Capítulo V: as coisas parecem reais

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-Quem aí topa u-

-Ninguém topa porra nenhuma - Katsuki gritou com Denki, que fez um carão e saiu andando, voltando para uma pequena pista de dança onde o som era mais alto.

Aqueles que não bebiam estavam - a maioria - na pista de dança improvisada. A noite começou bem, com enormes pratos de salgadinho que deixaram água na boca de todos, refrigerantes de três litros cada e dos mais diversos sabores. A casa permanecia em um escuro, com vários jogos de luzes por toda a parte que deixavam a sala iluminada em colorido.

Todo o resto da casa incluindo quartos e banheiros privados estavam fora disso tudo, apenas a sala, a cozinha e o banheiro principal podiam ser usados. Todos os três cômodos estavam decorados estilo balada, a casa parecia mais uma boate.

As roupas brilhantes, vestidos longos ou curtos, gravadas borboletas ou blusas de gola eram a maioria. Cada um queria mesmo estar bem vestido para a ocasião. É claro, aquela seria a última festa dos alunos da U.A, declarado que a escola seria fechada por tempo indeterminado, aquela era mais como uma festa de despedida entre os colegas. A verdade é wue ninguém soube o real motivo para fecharem a escola, mas todos ficaram abalados facilmente com a ideia de wue talvez não reencontrariam os amigos.

A sala foi quase toda modificada para dar mais espaço, mantendo a televisão e os variados sofás, deixando espaço suficiente para todos os vinte alunos. Mais ao canto, um barman foi contratado para ficar no pequeno bar alugado. O mesmo servia drinks alcoólicos, era um profissional que impressionou a todos com sua habilidade em bebidas.

Era certa de uma da manhã quando a maioria já estava bêbada, gritando ou dançado em meio a todos. Guerras de dança, de bebidas e até de rimas aconteceram e todos participaram de ao menos uma das brincadeiras.

Sentiram a nostalgia ao brincar de dança das cadeiras, com todos rindo engasgados ao gargalhar quando Bakugou e Kirishima quebraram a cadeira wuando se jogaram na mesma.

O jogo de vira a garrafa nunca foi algo tão difícil para Kirishima. O desafio era simples mas extremamente complicado para ele, já que deveria colocar um tubo em sua boca, bebendo o álcool sem parar enquanto derramavam no tubo por meio de um funil que era interligado diretamente a sua boca.

Izuku permaneceu grande parte do tempo na pista de dança, fazendo os poucos movimentos que aprendeu em vídeos. Vez ou outra se juntava a Mina e Uraraka para fazerem passos sincronizados que deixavam toda a atenção sobre si, com Denki sempre gravado tudo.

-Izu! Izu! - Mina cutucou, continuando a dançar enquanto o esverdeado se virou - Se liga!

Abaixando o corpo e colocando as mãos no joelho, Mina fez três únicos movimentos com o quadril, requebrando no ritmo do som. Izuku ergueu as sobrancelhas, desde wuando aquilo era possível?

-Como você faz isso?!

-É assim 'ó! - ela se posicionou - Fica assim e...

Depois de algumas explicações Izuku imitava com maestria cada passo da rosada, e em pouco menos de três tentativas ja sabia fazer os movimentos mais complicados.

Quando os olhos perceberam os dois no centro ds pista, todos se distanciaram abrindo espaço para os dois. Todos observavam Mina e Izuku, arregalando os olhos, cochichando e gravando.

Mina se surpreendeu quando ele conseguiu pois o mesmo estava de calça, e não uma qualquer, uma calça mesmo justa. Mina, que usava um short jeans já via ser complicado com suas roupas, e nem acreditou quando Izuku conseguiu repetir os movimentos naquela calça.

-Você pegou isso muito rápido!

-Ah, sério? Eu achei wue demorou, poderia ter sido mais rápido, mas estou enferrujado - ele riu - Eu parei com as aulas de Twerk a alguns anos.

-Twerk?! Quando ia me contar isso? Eu tô tendo aulas a uma semana! Poderia aprender de graça com você - ela cruzou os braços, fazendo o esverdeado gargalhar.

-Se quiser eu te ensino os passos intermediários, não é tão difícil quando alguém explica - Izuku levou uma mão até a gravada que usava, desapertando a mesma e deixando-a mais larga em seu pescoço.

-Saiam da frente! - Mina começou a afastar todos em volta, abrindo um espaço na pista e chamando a atenção de todos para ali.

-Mina... - Izuku riu de nervoso, apenas ele sabia das aulas, e mostrar para toda sua sala aquele tipo de dança era algo vergonhoso - Não precisa disso! - ele cochicou sorrindo, já vernelho de vergonha.

-Problema seu! Agora eu quero sair daqui sabendo um passo no mínimo!

-Só um! - ela concordou.

Izuku dobrou o pé de sua calça quase até o joelho, mostrando sua panturrilha torneada pelos treinos recentes. Com a atenção toda nele, todos gritaram quando o mesmo de um exemplo da dança.

Ninguém - ninguém mesmo - sabia que o menor sabia dançar daquela forma. Twerk é uma dança sensual quase toda focada nos quadris e bunda, e todos ali concordariam em dizer que ele sabia mesmo dançar. O rebolado e o agachamento são constantes, o garoto ia ao chão e voltava várias vezes.

Izuku se soltou com o tempo, relaxando o corpo e cada vez mais fazendo movimentos difíceis. Com os urros, e gritos em torcida, ele se sentia confiante ali.

Em um movimento de agachar, ele deixou as pernas retas e começou a subir o corpo de forma lenta, passando a mão pelas próprias pernas até erguer o rosto. O que não imaginava era que um alguém bem específico o encarava bem a frente. Apoiado na bancada, Katsuki tinha os olhos pregados no esverdeado, que travou no mesmo instante e começou a rir, saindo do meio da roda o mais rápido possível.

Correndo em direção a cozinha, ele agarrou o primeiro copo limpo que viu, enchendo ele de água e virando tudo de uma vez. Desde quando o loiro estava vendo aquilo?

Só então dua fixa caiu. Ele havia dançado na frente de todos daquela forma.
Ele enfiou o rosto entre as mãos, sentindo seu rosto quente, tinha certeza que está a vernelho até o pé da orelha.

Quando se virou para pegar mais água, uma mão firme se apossou da sua cintura, fazendo ele se virar rápido demais, batendo contra o braço de Bakugou.

-Quem diria... - ele mantinha um sorriso sacana no rosto - Porque parou de dançar? - ele se aproximou, cochichando de forma provocante na orelha do menor - Tenho certeza que todos gostaram.

-E-eu só me cansei...

-Jura? - ele largou a cintura do menor, que suspirou.

-Faz muito tempo que eu não danço assim.

-Entao dance mais assim - Izuku arregalou os olhos - pegará o costume e não irá se cansar mais.

-Ah, eu não tenho coragem de dançar assim na frente de alguém, nunca mais.

-Tem certeza? Foi algo bem impressionante na minha visão - ele sorriu.

-Desde quando estava vendo?

-Desde que fingiu não saber o básico. Você sabe, como seu namorado, não consigo tirar os olhos de você.

-Está mesmo levando a sério, hein? - izuku soltou uma risada fraca, mas engoliu o ar quando o loiro colou seus corpos.

-Eu já disse Izuku, não estou levando só na brincadeira. É tão difícil acreditar que eu posso só te querer?

Izuku ficou em silêncio, sem saber o que responder. Perguntas íntimas como essas fazem pessoas se sentirem desejadas, e izuku nunca havia se sentido desejado por ninguém.

-Você quer... tipo, namorar comigo, mesmo?

-Namorados fazem coisas fofas, carinhosas e românticas - ele encheu e virou um copo da bebida de maçã que izuku havia provado a pouco menos de dois dias - acho que o que quero não se encaixa tão bem nessas palavras.

POR VINTE E QUATRO HORAS // BAKUDEKU Where stories live. Discover now