COMPRADA PELO REI

CAPÍTULO 6

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Os dias no reino persistem sombrios para a família real, os habitantes, os servos do Palácio e numerosos nobres que já foram informados da dolorosa e desoladora notícia. O passar de duas semanas pareceu um borrão, deixando a família real mergulhada em pesar e sem nenhum sinal reconfortante de Sarah. A tristeza paira pesadamente sobre todos, como uma sombra que não se dissipa.

—Essas pessoas exageram nas lamentações por causa de uma garotinha boba!

—Perdão.Mas ela não é uma menina qualquer,minha senhora ,é a princesa de Makaria,herdeira desse reino.

—Ah, surpreendente! Sente-se agora arrependida? Não há utilidade em lamentar-se após os atos cometidos. Não venha, então, dar-me lições de moral neste momento.—Hemera comenta, enquanto contempla suas unhas, confiante em si mesma, como se atribuísse a total culpa somente a Melian.

Melian se aproxima dela, reunindo o que resta de seu caráter, e com coragem, decide expressar seus pensamentos.

—Por favor, minha senhora, é crucial que você conte a verdade. A rainha e o rei estão sofrendo. Peça àquele homem que traga a princesa de volta. —Sussurra Melian com voz baixa enquanto caminham no pátio do castelo, onde a movimentação dos guardas e empregados torna necessário o sigilo.

Hemera emite uma risada de deboche, os cantos de seus lábios se curvando em desdém enquanto ela encara a serva. Com um movimento rápido, ela agarra o braço de Melian com firmeza, seus dedos apertando com determinação enquanto a puxa para mais perto de si, seus olhos penetrando nos dela com uma intensidade que deixa claro sua autoridade e exigência.

—Você está louca? Perdeu o juízo completamente? Depois de tudo que fiz para o plano dar certo, acha mesmo que vou trazer aquela bastarda de volta? Ela está bem longe e vai permanecer assim, até que seja esquecida pelo rei!.—Diz Hemera, sua voz carregada de desprezo e desdém, enquanto seus olhos faíscam com uma mistura de raiva e determinação.

Melian balança a cabeça lentamente em reprovação, seus olhos refletindo a profunda decepção que ela sente. Durante essas duas semanas, ela ousou permitir-se acreditar que Hemera poderia ter mudado. Testemunhou os momentos de vulnerabilidade da rainha, compartilhados com Hemera. Viu sua senhora chorar, enquanto Hemera permanecia ao seu lado, oferecendo consolo durante as longas noites sem dormir. Hemera até surpreendeu a todos tratando os servos e empregados com uma gentileza incomum, estendendo essa cortesia até mesmo a Melian. Mas agora, ouvindo novamente essas palavras cruéis e egoístas, todas as esperanças desmoronam diante dela. É como se uma cortina tivesse sido puxada, revelando a verdadeira essência de Hemera, e Melian agora enxerga a falsidade por trás de cada gesto aparentemente generoso. A tristeza e a traição se misturam em seu coração, enquanto ela lamenta a ilusão que foi construída ao seu redor.

— Tudo bem, se você prefere guardar segredo, eu mesma buscarei uma solução. — Melian respondeu, dando um passo para trás,decidida ela vai se afastando de Hemera. Os olhos arregalados da amante do rei denotavam surpresa diante da determinação de sua serva.

— O que você pensa que está fazendo? — Ela perguntou, incrédula.

— Não se inquiete, minha intenção é apenas resgatar a princesa Sarah e devolvê-la ao seu legítimo lugar, de onde jamais deveria ter partido.