Capítulo 46

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Dante

O tempo passa absurdamente rápido. Desde que Valentina decidiu mudar totalmente de vida, deixando o tráfico para se dedicar a um projeto social passaram-se alguns meses. Nesse meio tempo mal vi minha pimentinha, mas o pouco que passamos juntos vi alegria e seus olhos brilhando a cada etapa concluída. Isso já foi o suficiente para amenizar a falta que tenho sentido de sua companhia.

Bruno a acompanha em tudo. Confesso que tive um pouco de ciúmes no início, mas confio plenamente em minha pimentinha e sei que assim como Andreas, ele também é um bom amigo. Fora que com aquela cara sempre numa carranca acho difícil chamar a atenção de alguma mulher.

Gostaria de ter ajudado Valentina muito mais, sei de todo seu esforço para que tudo desse certo, mas o meu trabalho também não foi fácil. Investigamos e procuramos por todos os cantos até que em fim conseguimos encerrar com a milícia que Seco estava formando, não podíamos deixar que houvesse nenhuma mínima chance de tentarem resgatá-lo do presídio de segurança máxima que foi enviado.

Depois de pegar Olívia e Andreas no aeroporto, acelero o carro ao máximo, querendo chegar o quanto antes na festa de inauguração para ficar com Valentina. Assim que chegamos percebo que as pessoas não parecem animadas como achei que estariam e há um um clima estranho na festa. Olho para todos os lados procurando por Valentina até encontrá-la, sentada em um canto.

- O que aconteceu? - digo preocupado vendo minha mulher pálida.

- Dandara apareceu aqui e me acusou de ter matado Roger - ela diz em voz baixa

- Como assim? Você disse que foi Seco que o matou ? - pergunto, Valentina balança a cabeça negando

- Vou mandar meu pessoal procurar essa garota e vou contar o que aconteceu - digo pegando o celular para fazer uma ligação, Valentina segura minha mão me impedindo.

- NÂO! Nunca vou contar a ela que o irmão traficava crianças pelas minhas costas. Não posso deixar que essa seja a lembrança que terá dele! - ela fala com os olhos marejados.

- Mas ela acusou você! - digo sério

- Não me importa! Não se esqueça que ele morreu para salvar a minha vida! - aceno a cabeça dando-me por vencido, pelo menos por enquanto. Limpo as lágrimas que escorrem em seu rosto e colo nossas bocas num beijo calmo, suave. Tudo que mais quero é que ela fique bem.

O miliciano e a dona do morro ( Brutos que amam - Livro 2)Where stories live. Discover now