Capítulo 73

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LEON
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Quantas vezes eu pensei nessa luta final?

Quantas vezes pensei que não era capaz?

Quantas vezes eu fiquei com medo do meu destino e tive ou quase tive um ataque de pânico?

Muitas, muitas vezes.

Mas eu aprendi a afastar o medo. Na verdade, aprendi a enfrentá-lo, porque entendi que ele vai sempre me acompanhar, entendi que ele faz parte de mim. Não adianta tentar sumir com ele. Não seríamos corajosos se não houvesse o medo. Não viveríamos de verdade se não houvesse um medo para enfrentar, um obstáculo para enfrentar e se sentir vitorioso, feliz, vivo.

Então que o medo tentasse me apunhalar quantas vezes quisesse, ele não iria conseguir escapar da cela que eu o coloquei. A lembrança das pessoas que carrego em meu coração me ajuda a enfrentá-lo.

Eles são minha luz. E minha família é a luz mais forte.

E a luz sempre ganha da escuridão. Sempre é mais forte.

Por isso não senti nenhum medo quando segurei minha espada e fui para cima da Primeira Mulher.

Ela pode ser poderosa, mas eu também sou, eu me preparei para esse momento. Sua criatura pode ser feroz e mortal, mas Brody também é.

Meu amiguinho corajoso.

Ele não hesitou por um segundo sequer em ir para cima de uma criatura que parecia maior que ele. Foi nesse momento que eu lembrei que ele também é um ser antigo e poderoso, um dos primeiros seres que apareceu nesse mundo, que não tem medo de nada, nem de enfrentar um igual. Me apeguei tanto a Brody, que foi fácil esquecer que ele existe a milhares de séculos, que não é apenas um animal fofo e companheiro. Então foi impressionante vê-lo em ação.

Já no primeiro ataque, Brody se atracou com a criatura. Cravou suas garras no corpo dela e a levou à força para longe do castelo. A cobriu com seu poder de vento e a puxou, o que o ajudou a levá-la para longe com mais rapidez. Uma velocidade inacreditável. Aquela velocidade surreal que só uma criatura tem como poder. Tive que me segurar e me equilibrar bem para não cair. E o vento...só não fui sufocado pela força por causa da mudança que aconteceu em meu corpo.

Para se defender e tentar se soltar, a criatura atacou Brody com suas três cabeças, com suas bocas enormes, seus dentes grandes e afiados. Dentes que chegaram perto demais de mim várias vezes, mas que Brody a afastou com seus chifres antes que me causasse algum ferimento. Ele atacava com uma das suas patas e com seus chifres o canto das bocas da criatura que a fazia recuar para trás, o que me fez notar que era um ponto bem doloroso nela.

Assim que Brody recebeu o primeiro golpe do rabo espinhoso da criatura e foi ferido, sentir a dor por ele. Não era nada bom vê-lo se machucando. Ele se recuperou rápido, continuou em frente, assim como eu achei que ele faria, mas...não queria que nada disso estivesse acontecendo. Mas está.

Quando a criatura começou a soltar fogo pelas três cabeças, Cattleya nos cobriu com um escudo protetor e o fogo triplo não conseguiu nos atingir. Mas eu senti o esforço que ela fez para impedir o ataque que durou exatos oito segundos. O poder da criatura é mais forte que o dela. Faz sentido, as criaturas que deram poderes para os deuses, afinal.

A criatura conseguiu se soltar das garras de Brody, eles pararam de girar pelo ar, e eu tive outro vislumbre da Primeira Mulher. Tive uma oportunidade de atacá-la.

Não conseguia me aproximar dela para atacá-la com minha espada brilhante, então peguei algumas das facas que escondi pela minha armadura e joguei em sua direção. Ela conseguiu desviar da primeira, a segunda acertou a ponta de seu ombro, a terceira passou de raspão em seu braço e a quarta ela segurou antes que a atingisse e transformou em cinzas.

Vingança DivinaWhere stories live. Discover now