𝔇𝔯𝔢𝔞𝔪𝔩𝔞𝔫𝔡 [COMPLETA]

ℭ𝔥𝔞 𝔡𝔞 𝔗𝔞𝔯𝔡𝔢

Olá! É ótimo te ver por aqui, Dreamland está a sua espera.

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Todos naquela biblioteca e fora dela sabiam que o cerco estava se fechando. E a única pista que parecia promissora desde minha chegada era o tal livro furtado na mão grande pelo pavão.

O que 'R' poderia querer daquele livro, se ele foi escrito para mim? Uma armadilha? Salvação ou colapso total? E esse convite?

Era muita coisa para pensar, mas não havia como fugir, os animais e híbridos do reino não poderiam me acompanhar até lá. Eu estaria por minha própria conta e vontade.

— 'R' não pode lhe fazer mal. — Yanli disse apreensiva — E sua energia não lhe prejudicará. Mas não sabemos suas verdadeiras intenções.

— Precisamos pensar em uma maneira de conseguir o livro e te tirar de lá o mais rápido possível. — Qing pontuou.

— Ele está mais poderoso agora, não será tão fácil como da primeira vez. — Ning me direcionou um olhar especulativo.

Ning tinha razão, na primeira vez, éramos crianças e as ações tomadas foram ingênuas e infantis, dessa vez, não sabíamos exatamente com o que estávamos lidando. Além de um Ressentimento em plena forma e poderoso destruindo Dreamland.

— Sendo assim, a melhor coisa a fazer é que eu vá lá e tente conversar com ele.

— Sem um plano? Parece uma nova maneira de dizer adeus a esse mundo. — Qing estava indignada.

— Mas que opções nos restam? — questionei, estávamos num beco sem saída.

Olhamo-nos em conformidade, não havia muito o que se fazer e planejar, também não era como se eu pudesse usar magia e lutar contra 'R'. Eu estava de mãos atadas e indo direto para o centro do caos, ou seja, para as mãos do 'R'.

— Pelo menos se apresente a ele de forma mais adequada — Ning falou e estalou seus dedos — Vá se arrumar.

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Os animais e Ning me escoltaram pela clareira e através da floresta, para a divisão entre verde e cinza marcada no chão, o território de 'R' estava se expandindo rapidamente.

— Estaremos de guarda e esperando por você —  Ning estava sério, as orelhas em pé.

Eles não poderiam seguir em frente comigo, então caminhei para o terreno infértil e logo uma energia formigou minha pele, não era incômoda —  era quente. Dois passos foram necessários para que um corvo aparecesse e liderasse o caminho, voando a frente.

Uma caminhada leve e silenciosa me levou ao lago de vitória-régia, que era a única coisa com algum verde naquele lugar, o corvo me fez contornar o lago e imediatamente vi uma construção de madeira redonda. Não tinha paredes, sua sustentação provinha de pesados pilares esculpidos, as leves cortinas vermelhas com brocado dourado davam a privacidade ao lugar.

O corvo parou na escada e grasnou alto, como entendimento passei por ele e afastando as cortinas entrei no local. Por dentro era luxuoso e exuberante, diferente da aconchegante biblioteca que eu estava acostumado, mas o ponto central era um enorme trono espelhado no meio do lugar. Lá se encontrava confortavelmente sentado um jovem híbrido que exibia orgulhosamente uma volumosa cauda em formato de leque com penas coloridas, em seu rosto um olhar superior e tedioso era visto, ao passo que me analisava na mesma proporção do meu escrutínio.

— Você não é o 'R'. —  eu disse convicto.

— Muito perspicaz. — um sussurro soprado ao pé do meu ouvido, que me arrepiou da raiz do cabelo a unha do pé.