2. Alexia D'Auvergne Bretonne

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Eu e minhas irmãs estávamos discutindo por lugares à mesa quando nossa mãe chegou. Mesmo sem saber da briga, mas já certa do que estava acontecendo, ela disse calmamente:

- Cada uma em seu lugar habitual.

Nos entreolhamos e sentamos nos lugares de sempre, sem contestar. Claro que sabíamos que tínhamos lugares demarcados à mesa, mas Aimê, nossa irmã caçula, tentava infringir as regras sempre que minha mãe ou meu pai não estavam próximos. Depois ela olhava para eles com semblante de inocente e a culpa sobrava para mim ou Pauline, pois éramos adultas e implicávamos com a "pequena". Eu sorri olhando para Aimê, que não estava satisfeita com o lugar habitual, ao lado de mamãe e de frente para mim.

Mesmo meu pai não estando presente para o café da manhã, o lugar dele ficava vago.

Eis que Aimê questiona:

- Se papai não está em casa, por que não posso sentar no lugar dele?

- Porque não. – minha mãe disse enquanto o café dela era servido por nossa serviçal de confiança, que ria em silêncio com a atitude da pequena princesa.

- Se eu sentar no lugar dele, não vou me tornar o rei... Vou continuar sendo Aimê D'Auvergne Bretonne. – ela contestou.

- E se ficar em seu devido lugar, também continuará sendo. Então não precisa trocar. – mamãe finalizou o assunto. - Como dormiram, meninas? – referiu-se à mim e Pauline.

- Bem. – respondeu Pauline.

- Bem... – falei olhando para a infinidade de alimentos que tinha à mesa, sem muito apetite. – Onde papai foi tão cedo?

- Ele está organizando algumas coisas para a corrida de amanhã. – ela disse tranquilamente. – A propósito, Andrew e Henry Chevalier estarão presentes... Não como expectadores, mas como pilotos também.

Senti meu coração disparar imediatamente dentro do meu peito. Como assim Andrew Chevalier vai correr? Mãe: "é Andrew Chevalier"! Como você pode dizer isso assim, como se não fosse o maior acontecimento dos últimos anos? Talvez o maior da minha vida inteira! Fiquei olhando para ela sem conseguir dizer uma palavra... Porque eu era assim: muito mais pensava do que falava.

Pauline bateu a perna na minha propositalmente e eu não olhei para ela. Sabia exatamente o que ela pensava: "você vai encontrar Andrew".

- Por... Quê? – perguntei, quase sem voz.

- Bem, meninas, Dereck e Kim vão dar uma festa no castelo de Noriah. Aniversário de casamento... – ela suspirou, enquanto adoçava seu leite e provava. – Se há quem sabe dar boas festas, acreditem, são estes dois. Mandaram os fofos dos príncipes sem coroa trazerem o convite pessoalmente. Dereck não quis que fossem enviados por e-mail ou algo do tipo... Achou muito formal. Afinal, somos família, segundo eles.

- Somos? – perguntou Pauline ironicamente.

- Sim, somos. – minha mãe olhou seriamente para ela.

- Então como Alexia vai casar com Andrew se eles são da mesma família? – questionou Aimê.

Minha mãe me encarou e eu senti que corei instantaneamente:

- Como ela pode dizer isto, mamãe? – contestei. – Aimê, você não pode se meter desta forma na minha vida. Você ainda é uma criança. Você vai deixar, mãe?

Satini olhou para Aimê e perguntou:

- De onde você tirou isso, filha?

- Eu já ouvi Aléxia dizendo para Pauline que vai casar com Andrew Chevalier.

Acordo de Amor com um Chevalier (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now