Por mil anos | Elijah Mikaelson

Capitulo XXVIII

Uma coisa Vladimir Grigorescu não podia negar: Nova Orleans era uma cidade singular. Suas primeiras impressões sobre o local foram as melhores possíveis, um lugar cativante, marcante e sedutor em seu espírito. Achou que detestaria tudo, haja vista que odiava sair de sua amada Romênia, no entanto a cidade da Louisiana estava conseguindo impressioná-lo. 

Era tudo uma mistura! Raízes francesas, com toques caribenhos e forte influência negra, um lugar onde floresceu uma cultura riquíssima e uma encruzilhada de diferentes mundos que se colidiram para se transformar num dos melhores destinos turísticos do mundo. Acreditava que iria gostar dali, no entanto não significava que ficaria muito tempo na cidade, seus objetivos eram claros, veio para buscar sua prometida e não iria embora dali sem ela, inclusive já estava muito claro em sua mente o que faria para levá-la consigo.

— Minha Alina… — com o charuto em uma das mãos e a foto da jovem na outra, o homem sussurra seu nome em um tom quase obsessivo.

— Senhor, trouxe todas as informações que pediu a respeito do relacionamento da senhorita Alina com o vampiro original. — A voz de seu subordinado soa atrás de si, do batente da porta.

— Ótimo, deixe na mesa de centro e saia. — Ordena e assim é feito. — Vamos ver o que minha menina tem aprontado.

. . .

— Quantos livros bons…— Zafira murmura para si mesma enquanto desliza os dedos pelos livros que Elijah possuía nas estantes do seu quarto. Apesar de haver uma biblioteca imensa na mansão dos Mikaelson em Nova Orleans, o original gostava de ter seus livros favoritos em seu quarto, como havia explicado a ela.

Enquanto Elijah tomava banho, ela caminhava por seu quarto na mansão, observando tudo ao passo que o aguardava terminar.

Livros com capas de couro envelhecidas chamam sua atenção e ela os pega, os folheando acreditando tratar-se de edições antigas de livros famosos, contudo surpreende-se ao notar uma bela caligrafia nas páginas de aspecto envelhecido e não demora para perceber que na verdade se tratavam dos diários pessoais do vampiro. 

Um flashback de quando chegou a casa dele em Denver para trabalhar com a arrumação e a vez em que encontrou os diários dele chegam em sua mente e ela rapidamente faz menção de guardá-los, já que era algo pessoal do vampiro, no entanto uma coisa lhe chama a atenção. A página em que ele 
explica com riqueza de detalhes as melhores características sobre uma mulher. Seu nome é Katerina Petrova. Elijah também detalha o quanto estava apaixonado pela moça e o quanto estava disposto a trair a confiança de Klaus apenas para salvá-la de uma certa maldição.

“Ela foi… a garota mais linda que eu já conheci. Ela tinha uma pele morena perfeita. E ela tinha essa risada… era ridículo, a risada dela fazia você rir também. E ela era divertida, ela sabia como se divertir, mas Katherine também era muito impaciente, autoritária, egoísta e impulsiva”

Zafira franze o cenho e folheia as páginas, percebendo que toda aquela paixão ocorreu ainda no século XV. Às vezes ela se esquecia que o vampiro era muito antigo.

Nas páginas seguintes Elijah fala de outros amores que obteve ao longo dos mil anos de existência e o fato mais recente deixou a jovem curiosa. O seu reencontro com a tal Katerina, na qual ele outras vezes se referia como Katherine. Algumas fotos dela se encontravam em algumas páginas e aquilo tirou o ar de Zafira por alguns segundos.

— O que está fazendo, Zafira? — A voz confusa de Elijah soa no ambiente, tirando sua atenção de tudo que via. Ela sabia que estava errada em bisbilhotar em coisas que não eram suas, no entanto ver tudo aquilo abriu uma pequena cratera em seu peito.