Capítulo III: Mais que uma brincadeira

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Izuku Midoriya

Então é assim...
Então é isso que sentimos quando percebemos gostar de alguém?

Assim como quando você anda na rua e se apaixona por uma pessoa em um único olhar.

Eu me sinto completamente confuso, a pergunta de "será que eu gosto dele?" não sai da minha cabeça e isso está me deixando louco.

Meu coração palpitava tão forte que por um segundo eu pensei poder ter um ataque cardíaco.

E agora aqui estou, deitado no chão e encarando o teto.
Tenho medo de me sentar e encontrar Bakugou, sendo que ao mesmo tempo eu quero vê-lo.

Eu escutei um bocejo e meus olhos saíram do teto branco na direção do som, Iida pedia desculpa e explicava sobre horários de sono e o quão importante era dormirmos mais de oito horas por dia.

-Temos que parar com o jogo agora, amanhã nós todos temos aula - ele ajeitou a manga olhando seu relógio - E já são três e meia.

-Que estraga prazeres - Denki murmurou.

-Ele está certo, vamos dormir - Ouvi a voz de Shoto.

Depois de alguns resmungos eu me sentei e observei todos se deitarem em silêncio, cada um ajeitando a própria almofada abaixo de si.

Depois de uma sequência de "boa noite" todos já estavam em puro silêncio e não restara nenhum resquício da festa agitada de segundos anteriores.

Procurei pelos cabelos loiros em meio de tanta gente, mas não estava ali em lugar algum. Eu me levantei e tomei alguns segundos para respirar, logo desliguei a caixinha de som que tocava uma música baixa e ainda com a mão apoiada na mesa eu olho em volta.

Deveria ir até a cozinha? Talvez ele esteja lá, eu posso dar apenas uma olhadinha.

Decidido a voltar correndo e fingir que nunca conheci um tal Bakugou caso eu o encontrasse, andei até a cozinha só para vê-lo andando de um lado para o outro com um copo em mãos. Estava tão distraído que apenas me percebeu quando eu já estava na sua frente, o que era estranho, já que, em suas próprias palavras eu nunca fui cauteloso o suficiente para não chamar atenção.

-Oi, Deku. O-oque foi?

Eu estreitei os olhos para ele. Foi a minha audição falhando novamente ou ele gaguejou? E isso em seu rosto é um rubor?

-Oi, Kacchan - falei desconfiado, andando até a geladeira e a abrindo.

Fiz uma careta ao encontrar a mesma lotada de bebidas alcoólicas e apenas isso. Meus olhos rodaram exaustos enquanto eu fechava a geladeira em um suspiro.

-Você não bebe, né? - me virei para ele devagar encontrando seu rosto, agora claramente, vermelho.

-Não. Quero dizer, eles não me deixam beber álcool - me refiro aos meus amigos bêbados adormecidos na sala.

-Claro que não, são todos uns idiotas - ele deu um passo em minha direção, me esticando o copo de vidro - É um copo de Hoegaarden.

-Oh, eu não sabia que gostava desse tipo de bebida... - eu peguei o copo, observando o líquido em movimento e sentindo seu cheiro - Não sei se devo.

-Você que sabe - ele ergueu os ombros - É sua única chance antes que os babacas acordem.

-Pode estar certo... Mas para minha primeira vez, isso é bem forte, não?

-Eu comecei com essa, também.

Agora sem imaginar nenhuma desculpa, eu levo o copo e encosto o vidro nos lábios, tomando coragem enquanto sentia o aroma tipicamente herbal.

POR VINTE E QUATRO HORAS // BAKUDEKU Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora