HENRIK
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— Você precisa desistir, meu filho, já está bastante cansado.
Eu já estava furioso e quando ouvi meu pai me dizendo isso, fiquei ainda mais. Desistir? Não podia fazer isso de jeito nenhum.
— Só vou parar quando eu conseguir.
Sei que estou tentando desde manhã cedo, falhando e falhando a cada hora, mas eu não posso me dar por vencido. Não posso deixar o cansaço me vencer. Eu preciso acertar essa maldita flecha no alvo. Preciso mostrar para todos que eu consigo fazer qualquer coisa.
— Não é vergonha nenhuma desistir. Você já tentou bastante e isso mostra o quão forte e determinado é.
Lanço um olhar bravo para meu pai e afirmo com convicção:
— Eu vou conseguir.
Ele solta um suspiro resignado e balança a cabeça, mas fica em silêncio e me deixa tentar pela milésima vez.
Pego mais uma flecha, preparo o arco e me posiciono do jeito que meu pai me ensinou, o arco erguido, o braço firme, a flecha bem puxada para trás e o olhar focado no alvo. Naquela maldita maçã. Respiro fundo lentamente e solto a flecha no mesmo instante em que inspiro. Parece que tudo corre lentamente até que a flecha finalmente atinge a maçã e ela cai no chão, derrotada!
Solto um grito vitorioso com os braços erguidos. Eu disse que iria conseguir!
— Muito bem, meu garoto teimoso. — meu pai solta uma gargalhada e coloca sua mão em meu ombro. — Insistiu tanto que acabou conseguindo.
Minha alegria fica ainda maior de ouvi-lo dizendo isso para mim.
— Eu disse que seria um bom arqueiro como você.
Por isso tentei atingir aquela maçã a manhã inteira. Queria mostrar que posso ser bom como meu pai é.
— Ah, meu filho…
Aquela seriedade toma conta dos olhos dos meu pai e sinto um certo medo de receber uma bronca, porque ele sempre fica assim quando vai brigar comigo, mas um sorriso acaba surgindo em seus lábios e fico muito aliviado. Não vai ter bronca.
— Já disse que você não tem que ser eu, mas você mesmo. E você é um péssimo arqueiro, então precisa desistir disso. — como ele solta uma risada, eu não fico chateado com suas palavras. Não tem como ficar chateado com papai. Tenho idade o suficiente para saber que ele está me dando um conselho importante de pai. — Foca no que você é bom, meu filho. E você é ótimo na luta com espada, então continue treinando para ser melhor ainda, certo? Quando eu perceber que você virou um guerreiro, vou lhe dar um presente.
Um sorriso ilumina meu rosto quando a ansiedade aparece por antecipação. Sei bem qual presente ele vai me dar. Uma bela espada, e uma espada que está na nossa família há muito tempo. Estou doido para ganhar uma.
— Tudo bem. — concordo com ele. — Chega de arco e flecha. Irei focar nos treinos com a espada.
Meu pai me dá um tapinha no ombro e bagunça meu cabelo, fios tão escuros quanto os deles.
— É isso aí, meu garoto.
— Henrik!
Procuro com o olhar quem gritou meu nome e encontro meu irmão correndo até nós, gritando por mim e nosso pai com bastante animação.
— Oi, meu garotinho! — papai grita de volta, acenando com as duas mãos. — E as duas mulheres maravilhosas da minha vida!
Um pouco atrás, mamãe caminha devagar e sorrindo com a pequena Weynar em seus braços. Se eles estão vindo até nós, significa que é hora do almoço. Ainda bem! Estou faminto e muito cansado. Será que terá macarrão hoje? Estou doido para comer. Será que papai vai contar mais uma das suas histórias engraçadas? Olho para ele com um sorriso, esperando que conte. Adoro suas histórias.
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Vingança Divina
FantasyVol. 3 da trilogia "Ascensão dos Reinos" As barreiras caíram. O mal invadiu o mundo. Eles continuam atrás de uma forma de sobreviver, se unem para lutar e se ajudar, enquanto a Primeira Mulher começa sua vingança. Ela está disposta a...