𝗚𝗿𝗮𝘆𝘃𝗶𝗹𝗹𝗲; 𝗜𝗻𝗴𝗹𝗮𝘁𝗲𝗿𝗿𝗮
2018𝗛𝗮𝘇𝗲𝗹 𝗣𝗵𝗶𝗹𝗹𝗶𝗽𝘀
Encaro os ponteiros do relógio distraída, as horas parecem demorar a passarem durante a segunda feira. Mas algo que eu sempre reparei é que tem uma data específica no ano em que o tempo parece passar mais devagar do que os outros. Porém, eu sou a única que percebe este fato.
— Como vocês sabem, daqui três dias acontecerá o nosso feriado especial — diz a professora se encostando na mesa.
Feriado 1980.
É assim que costumamos chamar o grande feriado. Como acontece em todas as escolas e faculdades, nós vamos ao antigo cemitério da cidade escolher um túmulo antigo para cuidarmos.
Basicamente iremos passear por aquele lugar imenso com mais de cem túmulos e tumbas para escolher apenas um. Iremos cuidar, levar flores, acender velas, pesquisar sobre aquela pessoa – se ainda tiver registros –, escrever cartas.
A ideia é sermos os familiares daquelas pessoas por um dia, para que eles não sejam esquecidos. Também é considerada uma forma de respeito aos que viveram antes de nós.
— Vocês que irão participar deverão ir hoje escolher os túmulos — aconselha.
Quase bufo de tamanho tédio.
Não porque eu não goste do feriado, para ser sincera eu amo ele, mas este ano eu estou exausta. Eu faço esse mesmo "ritual" desde os 14 anos. São sempre os mesmos túmulos. Ano passado eu cuidei do de uma senhorinha que morreu de infarto, não tinha muitos dados sobre dela, então eu não sei ao certo se ela era boa pessoa ou não.
Todos estão animados com o feriado, boa parte da nossa cidade ama ele. Não tenho ideia do porquê, talvez eles só gostem de terem que investigar coisas do passado.
— Hazel — Julie me chama — Vamos ao cemitério hoje? — pergunta animada.
Minha melhor amiga é a que mais se anima para o feriado. Julie sempre diz que é algo divertido e encantador descobrir parte de vidas passadas.
— Talvez — suspiro me encostando na cadeira e cruzando os braços — Que horas?
— Estava pensando em ir durante a noite — sorriu animada.
Um fato sobre Julie:
Ela ama visitar o cemitério durante a noite.
— Acho melhor não — respondo.
— Por quê? — pergunta — Está com medo da maldição Berrycloth — debocha.
— É só uma história de terror para crianças, Julie — respondo guardando meus materiais — Nós nem sabemos se a família Berrycloth foi real.
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𝗚𝗛𝗢𝗦𝗧
Romance"Vosso filho morrerá da pior forma possível. Será esquecido, será temido e apagado de memórias e culpa Conde, será apenas e unicamente sua. Desejo que sinta a dor que estou sentindo neste momento pelo resto de sua maldita vida." As palavras amaldiço...