03

770 106 62
                                    

Respira Alexandria, é só continuar firme e não desviar o olhar. Nunca desvie o olhar quando quer que alguém acredite em você.

 Clarke se virou totalmente pra mim com as sobrancelhas levemente arqueadas. Ouvi um “essa garota é pirada” de Raven e continuei a encarar Clarke decidida. 

— Ela não está falando sério. Vamos embora, Alexandria, esse lugar não lhe faz bem. — Murphy segurou meu braço começando a me puxar em direção a saída. 

— Estou falando sério, me larga Murphy! Debati e ele continuou a me puxar, pedindo pra eu voltar a consciência. 

— Largue-a! — Clarke esbravejou e Murphy se distanciou de mim como se eu tivesse alguma doença. 

— É toda sua, pode fazer o que quiser com ela

Olhei feio para aquele idiota, ganhando um dar de ombros. Cruzei os braços tentando parecer firme ao ver Clarke se aproximar. Octavia cochichava algo com Raven, dando alguns olhares em nossa direção. 

— Estou curiosa, por que uma garota como você iria querer aprender a lutar? — Clarke perguntou desconfiada. Balancei os ombros tentando não me intimidar com seu olhar potente.

— Eu quero aprender a me defender sozinha. 

— Então procure uma aula de defesa pessoal e me deixe em paz. Vão embora, e não voltem mais! — avisou nos dando as costas outra vez. 

— Vamos, Murphy — murmurei derrotada.

— Até que enfim voltou a lucidez, Senhorrr. — Ele levantou as mãos para o céu. 

— Obrigada, Ô. — Me virei para a morena antes de ir embora. 

— Foi divertido. 

De forma alguma foi divertido. 

//

— Por que ela está tão calada? — ouvi Anya sussurrar para Murphy na manhã seguinte. Anya era uma garota legal, ela gostava de andar com a gente por ser antissocial.

Olhei para minha gelatina, sem fome ou humor para conversar. Estávamos almoçando no refeitório. 

— Está menstruada, o sangue subiu pra cabeça a deixando louca, mas logo isso passa e ela volta ao normal. — Murphy fez questão que eu ouvisse. 

— Ela parece triste. 

— Eu vou esfregar essa gelatina na cara dela, pra ver se ela cai na real e para de pensar besteiras. 

— Porque está falando assim dela? Talvez ela precise de ajuda. 

— A Lexa tá precisando é levar uns tapas na cara pra ver se o juízo volta pro lugar. 

— Dá pra calar a boca? — bufei começando a me irritar com sua chatice.

Murphy estava enchendo meu saco desde que saímos ontem da academia e isso estava me irritando.  

— É disso que eu tô falando Anya, a Alexandria resolveu dar uma de rebelde agora. Não dei tempo para ele continuar a encher minha paciência e me levantei levando minha bandeja de comida comigo. 

— Ei! Aonde você vai?

— Perdi a fome. 

— Deixa ela, tá só dando uma de revoltada. 

Eu não preciso que ninguém me diga o que devo fazer. Odeio me sentir sob pressão, odeio Murphy por me julgar sem saber de nada, odeio Ontari por ser uma vaca, odeio meu pai por viver fugindo da vida se escondendo atrás de um litro de cerveja, odeio a mulher que me colocou no mundo, odeio esse lugar, odeio a minha vida.

Problem Girl. ( Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora