Capítulo 1- Amor de pai.

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Era para ser uma noite célere, apesar dos ventos frigidos que percorriam toda a Alemanha naquela pernumbra, eles haviam vencido a guerrilha contra a frança, e agora todos os países alemães eram apenas um só. Como não poderiam festejar? Ora, todos os alemães estavam em festa, bebericando do álcool, dos copos fundos de cerveja. seja nas cervejarias espalhadas por Königsberg ou apreciando dos vinhos antigos na Blutgericht, situado nas dependências do palácio, havia música, dança, júbilo, por cada esquina, entretanto os aposentos de Alemanha, a quietude reinava.

Alemanha, a enorme terra dos germanicos. havia uma representante "humana". Talvez tal palavra não caberia neste ser, afinal a igreja os chama de "Países humanos". Que são seres humanoides descendentes de um ser divino de nome Pangea, que seria a mãe de todos os países, aquele que literalmente se dividiu para dar origem aos representantes dos continentes dentre os homosapiens criados por outros seres cestiais.

Desde o nascimento essas criaturas eram fadadas a representar a terra em que nasceu e também seus habitantes, está tarefa não incluía somente ser a voz do povo, mas sim ser verdadeiramente um só com sua população.

Significava ser como eles, pensar como eles, até sua personalidade e caráter era moldada apartir do pensamento das pessoas ao seu redor, e isso não era uma escolha, era imposto assim que respirassem o ar terreno pela primeira vez. De tal forma, que quando menores poderiam ser facilmente confundidos com o restante do seu povo se não fosse pela cor da pele distinta geralmente padronizada com as cores da bandeira de seu país que ganhavam quando seus progenitores a passavam para os mais novos. Nossa personagem, no entanto, ainda não recebeu tal diferencial.

De aparência juvenil, lábios vermelhos, olhos azuis claros, cabelos ondulados escuros como piche, sua pele alva era como a neve, seu rosto delicado mantém uma expressão triste, melancólica, enquanto a moça se debruçava sobre o para-peito de sua janela que mirava o horizonte. Procurando ver a figura de sua mãe, andando pela estrada de terra que ia de encontro ao Königsberger Schlossteich, cujo era um lago próximo ao palácio prussiano em que moravam.

Seus olhos se encontravam úmidos, cujo brotavam lágrimas frias pela brisa, aguardava ansiosamente pela chegada de sua progenitora, que ainda não retornou da reunião em Versalhes, coisa que lhe desassossegava. inquieta, ela mexia e remexia suas luvas brancas que trajava pelo frio, ansiosa por não ver a figura de sua mãe pelo arvoredo. Alemanha tremeu e encarou suas mãos vendo sua pele pálida se tornar escura como o céu daquela noite.

- Ah?! - Gritou assustada se afastando da janela se batendo em sua penteadeira que estava na parede contrária.

A jovem trêmula respirou fundo sentindo seu corpo formigar, ela via aquela mancha preta subindo de seu antebraço se tornando vermelha, avançando para suas axilas. Pávida ela esfregou a mancha tentando a tirar, mas aquilo só fez sua delicada pele assar graças ao atrito dela com o tecido das luvas.
Aquilo lhe agoniava de corpo inteiro, como se milhares de insetos estivessem subindo desde a ponta de seus pés até seus cabelos. o pior era ela não poder fazer nada a respeito.

Assustada ela se virou em direção ao espelho da escrivaninha atrás de si, vislumbrando sua nova face que mudava da sua pele branca para três faixas, cujo eram a cor da nova bandeira alemã " Preto, branco e vermelho".

Ela tocou as bochechas com as pontas de seus delicados dedos, enquanto suas lágrimas agora mornas escorriam de seu rosto, as pontas de suas falanges deslizaram até seus cabelos e ela os apertou sentindo a pele parando de formigar e aquelas faixas formassem a bandeira alemã em sua frente, aquela figura no espelho não lhe era famíliar, não se reconhecia, não entendia ao certo o que estava de fato ocorrendo consigo mesma.

Respostas, ela precisava de respostas.

- Oh gott Pangaea... Mama, Mama!(Oh deus Pangea ... Mamãe, mamãe!)- Clamou inutilmente pela mais velha, que tinha as mesmas manchas no rosto como as que estavam em sua face naquele momento.

Os Rostos Cor Escarlate.Where stories live. Discover now