Capítulo 04

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𝗛𝗮𝘇𝗲𝗹 𝗣𝗵𝗶𝗹𝗹𝗽𝘀

Me levanto da cama com rapidez observando o rapaz a minha frente. Ele está com as mãos pousadas em seu colo e um tanto encolhido na poltrona. Suas roupas são típicas da época de 1800, terno, gravata, calças que se assemelham as calças sociais e sapatos que na época deveria ter custado um rim. Tudo está impecável em seu corpo, nada foi corroído com o tempo.

— Okay... — sussurro e respiro fundo.

Talvez seja só uma ilusão.
Só isso, afinal, ontem foi uma noite perturbadora.

Me aproximo lentamente com as mãos contidas. Ergo minha mão tocando sua bochecha com o indicador. Dou um pulo para trás choramingando.

— Aí droga, você está vivo! — exclamo balançando as mãos, cubro a boca o olhando totalmente assustada.

Adam Berrycloth se encolheu ainda mais na poltrona, ele abaixou o olhar e não me encarou de volta.

— Como chegou aqui? — pergunto, tirando a mão da boca. — Como entrou aqui?

Ele deu de ombros parecendo envergonhado.

Se ele realmente for um assassino, está mentindo muito bem porque no momento só parece uma criança assustada.

— Eu preciso ligar para a Julie — digo e ele continua calado.

Pego meu celular saindo do quarto. Procuro pelo número da minha melhor amiga na lista de contatos. Aperto em seu número.

— Agora você me liga, não é? — pergunta após atender — O cara sumiu, Hazel!

— Ele está aqui — sussurro passando as mãos nos cabelos.

— Ele o quê?! — praticamente grita — Você levou ele para sua casa? — sussurra.

— Não, ele só apareceu aqui! — digo — Quando eu acordei ele estava lá, sentado na poltrona do lado da minha cama.

— Ele fez alguma coisa com você!?

— Não, ele só parece... — suspiro — assustado.

— Já estou indo.

Ela desliga o celular sem nem ao menos me deixar falar algo a mais. Respiro fundo e toco a maçaneta novamente, abro a porta do quarto. Me surpreendo quando vi minha cama perfeitamente arrumada e minhas roupas dobradas perfeitamente em cima da cama.

— Ow... — murmuro surpresa — Obrigada — agradeço, ele novamente permanece calado e sentado na poltrona — Ei, Adam! — o chamo e ele me observa atento — Adam é o seu nome, não é?

Ele assentiu com a cabeça dando um sorriso de lado.

— Prazer, Hazel — estendo a mão, tentando ser educada.

Adam segura minha mão e só então percebo que ela é minúscula comparada a sua, ele aproxima seus lábios da minha mão depositando um beijo rápido ali. Sinto minhas pernas fraquejarem levemente. Isso deve ter sido algo muito comum na época dele.

— Está com fome? — pergunto, ele assentiu com rapidez — Ah claro, tantos anos preso dentro de um caixão deve estar faminto, vou preparar alguma coisa e...

— A senhorita poderia... Se vestir?

— O quê? — pergunto e olho para abaixo, franzi a testa percebendo que não estou nua. Estou com uma camiseta branca maior que meu corpo e com um short por baixo.

Hazel, sua idiota! — me xingo mentalmente.

Ele é de 1865, na época dele mulheres usava aquelas calcinhas enormes e vestidos gigantes para dormir. Estou praticamente nua, para ele.

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