Quatro

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Finalmente, é hoje.

E eu estou parecendo um adolescente contando os minutos pra ela chegar. Já eram seis da tarde, o horário que combinamos, e ela não está aqui.

No fim, minha inquietação valeu, pois eu decidi ir encontrá-la e a achei na entrada do prédio, ainda de longe, toda linda e sendo importunada pelo Kiba, um dos moradores.

— Ah, deixa disso! Isso aí é pesado demais pra você. Sério, em que andar você está? Posso...

— Oi, Hinata! – Ela me olhou e corou, dando um pequeno sorriso.

COMO ELA CONSEGUIA SER TÃO LINDA?

— Estava ficando preocupado – Disse, me desviando dela para o intruso– Oi, Kiba.

— Oi... – Ele me olhou torto, obviamente desgosto por eu tê-lo atrapalhado e saiu em direção à escadaria.

Vai tarde.

— Deixa que eu levo essas – Me aproximei, pegando o que parecia ser a sacola mais pesada e indo em direção ao elevador – A cozinha comunitária é lá em cima. E, bom, pratiquei um pouco hoje de manhã – Mencionei orgulhoso.

Ela arqueou as sobrancelhas de um jeito muito fofo.

— É verdade. Fritei ovos... Ficaram horríveis – Ela sorriu e me empurrou de leve. Adorei o contato, acho que estou indo bem. O sinal da chegada do elevador soou e as portas demoraram um momento para abrir.

— Acho que o problema é que não tive supervisão, então as coisas devem sair bem melhores agora que você está aqui – Eu disse enquanto á guiava até a pequena cozinha, onde eu já tinha feito alguns preparativos.

Deixei todos os utensílios que eu achei que usaríamos no balcão, onde eu também coloquei as sacolas que trouxemos.

— Ah, espera um instante – Pedi que ela esperasse e fui até o meu quarto, que é praticamente ao lado, e arranquei um quadro branco que Sasuke tinha na parede para fazer anotações. Levei até a cozinha – Isto vai ajudar... Se você precisar dizer alguma coisa, é só escrever aqui – Sorri, lhe entregando uma caneta e percebi que ela gostou da ideia.

Eu comecei a tirar todos os ingredientes que ela trouxe das sacolas e os enfileirar no balcão, tentando dar o máximo de espaço possível para cozinhar.

— Essência de amêndoas? – Li o ultimo vidrinho que faltava por no balcão – Que chique. Só pra lembrar, estraguei a comida hoje, então você vai precisar me guiar passo a passo.

Ela sorriu e pegou uma folha com a receita impressa e bem detalhada, se aproximou e colocou ao lado da tigela.

— Lá vamos nós... — Eu disse ao pegar o papel. Passei a ler as instruções e percebi que ela começou a rir.

— Do que está rindo? – Ela foi até o quadro e escreveu:

"Da sua expressão de preocupado. É mais fácil que matemática, te garanto."

Sorri, totalmente vencido.

— Muito bem, Hinata. Me ensine a cozinhar!

Habilmente, ele começou a apontar para os ingredientes e ir misturando-os, sempre acompanhando a receita e me fazendo participar ativamente do processo.

— Então, você mora no campus também? – Comecei a puxar assunto.

Ela negou com a cabeça

— Mas, mora na cidade?

Fez que sim.

— Só com sua irmã e seu pai? – Ela negou, indo até o quadro.

"Um primo mora conosco também"

Mais do que PalavrasWhere stories live. Discover now