One love One power L.S Z.M

⚡ Twenty Three

*Niall pov*
Entramos no carro de Liam e esperamos Zayn lá dentro, ao ver ele entrando no carro e se sentando no banco da frente percebi que ele tinha uma expressão confusa em seu rosto.
—O que aconteceu, Zee? -perguntou Liam demostrando sua preocupação com o namorado.
-Nada, Liam, eu tô bem. - Zayn respondeu não conseguindo convencer nenhum de nós sobre isso.

Durante todo o percurso até o restaurante só se ouvia o som vindo do som do carro que estava tocando a playlist de Zayn, ninguém disse nada, nem cantou as músicas, esse clima estranho e silencioso se manteve praticamente até a hora que fomos embora.
—Zayn, fala sério, todo mundo aqui sabe que aconteceu alguma coisa com você quando voltou ao teatro, conta logo! - intimou Louis, falando o que todos nós queríamos falar.
—Já que insiste tanto, eu conto, vi a Diana junto com a Noelle em um táxi.
—Como assim? Elas se conhecem, Niall? - Harry perguntou se virando para mim, mas eu também não sabia responder aquilo, nunca vi as duas trocando uma palavra sequer no teatro.
—Não que eu saiba, vou mandar uma mensagem para ela- respondi pensativo e em voz baixa enquanto tirava o celular do bolso.

"Diana, o que você estava fazendo em um táxi junto com a Noelle? Esse era seu compromisso em casa que fez você dizer que não iria sair com a gente?"

Liam me deixou na porta de casa e seguiu para casa de Louis, que era onde ele e Harry iriam ficar.
Tentei me deitar para dormir mas o sono não vinha, eu fechava os olhos e meu cérebro começava diversas teorias sobre o que levaria Diana a sair com Noelle e não comigo, ao ligar o celular na esperança de ter recebido uma resposta dela, notei que já se passavam de duas da manhã, não tinha nenhuma mensagem dela, nenhuma ligação perdida, não havia nenhum sinal de Diana.

*Louis pov*
Minha mãe recebeu alta cinco dias atrás, pensei várias vezes em não ir ao teatro assistir a apresentação de Zayn para poder passar mais tempo ao lado dela e das minhas irmãs mas ela insistiu para que eu fosse, disse que seria divertido e que minha presença e a de Harry era muito importante para Zayn, então decidimos ir e prometemos que voltaríamos antes das dez da noite e assim fizemos, Liam nos deixou em casa às nove e quarenta.

Acho que posso chamar o jantar de desastroso mas isso seria demais, talvez perturbador seria a palavra certa, todos nós comemos em silêncio se comunicando apenas por olhares e depois do que Zayn disse no carro, parece que ficou pior.

Quando eu abri a porta, vi Fizzy e Lottie dormindo uma ao lado da outra no sofá da sala, subimos a escada lentamente tentando evitar fazer sons altos para não acorda-las, mamãe estava deitada em sua cama com seu abajur aceso em cima de sua mesa de cabeceira.
—Mãe? Tá acordada?
—Sim, filho. - me aproximei de sua cama e me sentei na beirada dela.
—Como foi a peça?
—Foi ótima, Zayn recebeu vários elogios.
—Então por que você está com essa carinha? Eu sei quando algo está te incomodando, Lou. Conta para sua mãe. - me levantei e me ajoelhei no chão para ficar mais perto do rosto dela, levei minhas mãos aos poucos cabelos que ainda restavam, acariciei seu rosto levemente com meu polegar passando as pontas de meus dedos por suas bochechas.
—Não é necessariamente um incômodo, eu estou preocupado com você, mãe.
—Por que, Louis? - minha mãe perguntou me olhando.
—Não sei, de repente te deram alta para vir para casa e não marcaram mais nenhum exame nem consulta e-
—Lou, por favor, você não precisa se preocupar com isso, eu já sou adulta e posso cuidar disso.
—Mas eu quero cuidar de você, mãe.
—Louis, meu amor, vocês não precisam cuidar de mim, vocês precisam cuidar um dos outros. Sabe, filho, acho que criar você e suas irmãs foi a coisa mais prazerosa que eu fiz na minha vida toda, ver vocês crescerem foi como um filme mas ao vivo e sem pausa alguma. Eu me lembro da primeira vez que você andou sozinho, que aprendeu a falar, sua primeira palavra foi gato. - mamãe disse rindo e continuou:
—Quando você aprendeu a escrever você fez um coração enorme em uma folha de papel e escreveu mamãe dentro, em um trabalho da escola para o dia das mães você fez um texto para mim e colou uma foto nossa na parte de trás, eu ainda tenho esse papel guardado. Louis, abre essa gaveta e pega um álbum azul. - fiz o que ela me pediu e abri o álbum em seguida, a primeira página tinha uma foto dela me segurando em seus braços.
—Não posso mais fazer isso hoje em dia não é? - ela disse me fazendo rir fraco.
—Esse aqui é o papel? - disse enquanto pegava um papel amarelado e mostrava para ela.
—Sim.
—"Querida mamãe, estou na escola e sinto sua falta, escrevi para dizer que te amo muito e para desejar um feliz dia das mães, você é a melhor mãe do mundo, com muito amor, Louis." - ao fim de minha leitura eu e minha mãe estávamos com lágrimas nos olhos, a abracei forte sentindo sua mão passando por meu cabelo e suas lágrimas caindo em meu ombro.
—Louis, filho, eu te amo tanto.
—Eu também te amo, mãe. - disse enquanto o abraço ficava ainda mais apertado, passamos vários minutos assim, adormeci ao seu lado na cama, minha última memória daquela noite foi da minha mãe deixando um beijo em minha bochecha.

A noite foi embora dando espaço ao amanhecer de um novo dia. Acordei e me virei na cama um pouco sonolento.
—Bom dia, mãe! - não obtive nenhuma resposta, ela estava de costas para mim
—Mãe? - enquanto a palavra saía da minha boca eu já sabia o que tinha acontecido, eu fiquei ali sem saber o que fazer, não sei se deveria chamar minhas irmãs, se deveria chamar Harry, eu só não sabia o que fazer.

Resolvi ir até meu quarto, onde Harry estava dormindo, e chamar ele.
—Harry, Harry - disse enquanto tocava seu corpo desesperadamente.
—Lou? O que foi?
—A minha mãe Harry, ela morreu. -respondi baixo quase em um sussurro e Harry me deu um abraço apertado seguido de um beijo na testa.
—Sinto muito, amor. Nós podemos fazer alguma coisa?
—A gente precisa tirar ela daqui, Harry. Vai até lá acordar Lottie e Fizzy para mim. - Harry saiu do quarto e foi até o quarto das minhas irmãs. Eu não era capaz de sentir nada, nenhuma lágrima caiu, eu acho que meu corpo estava funcionando em modo automático.

Como esperado as meninas choraram ao ver mamãe ali, sem expressão alguma deitada no mesmo lugar onde a vi pela última vez enquanto ainda estava viva. "Louis, filho, eu te amo tanto" aquelas palavras estavam transitando na minha cabeça no momento que liguei para uma agência funerária, os funcionários chegaram rapidamente, eu e Harry ajudamos eles a descer com mamãe pelas escadas de casa e colocar dentro do carro da agência, nós trocamos nossas roupas e fizemos nossa higiene matinal, foi a primeira vez em anos que vi Lottie usando seu cabelo preso em um coque frouxo, ela geralmente era muito vaidosa e sempre mantinha seu cabelo arrumado, mas dessa vez parecia estar arrasada, e realmente estava, todos nós estávamos.

Deixamos Doris e Ernest na casa de uma vizinha de confiança sem dar muitos detalhes sobre os motivos, liguei para meus avós para avisar do que aconteceu e todos fomos juntos até o mausoléu, era um pedido de nossa mãe que seu corpo fosse cremado, então assim fizemos, eu fui responsável por assinar os documentos já que era o filho mais velho dela, seu corpo foi encaminhado para uma pequena sala de despedida, seu corpo estava coberto de flores e seu nome estava escrito entre elas. Quando a vi ali, minha ficha caiu, eu não vou mais vê-la, não vou mais ouvir sua voz dizendo que me ama, não vou mais cozinhar com ela e nem rir de suas piadas ou até mesmo tirar fotos de família com ela no fim do ano, as lágrimas que antes não vieram, agora estavam presentes com toda a força possível, eu estava parado a frente de seu caixão chorando enquanto abraçava minha avó, meu soluçar interrompia suas palavras na tentativa de me confortar, mas nada disso iria adiantar, ela se foi, não tem mais volta. Ao ver minha avó se afastar de mim me sentei ao lado de Harry e apoiei minha cabeça em seu ombro e continuei meu choro inacabável, o chão caiu bem abaixo dos meus pés, eu não sei como seguir e nem se vou conseguir seguir. Harry ficou em silêncio mas parecia estar me escondendo algo, nos intervalos de meus soluços e lágrimas resolvi perguntar:
—Harry, você sabia não é? Sabia que ela estava pior do que antes, por que não me contou?
—Louis, foi um pedido dela, no hospital sua mãe mandou eu não contar nada. - disse Harry me olhando no fundo de meus olhos enquanto chorava, o verde de seus olhos escureceu quando suas lágrimas ficavam acumuladas em seus cílios inferiores. Me levantei chorando e sai da sala sem falar nada, não dei resposta alguma, apenas me retirei e fui embora andando, deixando minha irmã, meus avós e Harry lá.