Impensável

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Imperatriz Anely
Castelo de Ilibado
28 de agosto de 1601 • 23:21

  Sentada na lateral da cama, observo o berço de madeira clara com dossel que é posicionado bem ao lado esquerdo da minha cama. Decidimos a deixar aqui no nosso quarto porque somos paranoicos. Não confiamos em ninguém e não queremos que ela fique sozinha ou que ela chore e nenhum de nós escute!

  O medo de que aconteça alguma coisa com ela nos assombra. Tanto eu como ele morremos de medo de ela parar de respirar repentinamente ou se virar e não conseguir mais voltar!

  Muitas vezes eu e Michael ficamos acordados apenas a encarando dormir. É um medo tão grande de ela nos deixar

  São pensamentos tão insanos, mas, ao mesmo tempo, fazem tanto sentido. Tenho quase certeza que todo pai ou mãe já teve um desses pensamentos enquanto os filhos eram apenas bebês indefesos

  Ter alguém em seus cuidados é um peso e tanto. E o medo de acontecer algo, é um medo que aparenta não ter fim! Eu só quero ver como vamos lidar com Amely quando ela começar a andar, nossa, a primeira queda vai nos desestabilizar sem dúvida!

  Trago meus joelhos para perto do meu queixo enquanto ainda admiro minha pequena Amely. Ela está dormindo tão tranquilamente. Ela é tão linda. Minha pequena herdou todos os traços marcantes do pai, inclusive a cabeça grande!

— Amor — Michael diz enquanto vem até a cama. Se deita logo atrás de mim — Vamos dormir, hoje ela parece até estar mais tranquila. Vai dormir a noite toda! — diz enquanto me puxa para que eu me deite ao lado dele. Ele coloca a cabeça sobre meus seios assim que me deito

— Fizemos algo tão lindo, olha essa criança! Ela é tão fofa! — digo toda boba enquanto acaricio o couro cabeludo de Michael 

  Os cabelos dele estão soltos e secos. Ele está bem relaxado e cheiroso. Ele é sempre tão cheiroso. Ele se levanta um pouco e afasta minhas pernas. Se deita entre minhas pernas e volta a apoiar sua cabeça em meus seios. Ele está usando um calção de cor branca e esta sem camisa. Desço meu olhar até a curvinha que tem em suas costas. Ele é tão perfeito

— Só você pra tirar a minha atenção de Amely — desço a mão até os ombros dele e os massageio levemente — Que pele macia — digo enquanto ainda o massageio. Ele solta um gemido relaxado — Você gosta assim? — aperto mais um pouco e ele afunda seu rosto entre meus seios

— Sabe onde eu adoraria essas mãos? — diz baixinho — Você sabe onde — ele sabe que Amely não entende nada o que falamos, não é?

— Então, sobe e eu vou te fazer ver estrelas — falo em um tom provocante para ele — E esses dias devem estar sendo tão puxados você precisa de um relaxamento — ele sai de cima de mim e se deita ao meu lado direito

— Eu te amo, te amo demais — faz um biquinho — É minha luz! — traz sua mão até minha bochecha direita — Sua beleza é tão rara e incomparável — diz enquanto boceja

— Meu amorzinho lindo — faço uma voz fofa para ele — Que bonitinho — ele abre um sorrisinho — Vem, volta! — digo enquanto tento o puxar para mim. Ele todo fofo volta. Se deita entre minhas pernas e volta a apoiar sua cabeça em meus seios que definitivamente parece ser o seu lugar favorito no mundo.

29 de agosto de 1601 • 05:52

— Anely — abro meus olhos. Esta tudo escuro — Amor — Michael me chama novamente. Ele beija minha bochecha com carinho. Passa seu nariz por minha bochecha e dá alguns beijinhos    

— Oi meu amorzinho — digo bem baixinho. Esta na cara que ainda é madrugada. Ele esta deitado ao meu lado esquerdo. Sua mão esta acariciando minha bochecha direita enquanto ele beija carinhosamente a esquerda

— Podemos fazer amor? — ele pergunta com uma voz doce e gentil — Eu tive um sonho com você, foi tão bom, mas, acordei antes de fazer qualquer coisa — ele dá uma risadinha baixa — E eu acordei com muita vontade de você — traz seus lábios até os meus. Me beija lentamente

  Escuto alguns gruídos de Amely anunciando que vai acordar e que a noite sem dúvida vai ser longa. Ela nunca acorda de madrugada!

— Eu ligo a vela! — Michael diz enquanto se afasta. Sinto ele se levantar da cama. Me sento na cama e me espreguiço

  Tomara que a minha pequena não esteja sentindo nenhuma dor e que ela só queira um lanchinho. O que seria perfeito agora porque meus seios estão tão doloridos

  Amely começa a chorar mais alto. Faço uma careta e me arrasto até a beira da cama. Me coloco de pé e ando até seu bercinho que fica exatamente há cinco passos curtos da minha cama. Esbarro-me em Michael que está com Amely nos braços

— Me desculpe! — digo entre risos para ele que não diz nada — Michael! — chamo por ele que se distancia — Imperador! Onde você pensa que vai? — digo entre risos — Agora não é hora de brincar de se esconder! Você disse que acenderia a vela! — digo um pouco mais alto a ele que volta a se aproximar, sei disso pelo choro escandaloso de Amely

— ANELY! — Michael grita ao longe... se esse não é Michael... quem é esse? Avanço em quem quer que esteja com a minha filha nos braços. Ele ou ela me empurra com violência me fazendo cair sobre o chão e bater a cabeça fortemente. A porta se abre revelando os corpos de todos os guardas do lado de fora. O sequestrador corre para fora. O Imperador, sem camisa vestindo apenas suas calças, corre para fora do quarto atrás do raptador com sua espada na mão direita. Sinto meus olhos pesarem e uma dor insuportável na cabeça. O choro de Amely vai ficando mais distante. A luz do corredor vai ficando escura. Meus olhos se fecham lentamente...

Ilibado | Michael JacksonWhere stories live. Discover now