Oscar chegou neste mundo fantasia há quase um mês. Ganhou muitos amigos, ficou mais poderoso, aprendeu a usar magia, controlar espíritos e a criar os mais diversos tipos de golens. Porém, depois de enfrentar exércitos de mortos-vivos e derrotar o Li...
Pensei que viver no Castelo Negro tendo que arriscar minha vida todos os dias para conseguir comida para mim e o vovô era um fim terrível, mas agora que sigo o Oscar me pergunto se fiz a escolha certa.
Depois que resgatamos Ana daquele capitão do reino, a vampira Arielle disse que precisávamos de um treinamento intensivo caso quiséssemos sobreviver aos próximos andares.
Reunidos no escritório, ela subiu na mesa colocando as mãos na cintura.
– Vocês se acham demais? Lutei contra vocês mesmo estando num nível mais baixo e ainda consegui vencer.
Oscar coçou a cabeça discordando.
– Ganhar? Você se tornou a minha familiar. Nós ganhamos.
Arielle empinou o nariz jogando seus cabelos brancos para trás.
– Hahaha, você chama aquilo de ganhar? Eu era nível D3 e todos vocês estavam no C e com maior número. Você até morreu, como pode dizer que ganhou?
Discutimos calorosamente até que Ana concordou em receber o treinamento.
A primeira coisa que fizemos foi descer a montanha com Ana, Pâmela, os gêmeos, Pietro, Jean, Raoni e Yasmin. Samanta pegou alguns itens de Oscar e um livro sobre plantas e alquimia de Arielle e se trancou no laboratório.
Nos pés da montanha, Arielle nos disse para voltar a subir sem usar nossa magia ou aura. Pelo seu olhar malévolo, soube que a tarefa não seria tão simples, mas o Oscar parecia animado e feliz.
Ele não se dá conta?
– Vou liberar minhas invocações para que elas treinem também.
Arielle concordou com um sorriso e nos seguiu de perto enquanto subíamos.
A primeira subida foi fácil, mas voltamos a descer sem os nossos poderes e repetimos a tarefa o resto do dia.
Pela décima subida, gotas de suor cobriam nossos corpos, principalmente do Oscar, que sempre evitava esforços físicos e dependia imensamente da sua magia. Por alguma razão, eu não me vi tão afetada.
Bem, sempre tive facilidade em escalar coisas.
A vampira também criou esferas escuras de tempos em tempos para nos enfraquecer nas subidas e mandou seus monstros para interferir no trajeto. O trabalho deles era tentar nos derrubar.
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Naquele dia, subimos e descemos dezenas de vezes aquela montanha de 1km de altura. Para piorar, ela não nos deu um descanso. Comemos um lanche rápido que Pietro preparou de antemão enquanto escutávamos as instruções dela.
– Agora mantenham suas auras sempre ativas, inclusive enquanto dormem. Não esqueçam!
Voltei para o meu quarto e encontrei Samanta de saída andando com alguns monstros. Nem pareciam mais inimigos pela forma em que ela caminhava ao lado deles.
Quando a elfa me avistou deu uma saudação animada. Provavelmente ela descobriu alguma coisa boa.
– Ah, o treino de hoje acabou?
– Sim, eu fui bem, mas os outros caíram várias vezes. Você poderia curá-los?
– Sinto muito, Arielle disse para não fazer isso e tenho coisas importantes para fazer. Estes monstros vão me levar pelos arredores. Vamos coletar amostras.
Quase havia esquecido sua paixão pela alquimia. Este lugar novo deve ser bem interessante para ela.
Nos despedimos e fui dormir.
Ah, essas cobertas vermelhas são tão macias. De que são feitas?
Senti um mal pressentimento. Juntei as mãos na minha frente parando uma espada a tempo de atravessar o meu olho direito. Segurei firme e aumentei minha aura desviando-a para o lado. Em seguida, rolei para fora da cama pronta para enfrentar o inimigo.
– Arielle?
A vampira estava de pé sobre a cama com um sorriso.
– Ah, você sobreviveu.
Ela veio em minha direção movendo a espada de um lado a outro. Desviei de todos os ataques.
– Alice, ótimos reflexos, Você foi bem melhor do que aquele garoto. Ele foi acertado 3 vezes. Se não fosse pela aura o protegendo, estaria morto.
– Oscar foi ferido? Porque você está nos atacando?
Bastou umas poucas palavras para eu entender que tudo isto fazia parte do treinamento. Os outros também foram atacados a noite toda para melhorar nosso tempo de reação e habilidade de sentir o perigo.
No dia seguinte nos encontramos em outro pátio atrás do castelo. Arielle flutuava com os braços nas costas passando as instruções do dia.
Esfreguei os meus olhos prestando atenção. Mal pude dormir a noite passada por causa dela.
– Hoje vocês aprenderão a voar. Essa habilidade é muito importante caso acabem em um ambiente desfavorável.
Suspirei aliviada. Ajustei minha franja e voei sem dificuldades.
– Ufa, pelo menos uma coisa fácil para hoje. Voar é a minha especialidade.
Oscar também levitou facilmente com magia do vento. Yasmin o seguiu usando sua eletricidade para anular a gravidade.
Os outros se especializavam em combates, então eu não sabia como poderiam voar. Para minha surpresa, Pietro foi o próximo a flutuar. Ele cobriu a sola dos seus pés com sua aura escura e ondas de calor o propulsionaram para cima. Sua técnica culinária tinha as mais diversas aplicações.
Nós 4 brincamos no ar voando por aqui e ali. Enquanto isso, Arielle instruiu os outros com diversas formas de voo alternativas usando aura ou magia.
Como as correntes espirituais de Ana se dividiam em pequenas pétalas, ela criou asas. Jean e Raoni condensavam pequenas plataformas de água para se manter no ar. Pâmela espalhou seu mana negro flutuando graças as linhas que a empurravam para cima.
Arielle balançou a cabeça decepcionada com os gêmeos, que não conseguiram sair do chão. Eles ficaram para treinar mais.
Oscar estava de pernas cruzadas levitando. Ele queria se exibir. Aplaudi mesmo não entendendo aonde queria chegar com essas poses estranhas. Algumas das suas invocações voaram também, como o slime e a Armadura Negra. Me aproximei imitando-o.
– Que pena que eles não conseguiram, não é?
– Fazer o que Alice, somos talentosos demais. Hahaha!
– Hahaha!
A vampira apareceu do nosso lado rindo também, o que me deu um mal pressentimento.
Descemos por uma escada para dentro da montanha. No meio, haviam portões enormes com runas na superfície. Oscar as reconheceu de imediato.
– Sala de treinamento? Não vi esse lugar quando passei por aqui da última vez.
Arielle abriu os portões revelando um amplo espaço circular com totens de cristal em 6 cantos da sala.
– É porque só eu posso revelá-lo.
Assim que passamos pela porta, Oscar caiu de joelhos e logo sua cabeça bateu contra o chão. Ana, Jean e os outros também terminaram da mesma forma.
Fui a última. Não tinha entrado ainda. Vendo a queda dos meus amigos, tentei voltar, mas Arielle me chutou para o centro da sala.
– Hehehe, esqueci de mencionar que a gravidade aqui é 5 vezes maior.
Passamos o dia inteironaquele lugar infernal numa luta sem fim. Era um treinamento de batalha.