Capítulo III

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Enquanto boceja de forma longa demonstrando seu cansaço, Zafira caminha pelo campus da Universidade em busca da sala onde teria a primeira aula do dia. As aulas, alinhadas aos trabalhos que têm feito têm lhe desgastado terrivelmente e tudo pelo que anseia são férias para que possa usufruir de umas horas a mais de sono.

De acordo com sua grade de aulas, que mantinha muito bem visível em sua agenda, sua primeira aula seria de história medieval. Ótimo, adorava a matéria, era uma das suas favoritas, apesar do professor não ter didática nenhuma em sua opinião.

Adentra a sala e segue para uma das carteiras vazias ao fundo, ao passo que lembra-se que à tarde teria que ir para a casa de seu mais novo patrão, Elijah Mikaelson, aquele que ainda a intrigava, não podia negar.

Já estava trabalhando para ele há cinco dias e notava comportamentos estranhos vindos dele, um exemplo claro daquilo era o fato de aparecer a qualquer hora e em qualquer lugar, como um fantasma.

Outra coisa que achava estranho era que enquanto trabalhava, constantemente sentia-se observada. Sempre olhava para os lados em busca de algum sinal de alguém por perto, mas nada encontrava. Estava começando a achar que estava enlouquecendo.

ㅡ Bom dia, peço a atenção de todos. ㅡ Escuta a voz de uma das garotas de sua sala e a encara prestando atenção em sua fala. ㅡ Soube na reitoria que o professor Lincoln não dará mais aulas nesta instituição. Aparentemente ele pediu demissão então ficaremos sem professor até que encontrem um novo, então estamos dispensados.

Zafira bufa com a informação, estava irritada por dois motivos. O primeiro é que se apressou a toa e ainda perdeu a chance de dormir mais um pouco e o segundo é que quanto mais tempo demorassem para encontrar um substituto, demoraria mais tempo para o semestre acabar.

Sem outra opção levanta-se e deixa a sala. Aquela seria sua única aula no dia, então pretendia voltar para casa e descansar um pouco mais, para mais tarde ir para a casa daquele que tem atormentado seus pensamentos.

Pegando mais uma das caixas de Elijah para arrumar, Zafira se desequilibra e deixa os livros que ali estavam cairem todos no chão.

— Droga! — Exclama para si mesma, condenando seu modo atrapalhado de ser.

Junta aos poucos todos e por último pega um caderno bastante envelhecido, como podia ser percebido pela capa, que inclusive já estava caindo aos pedaços. Curiosa sobre aquele livro, sobretudo pelo fato de gostar de coisas bem antigas, o folheia rapidamente, notando que ele era todo manuscrito, com uma belíssima caligrafia. O abre em uma página qualquer e se põe a ler o que estava registrado.

Abril de 1745

Hoje é mais um daqueles dias em que acordei ansiando pela morte, estou novamente sozinho.  Essa era a especialidade de meu irmão Niklaus, me separar de nossa família e deixar que eu padeça na completa solidão.

Junho de 1820

Meus irmãos e eu já estamos há algum tempo nesta nova cidade da Louisiana, é aqui que decidimos ficar e fazer do local nosso lar. Niklaus está impossível. Acredita que roubei a atenção de seu protegido, Marcellus e agora como vingança retirou a adaga do coração de nosso irmão Kol, que  estava empalado há 118 anos desde que começara a matar de forma intensa em Cádis, na Espanha em 1702, o que poderia atrair a atenção de Mikael. Eu não sei mais o que fazer, a cada dia que passa sinto que a redenção que busco para ele está cada vez mais longe.

Fevereiro, 1920

Estou em Chicago, a cidade do Vento, tenho andado descontrolado, acordo com mulheres desconhecidas das quais ao menos me lembro de ter levado para a cama. Não reconheço mais este Elijah. Descobri informações de que seja possível que meus irmãos, Niklaus e Rebekah estejam nessa cidade, anseio por reencontrá-los.

Por mil anos | Elijah Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora