finas transpassadas nas costas formando um X, com o comprimento até os joelhos, mesmo não gostando de salto alto, peguei emprestados com a Nanda que calça o mesmo número que eu, em cor preta para dar um contraste com o vestido.

Apostei em uma maquiagem leve na parte dos olhos e na boca um batom bordô.

— É melhor irmos! — sugeri e o garoto assentiu.

Nos despedimos de meus pais que pareciam muito contentes, era nítido o quanto gostaram do Nathan, ele é lindo, foi educado e gentil, duas qualidades que não se enquadravam na personalidade insuportável dele, mas mesmo assim sua atuação foi impecável, se eu não o conhecesse tão bem, também teria acreditado.

Ao descer as escadas até o portão da rua, o rapaz ofereceu apoio, para que eu não perdesse o equilíbrio, já havia andado de salto, mas já fazia muito tempo e foi apenas uma vez, era como andar em uma corda bamba, estava sempre prestes a cair.

— Até minha avó anda melhor de salto! — ele provocou, segurando firmemente minha cintura. Respirei fundo.

— Se você não quiser me ver tirar meus sapatos e tacar na sua cara. É melhor ficar quieto! — falei em um tom ameaçador. Ele riu.

— Desculpe, senhorita! Irei me calar. — disse formalmente, parecendo um mocinho de livro. Mas ele estava longe de ser o Sr. Darcy.

— Adoro quando faz isso, ficar calado. — Nathan riu.

— Você é muito má comigo! — reclamou, abrindo o portão.

— Sei que você gosta. — falei sem pensar, me dando conta do que acabei de pronunciar.

Ele apertou minha cintura, me virando para olhá-lo.

— Está certa! Eu gosto muito. — confessou, sua respiração beijava minha pele. Ele entrelaçou uma de suas mãos em meus cabelos, me puxando para mais perto, analisando cada parte de meu rosto, principalmente minha boca. Meu coração já estava a mil por hora, minha boca seca e minhas mãos suando, como se tivesse corrido uma maratona, mas o culpado disso tudo se chamava, Nathan Castelli.

Um acordo infalívelWhere stories live. Discover now