Capítulo Três

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Eu nunca estive tão confusa como naquele momento. Tudo era uma grande confusão.

Parecia um grande tornado e eu não estava no centro dele segura. Eu era a confusão.

Eu passei todos os dias durante uma 1 semana pensando naquele sonho.

Meu quarto tinha virado meu esconderijo.

Mas hoje eu tinha decidido sair um pouco, então saltei da cama e corri pela casa.

Passei pela cozinha gritando:

— Vou sair para voar um pouco!

— Tome cuidado, meu bem! — Minha mãe gritou de volta.

Sai pela porta e me lancei no céu nublado com nuvens cinzas. Eu fechei os olhos por um segundo sentindo a liberdade.

Depois de alguns minutos voando gotas de chuva molharam minha pele. Eu não gostava de voar enquanto chovia.

Aumentei a velocidade do bater das minhas asas quando um trovão me assustou.
— Mas que droga!

Olhei ao redor procurando um lugar para  pousar. Arregalei os olhos.
Eu estava perto do acampamento Illyriano. Isso não era bom.

Tentei fazer uma curva no céu e voltar mas ao fazer isso eu abaixei minha altura de voo.

Olhei para o lado e vi um grupo de Illyrianos me olhando no céu.

Droga!

Eles se lançaram no céu e começaram a voar atrás de mim. O medo começou a me consumir.

Eu iria ter o mesmo destino da minha tia, se não um destino pior ainda. Voei o mais rápido que pude, a chuva estava começando a atrapalhar minha visão.

Olhei para trás e vi que os machos continuavam a me seguir. O pânico estava tomando conta de mim.

Eu poderia me jogar na água de algum rio e fazê-los pensar que eu tinha me afogado mas eu poderia realmente correr o risco de morrer, já que eu não sabia nadar.

Minhas asas pediam por descanso, em sentia as bases delas doerem e arderem pelo esforço.

Os Illyrianos estavam próximos.

Próximos demais... Próximos demais....

Eu respirava com difculdade.

Precisava pousar. Olhei para as árvores e desci como um raio até elas.

Encolhi as asas, como minha mãe tinha ensinado à fazer quando quisesse descer mais rápido.

Ao chegar ao chão comecei a correr como se não ouvesse amanhã, eu não me importei se meus pulmões doíam pelo esforço ou se meus músculos clamavam por alívio. Eu precisava escapar.

As árvores passavam como um borrão ao meu lado, os passos atrás de mim se tornavam próximos.

Corri ainda mais rápido do que antes e quase gritei com a dor em minhas pernas. Meu coração batia tão rápido que eu sentia todo o sangue do meu corpo pulsando.

Eu corri enquanto pude até que meus pés tropeçaram em uma raiz e eu caí na lama entre as árvores. Senti uma dor aguda em meu tornezelo e me arrastei por alguns centímetros.

— Não sei porque ainda tentou fugir, gracinha. — Olhei para trás horrorizada. Um Illyriano me encarava, o machado em suas mãos, cheio de sangue seco, pronto para decepar minhas asas.

Ele caminhou até mim com um sorriso maldoso e maníaco no rosto.

— Talvez eu não corte suas asas agora... — Ele tocou meus cabelos, eu quis vomitar com aquele toque asqueroso.

— Eu posso me divertir com você um pouco, gracinha.

Ele sorriu antes largar o machado no chão. Ele começou a abrir suas calças e um desepero maior me tomou.
Antes que ele pudesse me tocar, o Illyriano foi jogado para longe.

RHYSAND...
Eu treinava com Cassian quando uma sensação ruim tomou conta do meu corpo. Eu senti um puxão e parei o soco, que estava preste à acertar em Cass, no ar.

Meu braço esticado e imóvel enquanto eu sentia outra vez o puxão seguido de medo, desespero e pânico, sentimentos que com certeza não eram meus.

— O que foi, Rhys? Ficou com medo de ganhar um soco maior? — Cass perguntou com deboche e sorrindo. Seu sorriso se desfez ao ver minha expressão.

Eu sentia todo aquele medo, tudo. Não conseguia me concentrar. Alguma coisa me puxava para a floresta perto do acampamento.

Não esperei um segundo, quando percebi o que o puxão significava.
Parceira.

A minha parceira estava em perigo.

Abri minhas asas e me lancei no ar.

Voei rápido seguindo o puxão do laço.

Desci entre as árvores e mais a frente vi uma garota encolhida enquanto um macho estava à sua frente com um machado em mãos.

Ele ia cortar suas asas.

Aquilo me enfureceu. Ouvi um bater de asas e olhei para trás vendo Cass e Az.

— Talvez eu não corte suas asas agora...
— Vi o macho nojento tocar os cabelos da minha parceira. Ela se encolheu. — Eu posso me divertir com você um pouco, gracinha.

O pensamento daquele ser fazer aquilo com aquela garota, que era minha parceira, me enfureceu tanto que um rugido saiu de mim e quando percebi já estava na frente dela jogando o Illyriano longe.

Senti o puxão novamente. E por estar mais perto, pude sentir tudo o que ela sentia com mais intensidade. Eu quase poderia sentir o cheiro de seu medo e isso me quebrou.

Olhei para frente e vi o macho se levantando. Assim que ele se pôs de pé Cassian já estava em cima dele.

Eu sabia que ele e Azriel dariam conta então me virei para a garota, a minha parceira.

Ela se encolheu um pouco quando me agachei em sua frente e a abracei escondendo-a de tudo, como se assim eu pudesse protegê-la de tudo que fosse perigoso para ela.

Depois de um tempo ela se afundou em meus braços, finalmente, reconhecendo que estava segura.  Beijei seus cabelos, seu perfume era suave e doce. Era perfeito.

SELINE...

Eu me sentia protegida naqueles braços. Parecia que tudo nele me acalmava. Depois de um tempo levantei minha cabeça para olha-lo.

Olhei em seus violetas e soube assim que senti um puxão.

Eu tinha um parceiro.

E ele tinha acabado de me salvar. Não disse nada apenas o abracei, tendo a sensação de algo se encaixando.

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A Court Of Wings And StarsWhere stories live. Discover now