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TONY

"Sim, mamãe. Estamos ótimos." Falava com a minha mãe enquanto terminava de preparar o jantar.

Não era bem minha zona de conforto, mas Pepper havia pedido brócolis fritos e arroz branco com tanto amor, que não pude negar.

"Ela está tomando banho, eu acho. Estou fazendo o jantar." Expliquei. "Ah sim. Ela me pediu."

Desliguei a frigideira com os brócolis e os coloquei em uma travessa transparente.

"Não ria. Ele é gay." Eu disse ao minha mãe perguntar sobre o professor de hidroginástica.

O ponto alto de duas noites atrás - além do sexo na piscina - havia sido uns minutos antes de irmos dormir.

Depois que eu fiz Pepper perder a paciência com o excesso de ciúmes que eu tava do latino nadador, ela me disse aos berros, que provavelmente Pablo estaria mais interessado em mim do que nela.

"Eu pedi para não rir, Dona Maria. Foi constrangedor receber gritos da minha mulher dizendo que eu devia parar de ser louco que quem iria acabar com ele, seria eu e não ela." Falei e continuei a ouvir o som da risada da minha mãe.

"Que cheiro bom."

Me virei e vi Pepper descendo as escadas vindo até mim.

"Mãe, depois conversamos, beijos."

Desliguei o celular rapidamente e corri até Pepper, a segurando seus braços.

Ela me olhou confusa.

"O que foi isso?" Ela perguntou.

"O que?"

"Você acabou de desligar a ligação na cara da sua mãe." Ela explicou e foi minha vez de olha-la confuso.

"Eu vim te ajudar." Falei como se fosse óbvio.

"Tones.." Ela segurou minha mão e me encarou. "Eu estou grávida, não doente." Pepper falou como se eu fosse uma criança.

"Eu sei, é só que você não pode ficar fazendo muito esforço e.." Ela me interrompeu.

"Eu aprecio seu cuidado, mas eu estou bem. A única dor que eu sinto é nas costas, nada mais." Ela continuou a falar de forma calma.

"Irei fazer uma massagem em você depois do jantar. Vamos comer." Avisei e ela não pareceu ter alguma objeção.

Coloquei tanto a travessa de brócolis tanto a de arroz na mesa e depois os pratos, juntamente aos talheres e copos d'água.

"Acho que está bom." Falei enquanto estávamos nos servindo.

E realmente devia estar delicioso para Pepper. Ela havia repetido a comida enquanto mastigava vagarosamente, apreciando o sabor.

Quando terminamos, ela me ajudou a secar a louça enquanto eu lavava.

Subimos para o quarto e eu me apressei em pegar o o creme hidratante de Virgínia.

"Senta aí, Fiore." Pedi e assim ela fez, se sentando no meio da cama de pernas cruzadas.

Eu me encaixei atrás dela, e levantei sua blusa, a tirando.

Não havia notado, mas ela já não estava usando sutiã.

Coloquei uma quantidade significativa de creme na minha mão e espalhei por seus ombros e costas. Passando a massagear ambos lugares.

Ficamos em silêncio enquanto eu massageava ela por uns bons minutos. E quando terminei, Pepper estava a uma passo de adormecer.

"Ei, já passou isso na sua barriga?" Perguntei, a fazendo despertar.

Ela apenas negou.

"Tudo bem. Levanta só um minuto." Pedi, e Virgínia se levantou lentamente, parando ao lado da cama.

Puxei sua blusa para cima, deixando sua barriga completamente exposta.

Sorri e beijei ali, depois coloquei um pouco de creme na minha mão.

"Esse creme tem um cheiro ótimo." Falei, tentando manter ela acordada.

"Uhum."

Eu amava mimar Pepper. Talvez fosse minha coisa favorita e aquilo tipo de momento, para mim, era especial.

Eu passava o creme com todo cuidado do mundo, enquanto estava meio agachado na frente dela.

Passei o líquido por toda a extensão da barriga dela duas vezes.

Fui em direção ao closet, guardando o creme em seu lugar.

Quando voltei, Pepper permanecia na mesma posição que eu havia deixado.

Eu ri fraco.

"Além de tudo, essa gravidez está te deixando meio lesa." Brinquei e ela nem ligou.

Nós deitamos na cama e logo em seguida, caímos no sono.

°°°
OITAVO MÊS.
TONY

Eu já não ligava mais para Pablo.

Pepper na realidade estava ficando entediada nas aulas, e passou a ter apenas uma aula por semana, o que me deixou radiante.

Faltava apenas um mês para Morgan vir ao mundo, então, Pepper já estava afastada do trabalho. Mas ainda fazia algumas visitas surpresas no escritório, fazendo com que meus funcionários tirem sarro da minha cara por eu ser muito preocupado, o que aparentemente, é anormal.

Me irritava também que todo mundo queria passar a mão na barriga de Pepper. Qual é! Ela não está em exposição para acharem que isso é ok.

Por conta do tamanho da barriga de Virgínia, as suas dores nas costas haviam aumentado de forma exorbitante, fazendo com que minhas massagens se tornassem cada vez mais frequentes no nosso dia a dia.

Nossas visitas ao obstreta começaram a ser quinzenais. E tinham o mesmo roteiro: medir a pressão de Pepper, ouvir o coração de Morgan, e assistir ela pela pequena tela. Perguntava sobre dores, exercícios, alimentação e todas essas coisas.

Morgan agora parecia mais agitada. Não precisava ser necessariamente minha mão ali espalmada na barriga de Pepper para ela chutar. Qualquer movimento brusco, qualquer mão, qualquer coisa era motivo para ela chutar.

Pepper também havia tido alguns dias em que sentia vontade de comer estranhas junções de comida na hora da janta. O que resultava uma gosma nojenta do seu lado do quarto algumas horas depois.

E então estávamos apenas vivendo a favor do nascimento da nossa filha.

the propose | pepperonyWhere stories live. Discover now