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Me encontrava deitada no chão lendo um livro, observando vez ou outra Clarke socar o saco de pancadas. Ela ficava bem atraente concentrada daquele jeito, seus movimentos eram firmes e brutais, parecia uma dança ensaiada e sabia exatamente o que fazer. 

Copiei alguns de seus movimentos, tendo uma ideia do que fazer da próxima vez que for tentar socar aquela coisa dura.

Não acho que nasci com o espírito de lutadora, sou mais do tipo que se esconde debaixo da coberta com medo do “bicho papão”, costumava fazer isso quando criança, mas conforme eu fui crescendo, acabei percebendo que não havia monstros embaixo da cama, os monstros são as pessoas que me cercam o tempo inteiro tentando me destruir. Era a assustadora vida real, no qual todos temos que nos submeter a ela.

— Levanta, molenga! Você não veio aqui para passar tempo. — Clarke se aproximou limpando o suor do rosto com a camisa. Pisquei os olhos tentando não olhar pra sua pele exposta, pois não quero me tornar uma tarada.

 — Eu não quero ficar pulando feito idiota hoje — resmunguei fazendo uma cara tristonha, vai que consigo fazer essa pedra ter pena de mim. 

— Hoje você vai aprender a socar. 

— Sério? — perguntei duvidosa fechando meu livro. 

 Anda logo. — Ela me deu as costas.

 — Não foi muito agradável a última vez que soquei esse saco. — Respondi a vendo ir até os armários e tirar de lá um par de luvas pequeno. 

— Me dá suas mãos. Estiquei as mãos observando as vestir com as luvas completamente concentrada no que fazia. Gostava de admirar seus pequenos gestos “humanos” quando ela estava tranquila. 

— Espero que isso proteja seus dedos magrelos e desastrados. 

— Meus dedos são lindos, isso é inveja sua. 

— Por que eu iria querer dedos de mulherzinha? 

— É melhor ficar calada, você acabou de ofender a minha feminilidade.

 Estávamos em um clima bom. Não falamos nada sobre o que aconteceu, só estávamos mais próximas e acho que tínhamos alguma coisa, porque Clarke gostava de me beijar por aí.

Quando estava devidamente equipada sorri empolgada me virando para o saco de pancadas. Clarke parou atrás de mim colocando as mãos em meus quadris arrumando meu corpo no lugar. 

Fiquei tensa não enxergando um palmo à minha frente. 

— Imagine que ele é seu oponente, mantenha o olhar fixo nele, você não deve desviar o olhar — soprou perto do meu ouvido fazendo meus cabelinhos arrepiarem.

 —  — suspirei. 

— Mantenha o equilíbrio e os pés firmes no chão, você irá golpeá-lo e não empurrar. 

— Entendi eu dou conta. 

— Não use tanta força ou vai quebrar os dedos. 

— Tá, Clork, agora você precisa se afastar ou eu não consigo — suspirei ignorando o frio na barriga que ela me fazia sentir. 

— Te deixo nervosa? — Provocou apertando as mãos em volta da minha cintura me fazendo fechar os olhos. Não imagina o quanto. 

— O que acontece se eu fizer isso? — Clarke levantou um pouco minha blusa passeando com os dedos pela minha pele quente em um carinho gostoso. Assim eu posso esquecer de tudo e agarrá-la, mas isso são pensamentos de uma tarada e definitivamente eu não sou assim.

Problem Girl. ( Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora