Capítulo 04

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- Então, onde é o seu trabalho? - Gustavo perguntou colocando o cinto de segurança e Cecília se distraiu encarando os fortes braços do mesmo. - Você me ouviu?

- Oi? O que você disse? - Cecília disse voltando para a realidade após Gustavo chamá-la num tom alto.

- Onde é o seu trabalho? - Perguntou mais uma vez.

- Eu... Eu sou advogada. Eu tô indo pra delegacia ajudar um preso.

- Ok

- Aqui - Cecília pegou o endereço da delegacia e entregou para Gustavo.

***

Assim que Gustavo pegou o papel, um silêncio tomou conta do carro. Gustavo nunca foi um homem de muitas palavras, sempre foi reservado demais, principalmente com mulheres. Obviamente isso Cecília ficou curiosa para entender um pouco de toda aquela arrogância, o porquê de seu olhar tão triste.

Enfim, Cecília decide quebrar o gelo quando chegam à via-expressa principal.

- Seu carro é muito bonito - Cecília disse. É um Jaguar muito bonito, na cor preta e no modelo mais novo.

- Obrigado - Gustavo disse sem olhar para Cecília. Ela já estava ficando irritada, pois ele ainda nem havia a sequer olhado.

- Por que você é assim? - Cecília perguntou antes mesmo de pensar.

- Assim? Assim como? - Gustavo parou no sinal vermelho e enfim olhou para Cecília.

- Tão calado... Você tem um olhar triste!

- Olha, não confunda as coisas, moça. Eu só estou te levando pro seu trabalho por pura obrigação já que a culpa foi minha, então não pense que somos amigos e que eu vou te contar a minha vida, porque eu não vou.

- Errado, senhor Gustavo. Foi o senhor que se ofereceu para me levar ao meu trabalho então não diga que foi uma "obrigação"... Eu só estava tentando ser simpática! - Cecília berrou jogando as mãos contra o ar.

- Então não tente, calada você fica ótima - Gustavo berrou também.

- Desculpa, então senhor arrogante - Cecília bufou e cruzou os braços. O restante do trajeto foi feito em silêncio. Cecília estava nervosa pela grosseria e Gustavo estava tão nervoso quanto. Ele só conseguia pensar que era uma garota louca e queria deixá-la logo na delegacia para nunca mais a ver.

Ao chegar na delegacia, Gostou parou o carro e Cecília tirou o cinto de segurança.

- Obrigada pela carona.

- Era o mínimo que eu podia fazer - Gustavo disse olhando para a rua. Cecília riu pela frieza do homem à sua frente e desceu do carro. Bateu a porta com força, Gustavo a encarou, a fuzilando pelo olhar e deu partida numa velocidade sinistra. Cecília sabia que o deixou irritado pela batida e isso a fez rir horrores na porta da delegacia, mas logo se recompôs para não parecer doida.

730 Dias De Casamento || 1° TEMPORADA Donde viven las historias. Descúbrelo ahora