"Capítulo XXXVI" - Livre-arbítrio

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Termo com o qual constantemente nos deparamos no estudo da Doutrina Espírita, o que é o livre-arbítrio? Trata-se de um atributo humano absoluto? Todos sabem usá-lo de forma adequada? Por que fazemos escolhas cujas consequências acabam nos prejudicando? O acerto em nossas escolhas é de nosso próprio mérito? Será sempre o próprio indivíduo o responsável por seus atos? E se alguém influenciar negativamente seu livre-arbítrio, tem ele a mesma responsabilidade pelo desacerto de suas escolhas?

Arbítrio: "Resolução que depende só da vontade. Opinião".

Livre-arbítrio: "Livre julgamento. Faculdade de o homem determinar-se a si mesmo". [1]

O termo livre-arbítrio, com o qual nos deparamos, constantemente, no estudo da Doutrina Espírita, é a capacidade de escolher, dentre as várias alternativas que nos surgem, aquela que julgamos ser a mais conveniente e desejável, permitindo-nos, assim, determinar o que queremos para nós.

A fim de ilustrar tal capacidade de escolha e decisão, apresentamos a seguinte lenda:

Em uma vila da Grécia, vivia um sábio famoso por saber sempre a resposta para todas as perguntas que fossem feitas. Um dia, um jovem adolescente, conversando com um amigo, disse: "Eu acho que sei como enganar o sábio. Vou pegar um passarinho e o levarei, dentro da minha mão, até o sábio. Então, perguntarei a ele se o passarinho está vivo ou morto. Se ele disser que está vivo, espremo o passarinho, mato-o e deixo-o cair no chão; mas se ele disser que está morto, abro a mão e deixo-o voar". Assim, o jovem chegou perto do sábio e fez a pergunta: "Sábio, o passarinho na minha mão está vivo ou morto?"

O sábio olhou para o rapaz e disse: "Meu jovem, a resposta está em suas mãos!" [2]

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Na questão 114 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:

"Os Espíritos são bons ou maus por natureza, ou são eles mesmos que se melhoram?"

Resposta:

"São os próprios Espíritos que se melhoram e, melhorando-se, passam de uma ordem inferior para uma ordem superior." [3]

Com o estudo do Espiritismo, podemos aprender que todos nós fomos criados por Deus como espíritos simples e ignorantes [4].

Para que conhecêssemos a diferença entre o bem e o mal e, dessa forma, evoluíssemos por nossos próprios méritos, foi necessária a união de nosso espírito a um corpo físico. Então, desde a nossa criação, estamos progredindo através de milhares de encarnações.

Na questão 119, temos:

"Deus não poderia isentar os Espíritos das provas que devem suportar para alcançarem a primeira ordem (a ordem dos Espíritos puros)?"

Resposta:

"Se eles tivessem sido criados perfeitos não teriam mérito para desfrutar os benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta?" [5]

No entanto, cada um de nós tem efetuado essa evolução da sua própria maneira e ritmo, fazendo com que o resultado de todas as escolhas e atitudes – comportamentos adotados no decorrer de nossa trajetória existencial – definissem o que somos na atualidade. E é somente esse progresso exclusivo e individual que consegue explicar, de maneira lógica e racional, as diferenças culturais, emocionais, morais e espirituais que ocorrem entre todos os indivíduos.

Questão 121:

"Por que certos Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal?"

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