Catco Hotel - Supercorp

Capítulo 2

Manter o hotel em plena ordem de funcionamento podia ser uma loucura quando os hóspedes, que não estavam acostumados com a política do hotel, decidiam implicar com seus costumes.

E hoje era um desses dias.

— É um absurdo, eu vim para cá para passar o natal. Como não oferecem uma ceia?

Kara respirou fundo e tentou explicar outra vez.

— Oferecemos um jantar aos hóspedes na noite de natal, um jantar como qualquer outro. — Pelos cantos dos olhos viu que a conversa começava a chamar a atenção dos outros hóspedes. — Quando fez à reserva, nós explicamos que não fazíamos nada em referência ao natal.

A mulher bufou.

— Eu não dou à mínima, eu sou cliente e tenho direito de exigir o que eu quero.

Não, ela não tinha.

Não quando tinha assinado um contrato que estava claro às programações do hotel.

— Sinto muito que sua experiência não esteja sendo como pensou, mas não podemos alterar a programação do hotel.

A mulher saiu andando e mais uma vez usou de palavras que Kara não ousaria repetir em voz alta.

— Dia difícil? — Virou para Lena e não escondeu o desânimo.

— Todo ano tem um ou dois hóspedes que reclamam, mas este ano é a 5° pessoa. — Seus ombros desceram desanimados. — Logo no meu primeiro ano como gerente.

— A culpa não é sua que eles não sabem entender a diferença entre um Catco e um Plaza.

Sentiu uma leve vontade de sorrir ao pensar no Plaza.

Aquele hotel era conhecido por trazer a magia do natal a qualquer coração que pisasse nele.

Catco era o completo oposto, mas amava cada espaço daquele hotel.

— Eu sei, mas as queixam vão vir e Cat pode reconsiderar.

Lena vagou o olhar pelo saguão e focou exatamente na mulher que esteve gritando minutos atrás.

— Não acho que ela vá falar algo, mas se ela falar, me deixe saber e eu resolvo.

Com os olhos bem abertos encarou o rosto de Lena, mas ela não a estava olhando, Lena estava com o olhar direcionado a mulher que esteve minutos atrás gritando no meio do salão.

E não era um olhar amigável.

— Agradeço a oferta, mas não quero envolver você em qualquer problema com o hotel.

Com o olhar mais suavizado, Lena encarou seus olhos.

— Ela envolveu todo mundo. — Ela olhou rapidamente ao redor que estava cheio de hóspedes. — Eu diria o que vi, assim como todos eles.

Não tinha tanta certeza se todos os outros hóspedes estavam dispostos a defendê-la, mas estava agradecida por Lena estar.

— Obrigada.

— Não precisa me agradecer senhorita Zor-El.

Lena não a tocou, ou fez nada que demonstrasse que estavam saindo, mas algo no olhar dela parecia estar atravessando seu corpo e se conectando com sua alma.

Engoliu em seco.

— Kara, tem uma ligação pra você.

Fez sinal para Lucy não se aproximar, tudo que não precisava era de Lucy em cima de Lena querendo sondar o que aconteceu entre elas.