2.

303 64 37
                                    

NÃO ESQUEÇAM DE DEIXAR O CORAÇÃOZINHO PARA AUMENTAR O ENGAJAMENTO DA HISTÓRIA ❤️
—————

NÃO ESQUEÇAM DE DEIXAR O CORAÇÃOZINHO PARA AUMENTAR O ENGAJAMENTO DA HISTÓRIA ❤️—————

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

2. O rei

O próprio rei de Silla contou pessoalmente sobre suas intenções de casá-la.

Convidou Kim Ji-Soo ao palácio por meio de um edito. Pediu ao chefe da cozinha real que servisse mais de 10 tipos de carne, pratos  fartos de arroz, sobremesas, vinho e outros acompanhamentos especiais para aquela audiência privada. A comida não poderia faltar, assim como a bebida e um mapa do território — esta era uma exigência.

Sua majestade e o general eram colegas de velha data, ainda que não se pudesse afirmar que eram amigos íntimos. Treinaram com os mesmos mestre marciais e lutaram lado a lado para manter esta nação de pé, sacrificando muito do próprio suor e sangue durante o processo.

Portanto, era para esta memória fraternal e nacionalismo intrínseco do general a quem o rei pretendia apelar antes de usar a força do seu cargo. O que esperava não ser necessário. Mesmo sendo um rei por quase 30 anos agora, boa parte da sua estabilidade no poder ainda vinha da lealdade e apoio da família general e seu grande exército, sendo de demasia estupidez perder o favor dos Kim.

Como todo rei, não faltavam pessoas pensando em tomar o seu lugar. Até mesmo entre seus filhos, facções se formavam para o enfrentar e nas bordas, grupos de assassinos formavam seus próprios reinos. Mas ninguém ousaria atacar o rei enquanto aquele clã estivesse ao seu lado. Assim era melhor que mantivessem as relações em bons lençóis e pisasse com muita cautela antes de o dizer que arrancaria e venderia sua única e preciosa filha para outra nação. O general poderia ser temperamental quando Kim Ji-Soo estava envolvida.

Por isso preferiu convencer a garota primeiro. O pai mimava a filha e seguiria as suas escolhas.


Kim Ji-Soo franziu o cenho no momento que o primeiro prato chegou a mesa. Algo estava errado. Entendia bem o conceito de "agradar para depois tomar" e "mostrar para intimidar" e aguardava para saber por que sua majestade havia a convocado até ali. Mas o rei parecia preferir dar voltar em assuntos triviais; distribuiu elogios quanto às atribuições feitas por ela ao comércio local, ao belo broche de águia preso ao seu cabelo. Prata, com o pássaro de asas abertas indo de uma orelha a outra. E caminhou naquelas conversas banais da corte que não iam a lugar algum.

Até que falando sobre as disputas de casamento e arquearia, quando um belo cozido de carne e vinho de arroz foi servido junto a acompanhamentos em pratos de ouro, o rei finalmente chegou ao assunto que estava ansioso para chegar:

— O duque real de Koguryo também é um ótimo arqueiro.

Kim Ji-Soo parou o copo de vinho de arroz que estava a meio caminho da sua boca, entendendo rapidamente as intenções dúbias daquele comentário.

Foi uma hesitação curta. Segundos em que seus olhos encararam a parede em sua frente por cima do copo e sua mente processava a ideia, mas o movimento não escapou aos olhos atentos do rei.

Ela devolveu o copo de volta à mesa, perdendo o apetite e um pouco de paciência. O duque real de Koguryo era um homem boçal, de baixa educação e habilidades marciais ridículas da nação vizinha. Desprezando seus deveres ducais tanto quanto desprezava a sobriedade, deixando todas as obrigações nas mãos de sua meia-irmã enquanto se divertia bebendo e caçando, mesmo que nunca voltasse para casa com um único animal abatido.

Kim Ji-Soo não se importava que fosse soberbo e burro, mas se incomodava que fosse um inútil preguiçoso que não conseguisse trazer uma caça pra casa.

Assim, ela respondeu secamente ao rei, desviando o olhar até o trono nas últimas palavras: "Não se preocupe, Vossa Majestade, a melhor arqueira ainda pertence a Silla."

Ela, claro, se referia a si. Mas como o rei ficou em silêncio, nem pareceu reagir, ela continuou:

— Se estiver preocupado com o orgulho de Silla, escreverei desafiando este duque real. Se ele tiver coragem, virá até mim e disputaremos um concurso. Se vencer, o prêmio dele, assim como de qualquer outro, será a minha mão em casamento. — ela pigarrou e se inclinou um pouco sobre a mesa, apoiando cotovelo e antebraço —  Mas sabemos que um Koguryo não venceria um Silla.

Especialmente este Koguryo.

Kim Ji-Soo traçou o seu limite.

Na superfície, fez parecer um comentário orgulhoso e arrogante que combinava com o personagem de garota nobre de clã ascendente, mas nas entrelinhas pretendia lembrar ao rei que havia feito uma promessa ao povo e que não tinha interesse naquele casamento. Não se engajaria com alguém que não lhe derrotasse, esta era sua promessa.

Porém, se havia alguém capaz de passar por cima de promessas, este era o rei. Kim Ji-Soo esperava, portanto, discernimento da majestade e que ele não a empurrasse contra a sua vontade.

— O orgulho de Silla está intacto. — ele tomou o gancho da fala de Ji-Soo — Graças ao seu pai nenhum estrangeiro diz qualquer palavra torta sobre nós com medo de uma guerra. Você já esteve em uma guerra, certo?

Um vinco se formou entre as sobrancelhas de Kim Ji-Soo. Por que falar sobre guerra agora?

— Nasci e cresci durante as das fronteiras, contra os selvagens. — respondeu, mas o rei já sabia disso.

Todos de Silla sabiam sobre o grande general que retornou das fronteiras após 10 anos segurando a mão da filha de 8 anos que ninguém conhecia, mas carregava uma adaga na cintura ao invés de um norigae.

Foi nela também que o poder da sua família foi estabelecido mais firmemente. Além de ter o comando sobre os exércitos, o General Kim se concretizou em suas ações; e o clã Kangjae, o de sua mãe, emprestado tanto dinheiro para financiar a guerra que seria feio não servir do melhor à sua filha. Por isso Kim Ji-Soo poderia se dar o prazer de ser arrogante uma vez ou duas.

— Então deve ter visto o quão penosa uma guerra é, principalmente para você, que era uma criança e perdeu a sua mãe nela.

A bolha que mantinha as expressões de Kim Ji-Soo sobre controle estourou com a menção da mãe. Ela removeu os antebraços de cima da mesa e travou os dentes.

— Guerras são necessárias.

— Não, não são. Você está errada. — ele chegava onde queria — Problemas políticos podem ser solucionados desmoralizando o inimigo, através de acordos ou casamentos.

— !

Ele não cederia?

— Mas você estava certa sobre algo. O duque real de Koguryo irá lhe desafiar em breve.

Ji-Soo quase conseguia prever a frase seguinte, mas isto não a deixou menos chocada.

— Ele provavelmente escolherá a arquearia no desafio e quando chegar o momento: você deve o deixar ganhar.

O rosto de Kim Ji-Soo era uma carranca indecifrável.

— Esta é uma ordem

Kim Ji-Soo se levantou sonoramente e saiu da sala.

A prodigiosa filha do general | JensooOn viuen les histories. Descobreix ara