Capítulo treze

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Agora o abraçando com toda a força do mundo, percebi o quanto me importava com Nathan Castelli, queria poder conter suas lágrimas sofridas, aquecer seu corpo molhado e poder confortá-lo. Ele não me soltava, continuava abraçado, eu acariciava sua nuca.

— Nate! Você precisa tirar essa roupa molhada! — sussurrei contra seu pescoço. Ele negou com a cabeça. — Por favor, Nate! Vai acabar pegando um resfriado.

Nathan se afastou, ainda segurando minha cintura, como se pudesse me perder a qualquer momento. Mesmo sabendo que eu não iria a lugar algum.

Acariciei seu rosto e limpei suas lágrimas. Ele continuava em silêncio, apenas me observando.

— Vou arranjar umas roupas secas do meu pai, para você vestir.

— Desculpe! Eu não deveria ter vindo. — disse balançando a cabeça, ele fez menção de caminhar para ir embora, quando o agarrei pelo pulso. A chuva continuava forte, não sei como ele veio até aqui de moto, mas com certeza não o deixaria voltar para casa, não hoje.

— Está maluco, Nathan! — reprendi. — Acha mesmo que vou te deixar ir para casa? — perguntei abismada.

— Eu não deveria ter vindo. — repetiu ele, de novo tentando ir embora. Tinha que haver um jeito de impedi-lo. Não podia deixá-lo ir assim, talvez há algumas semanas atrás eu não me importasse, mas agora, eu me importava demais, queria com todo meu coração que ele ficasse, que confiasse em mim, queria acariciar seu cabelo até ele adormecer, queria ouvir sua voz contando seus lamentos, queria secar suas lágrimas e confortá-lo. Então fiz a coisa mais insana que passou pela minha cabeça, o puxei pela gola da jaqueta e o beijei.

Nossas bocas se encontraram em uma só. Seus lábios quentes incendiaram meu corpo, senti meu coração acelerar, entrelacei minha mão em seus cabelos, enquanto a outra o puxava pela gola da jaqueta. Senti uma de suas mãos um pouco gelada adentrar por baixo do meu moletom causando um arrepio prazeroso e um frio na barriga, nossas línguas brigavam por espaço, tirei sua jaqueta e entramos a passos cegos para dentro do apartamento, escutei a porta fechar com um chute de Nathan. Ele me impulsionou para cima, então entrelacei minhas pernas em sua cintura, caminhou até a mesa da cozinha que separava os cômodos, e me sentou sobre ela ficando entre minhas pernas, ainda me beijando, quando nos separamos estávamos ofegantes.

— Você vai ficar? — perguntei encostando nossas testas. Ele acariciou meu rosto e deixou um beijo delicado em meus lábios.

— Só se você me beijar de novo! — sua resposta me fez sorrir, dei um tapa em seu ombro por causa da piadinha, logo passando meus braços em volta de seu pescoço, o abraçando.

Nathan foi tomar banho, enquanto eu procurava uma roupa do meu pai para ele vestir, talvez ficassem um pouco pequenas, mas era melhor que nada. Vasculhei e encontrei uma camiseta branca e uma calça de moletom que meu pai havia comprado a muito tempo, mas nunca usou alegando que não combinava com seu estilo, ele adorava comprar coisas, mas quase nunca usava nenhuma. Gostava dos seus jeans surrados e blusas de bandas dos anos 80, meu pai tem 39 anos, mas como ele diz são os novos 30.

Deixei a roupa sobre a minha cama, liguei para meus pais na cafeteria, alertando minha situação, minha mãe rapidamente disse que não haveria problema dele passar a noite aqui, desde que nos comportássemos, assegurei que não precisavam se preocupar quanto a isso.

Nathan entrou no quarto apenas com a toalha enrolada na cintura perfeitamente desenhada. Seus fios úmidos e seu peito definido expondo suas tatuagem, engoli a seco, tentando manter a sanidade.

— Arrumei umas roupas do meu pai! — apontei para cama, me levantando para sair do quarto, para deixá-lo se vestir.

— Obrigado! — agradeceu sem jeito. Assenti saindo.

Um acordo infalívelOnde histórias criam vida. Descubra agora