Capítulo 7

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Dante

- Operação bem sucedida, chefe! - escuto pelo ponto no meu ouvido e sorrio. Do carro, na parte baixa do Morro do Alemão, vejo o agito do corre corre e a fumaça lá em cima. Sempre consigo o que quero e finalmente localizamos a verdadeira casa do alvo.

- SEM ERROS DESTA VEZ! Quero a tal Tina do Morro inteira! Nos encontraremos no galpão central - dou o comando e aviso ao motorista para seguir até o local combinado. Não posso negar que estou curioso para finalmente conhecer essa mulher que tem me dado trabalho.

O galpão central é uma antiga garagem de ônibus, num local afastado que usamos para interrogatórios. Seco revisa alguns papéis na sala privada do segundo piso, ele ainda caminha mancando por conta do tiro que levou na perna, por isso foi dispensado dessa ação. Assim que chego, sento confortavelmente na minha cadeira enquanto ele nos serve de uma dose de um bom uísque. Bebo pequenos goles, saboreando o gosto da boa bebida e da vitória conquistada.

- E então, espero que não tenham errado a casa do alvo de novo? - Seco pergunta em tom de brincadeira entre um gole e outro.

- Não! Tivemos sucesso dessa vez. Devem chegar daqui a pouco com nosso alvo - respondo ríspido não gostando do deboche.

- Finalmente! Bom, preciso verificar o armamento que chegou e o retorno do pessoal! - ele diz antes de entornar a bebida de uma vez só e sai da sala, logo o barulho dos carros chegando me animam.

Franzo a testa estranhando quando meus homens entram com uma garota miúda de mãos algemadas às costas e capuz preto na cabeça é jogada na cadeira em minha frente. Me aproximo com cautela e arranco seu capuz.

- Essa é a famosa Tina do Morro? - pergunto com desdém, esperava uma mulher forte e altiva. Tomo um susto quando vejo uma ruivinha frágil, vestida de roupas simples e que não parece ser muito mais que uma menina me olhando assustada. Meus homens riem debochados e faço sinal para saírem.

- Moço...me pegaram por engano. Eu trabalho de diarista na casa da dona Tina, sou inocente! - ela me suplica com lindos olhos verdes marejados e pela primeira vez fico realmente em dúvida se peguei a pessoa certa.

- Inocente! Então me desculpe moça, mas temos um problema agora que você nos viu - falo ríspido e a garota se apavora.

- Não, moço! Não vi nada, nem vou falar nada, só me solta, por favor! - lágrimas começam a correr pelo seu rosto mas preciso tirar a dúvida se cometemos mesmo um erro ou não.

- Só me resta apagar você! - lentamente puxo minha arma das costas, engatilho e miro na testa da garota, observando atentamente as expressões de seu rosto. 

 - Errou na sua atuação ruivinha, deveria demonstrar pelo menos um pouquinho de medo! - sorrio com a constatação de que ao invés de ficar ainda mais apavorada, ela simplesmente me encara, sem nem piscar.

- É... minha atuação é péssima mesmo!- ela sorri de canto ainda sem desviar os olhos de mim. Mapeio seu rosto, sua expressão facial muda completamente, de menina coitadinha para um mulherão petulante. 

- Escute aqui, garota! Você agora é minha prisioneira e vai responder a tudo que eu perguntar -encaro sua boca suculenta que parece me hipnotizar por alguns segundos.

- Bancar o machão apontando uma arma para uma garota algemada é muito fácil. Quero ver me encarar! - minha prisioneira me desafia e então tomo a decisão de aceitar o desafio, vou ensinar uma lição para essa garota petulante. Desengatilho e tiro o pente da minha arma largando tudo encima da mesa e a solto.

Mal termino de abrir a algema de uma de suas mãos e sinto um soco na têmpora esquerda seguido de um golpe de baixo para cima no queixo que me deixam levemente confuso. Ela levanta e gira rápido para chutar minha virilha, mas dobro uma perna prevendo o ataque e o baque acerta no meu joelho, me deixando com a perna meio mole. Mais um golpe no queixo e cambaleio para trás, balançando a cabeça para me situar. Sorrio, me divertindo com esse embate. A muito tempo que ninguém me acertava um golpe.

Avanço sobre ela, a garota é rápida e bastante ágil, mas sou bem maior e muito mais forte, bloqueio seus ataques sem realmente revidar nela, seguro seus pulsos com força, a garota ainda tenta me acertar alguns golpes com as pernas e a empurro até bater as costas na parede colando meu corpo no seu, impedindo-a de se mexer. Firmo seus braços acima de sua cabeça e sem prever, uma cabeçada acerta meu lábio inferior, passo a língua no lábio sentindo o gosto metálico de sangue e antes que me acerte de novo, firmo seu pescoço com meu antebraço, ficando a centímetros de seu rosto.

- Pimentinha, pimentinha ... você é bem atrevida, heim? - pimentinha parece descrever perfeitamente a garota, arisca, feroz e linda. Ela tenta se mexer mas aperto seu corpo delicioso um pouco mais contra a parede e ela arfa. Seu hálito doce bate em meu rosto e uma descarga elétrica percorre meu corpo descendo direto para meu pau que cresce dentro da calça. "Mas que porra é essa agora?", fico confuso, como uma garota que conseguiu me bater pode me deixar excitado?

O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)Where stories live. Discover now