Capítulo Quatro

287 38 3
                                    

Eu sentia os braços envolta de mim.

Aqueles braços eram tão quentes e reconfortantes.

Eu me separei lentamente do abraço.

— Obrigada... — Minha voz saiu baixa e tímida.

Ele sorriu. Seu sorriso era lindo.

O olhei atentamente e ele parecia ser, talvez,  três anos mais velho que eu. Ele parecia um pouco mais novo do que no meu sonho mas, sem dúvidas, era ele.

Seus olhos eram como um mar de estrelas e eu estava me afogando neles.

Ele me olhava com amor e cuidado, exatamente, como no meu sonho.

— Consegue levantar? — Sua voz era mais bonita do que no sonho. Era um pouco rouca e totalmente sensual.
Eu tentei ficar de pé mas a dor no tornozelo me impediu.

Eu soltei um gemido dolorido e minha perna fraquejou, fazendo eu me apoiar em seus ombros. Meus braços se entrelaçaram em seu pescoço.

Ele não disse nada apenas passou um de seus braços pôr de baixo das minhas pernas e o outro pela minha cintura, me erguendo em seus braços como se eu não pesasse mais que uma pena.

Deitei meu rosto em seu pescoço e aspirei seu perfume enquanto ele andava.

— Você poderia me dizer onde mora?

— Ele perguntou deixando um beijo na minha testa.

— Em uma cabana ao norte daqui — Eu respondi me aconchegando nele.

Estremeci com ar frio enquanto ele voava comigo em seu colo.

Olhei para frente e vi a cabana da minha família.

— Ali. — Eu disse apontando.

Ele assentiu e pousou suavemente na frente da cabana.

Comigo ainda nos braços, ele bateu na porta. Uns segundos depois minha mãe abriu a porta e olhou para nós confusa antes de sua boca se abrir.

— Pela Mãe, o que aconteceu? — Minha mãe tocou minha testa e olhou para todo o meu corpo, conferindo se eu estava inteira.

— Onde posso deixá-la? — Ele perguntou, mamãe o olhou e sorriu.
Ela entrou pela porta e fez um sinal para que ele a seguisse.

Minha mãe abriu a porta do meu quarto e apontou para a minha cama.

— Deite-à na cama.

Fui deixada sobre a cama e logo senti falta do calor de sua pele. Eu queria que ele ficasse ali comigo mas odiaria ser um fardo.

Ele me encarou e eu devolvi seu olhar. Seus olhos desceram até os meus lábios e vi ele engolir em seco antes de afastar.

Quando vi que ele estava prestes a ir embora algo em mim, simplesmente, não podia deixar que ele fosse. Não agora.

— Espere, fique. Por favor... — Minha voz saiu em tom de súplica.

Ele se virou e perdi o fôlego por alguns segundos.

A Court Of Wings And StarsWhere stories live. Discover now