Capítulo 3: A visão.

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Século XlX: Enquanto a Iara se tornava sereia e aprendia como lidar com sua nova vida, havia uma moça, e seu destino seria cruzado com o da Iara, mas não nessa vida e sim na próxima.

Essa moça tinha cabelos escuros e a pele da mesma cor. Contia um lindo sorriso no rosto, que escondia sua dor. Seus olhos eram castanhos, e apesar do que já havia passado, nunca deixaram de brilhar. Sim, nessa vida ela é uma escrava, mas e na próxima? O que será que ela vai ser?

Essa moça trabalhava para o maior comerciante de escravos naquela época, conhecido como João Cassius, que pelo infortúnio do destino, era o seu pai. Entretanto, ele tratava a menina como uma bastarda, por ela não possuir pele branca e não ser filha de sua esposa, e sim de uma ex amante, uma escrava qualquer, como ele mesmo dizia.

A mãe biológica da menina havia morrido ao dar a luz e ela acabou sendo criada por uma outra escrava, que cuidou dela por três anos, e depois foi vendida para outra fazenda de escravos.

A garota cresceu sendo humilhada pela senhora da casa e pelo homem que possuía o título de "pai", mas não merecia ser chamado por esse nome.

A menina se tornou uma linda jovem, porém ainda não possuía um nome, porque era tão negligenciada que nem isso seu "pai" deu a ela.

Ao amanhecer, ela sempre era obrigada a fazer trabalhos pesados, e mesmo tendo mais pessoas que podiam fazer isso, eles gostavam de humilha-la e vê-la sofrer.

Às vezes, faziam ela limpar a casa de três andares inteira que eles moravam. Ela esfregava o chão, desde as escadas e até a varanda. Ela passava o dia todo trabalhando, e a Senhora Francine (dona da casa) fazia questão de humilhar ela cada vez mais, por ela ser filha do seu marido com outra mulher.

E se ela não obedecesse, sofria castigos horríveis. Ficava sem comida o dia todo, e recebia várias chicotadas.

A senhora francine odiava ela cada dia mais, mas quando descobriu que não poderia dar herdeiros ao seu marido, isso piorou, já que assim, a bastarda seria a única herdeira de tudo.

Pensando nisso, a senhora Francine elaborou um plano para se livrar da moça. Vendeu ela para uma família recém chegada que veio da Austrália junto com a nova princesa Leopoldina. Eles eram a família Clark, que tinha uma grande posição na Austrália e uma grande fortuna.

O marido de Francine ficou um tanto revoltado por ela ter se livrando da menina, porque apesar de não gostar dela, ela era a primogênita, e era uma garantia de que seu legado não iria morrer.

Só que a família Clark era diferente das outras, afinal, eles tinham vindo da Austrália, e lá já havia acontecido a libertação dos escravos. Então eles tratavam a menina muito bem, e ela recebia pelo seu trabalho.

A família Clark era composta pela senhora Charlotte, o senhor Harry e o primogênito Logan.

A jovem, por ser muito encantadora, foi chamando a atenção do primogênito da família. Ele ficou apaixonado pela sua simplicidade e sua forma de ver o mundo.

Um dia ele tomou coragem e foi até ela perguntar seu nome, e então ficou extremamente surpreso ao descobrir que ela não possuía um. Ficou mais surpreso ainda ao saber o motivo de ela não possuir um.

Ela sorriu e disse: "Acho que ninguém que me amou permaneceu tempo suficiente na minha vida para poder me dar um nome".

Ao terminar a frase o jovem olhou para a moça que não contia mais o sorriso no rosto, mas que continuava com seus olhos brilhando, como se negassem a parar de brilhar.

Novamente, ele se viu encantado pela moça, que contia os olhos mais brilhantes que ele já havia visto, e a voz mais suave, como se fosse uma nota musical. A cada palavra, seu coração parecia saltitar cada vez mais pelo seu peito.

Então ele disse: "Você me daria a honra de ser esse alguém?"

O sorriso voltou a reinar nos lábios da moça, que estava constrangida com sua pergunta. Ela estava tão perplexa com a fala do jovem que respondeu até gaguejando: "S-Sim". Ele olhou para ela, e naquele instante, caiu uma flor entre os dois.

"Vocês podem chamar de coincidência, mas eu chamo de destino."

Ele se agachou e pegou a flor delicadamente, ela tinha pétalas brancas, mas por dentro era azul, um azul intenso.

Ainda olhando para flor, ele foi se levantando lentamente, até voltar a sua altura normal, e então falou: "Ayana".
Ele olhou para ela com aqueles seus olhos azuis e disse: "Significa flor Bela, igual a você." A bochechas dela coraram automaticamente.

Isso significa que ele tinha chamado ela de Bela

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Isso significa que ele tinha chamado ela de Bela. Será que daqui iria nascer uma nova era ou seria apenas mais uma tragédia?

Oiii, queridos leitores! Espero que vocês estejam gostando! Não esqueçam de deixar suas estrelinhas e seus comentários, vou adorar ler e saber o que vocês estão pensando sobre a história! Até a próxima, beijos!

Escritora : day

Flor do Oceano 🌼🌊                                   Where stories live. Discover now