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"Às vezes você só precisa tentar ser forte, Alexandria, não é tão ruim assim querer a vitória.” 

Virei a página do livro, tirando uma folha que havia caído sobre meus cabelos. Era outono, tudo está colorido e folhas caem por toda parte esperando a chegada do inverno, o tempo começava a esfriar e as pessoas andavam com casacos por todos os lados. Franzi a testa pelo cheiro ruim da fumaça do cigarro da garota sentada ao meu lado. 

— Isso vai acabar te matando. — Solto um suspiro virando o rosto em sua direção. 

Ao contrário do que pensei sua expressão é calma e serena. Clarke vivia com a cara amarrada, mas hoje parecia tranquila. Ela me deixava ficar com ela no intervalo, as vezes não falávamos nada, ela fumava seu cigarro e eu lia um livro.

Era reconfortante. 

— Isso não é da sua maldita conta. 

— Tem razão. — Voltei a prestar atenção a minha leitura, algo sobre uma gata que morreria em breve. Histórias assim me deixavam triste, não entendo porque leio. 

— Você vai lutar hoje? — Puxei assunto. Clarke me ignorou e isso não era surpresa. — É tão ruim assim falar comigo

— Não seja hipócrita, você não quer saber da minha vida. Só está aqui porque é uma covarde. — Me lançou um olhar preguiçoso. 

Suas palavras mexeram comigo, ela tinha toda razão e eu não queria que isso fosse verdade. Isso me fazia ser uma pessoa baixa e eu não quero ser igual a eles. 

— Eu não quero ser covarde

— Não é pra mim que tem que dizer isso. Pare de falar e aja mais. — Clarke jogou o resto do cigarro fora escorando a cabeça na árvore. 

— Você sabe um segredo de Ontari, o que ela esconde? 

— Eu tenho cara de fofoqueira? 

— Não, mas tem cara de quem sabe ferrar uma pessoa. 

Clarke sorriu e isso só comprova o quanto ela é má.

— Apareça no vestiário masculino no fim das aulas e verá com os próprios olhos — disse por fim me deixando ansiosa. Se eu soubesse um segredo de Ontari, poderia usar contra ela e a vaca não iria mais me ameaçar.  Clarke estava salvando minha vida e eu queria abraçá-la por isso. 

— Obrigada por me ajudar. — Sorri animada. Soltei um sorriso contido vendo seus olhos azuis se revirarem. Era inacreditável a forma que eu estava gostando da companhia da marginal da escola, mesmo ela sendo uma chata às vezes ou quase sempre. 

— Você não me acha irritante de verdade. Só tá tentando me afastar não é? — Apoiei as mãos na perna a encarando com expectativas. 

— Não te suporto. 

— Mentirosa. 

— Já você tá apaixonadinha, não larga mais do pé. — Ironizou, fechando os olhos. 

— Eu não estou apaixonada por você. — Fiz uma careta, não curtindo muito a ideia.

 Coitada da garota que se apaixonar por essa ogra. Vai levar coice pelo resto da vida. 

— Não vai rolar, garota. 

— Eu já disse que não tô apaixonada, acredite, você ainda não conseguiu me impressionar. Só preciso da sua ajuda.

— Procurou a pessoa errada. 

— Bom, você está se mostrando uma pessoa prestativa até agora. Antes achava que você poderia me matar e vender meus órgãos na deep web

Problem Girl. ( Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora