Imagines • Harry Potter •

Acredite em mim - Tom Riddle

TW: relacionamento tóxico e agressão. Não tem como fazer imagine com o Tom Riddle saudável né.

1943 - Hogwarts

Passei a minha vida inteira esperando pela minha carta. Minha mãe era trouxa e meu pai, era o que chamam de aborto. No entanto, sempre tive contato com meus avós por parte de pai, sempre conheci a magia. Sonhava em ser como eles, em estudar em Hogwarts e ser conhecida pela minha magia, mas nunca me deram esperanças. Diziam que eu seria como o meu pai, uma decepção, que eu nunca seria como eles, não era capaz disso. Não entendia porquê me desacreditavam tanto, me trataram como um estorvo, uma coisa qualquer que deu errado.

Meu pai nunca se impôs, talvez pensasse a mesma coisa. Era um bom homem, mas frustrado e que acabada colocando algumas frustrações suas em mim, também não acreditava que eu seria o que tanto sonhei. Não acreditava que eu conseguiria.

Mas tudo mudou quando aquela linda coruja deixou uma carta com o selo de Hogwarts na minha porta. Meu mundo se transformaria completamente, em casa foi uma festa para meus pais, achei que seria o mesmo com meus avós. Eu era como eles, tinha magia. Teria tudo o que sempre quis, mas não foi assim. Diziam que meu sangue era fraco, que eu era fraca e incapaz. Não conseguia entender como aquilo era possível, como eu não podia ser como eles. O pior era meu avô, um bruxo influente e inteligente que insistia em dizer que eu era meio mágica e sempre seria meia bruxa. Nunca boa como o resto da família.

Dizia a mim mesma que isso não importava, ninguém ligava para isso em Hogwarts, eu também não deveria ligar, certo? Errado, eu ligava e muito. Queria me provar em qualquer coisa que fazia, mandava muitas cartas para a casa de meus avós paternos, contanto de minhas conquistas e desenvolvimento. Fui uma das melhores alunas do meu ano, sempre procurando ser melhor e aprender mais. Queria mostrar que ele estava errado e queria que se orgulhasse de mim.

Como se já não fosse o bastante, fui designada para a casa da sonserina. Todos os mágicos da minha família, sem nenhuma mísera excessão, eram da corvinal. Mal tive coragem de os olhar nos olhos quando voltei do primeiro ano, mas não desisti de os orgulhar. Era a melhor em poções, feitiços e até estudo dos trouxas, mas não era o bastante. As vezes me pegava pensando se algum dia eu seria o bastante.

No meu terceiro ano, comecei a andar com o tipo errado de pessoa por pura proteção - funcionou durante um tempo. Fui perseguida por meus primos, nada amigáveis, que pareciam gostar me ver em uma situação difícil. Era assim na escola e em casa, ninguém fazia nada para mudar. Nunca gostei de arrumar problemas, especialmente se fosse chegar nos ouvidos de meus avós. Não importava o que dissessem, eu provaria que estavam errados.

Eu tinha uma paciência grande, com certeza. Sempre relevei as humilhações, me dizendo que passaria, mas sabia que algo ruim aconteceria quando perdesse minha paciência. Me irritar não era uma boa ideia, um dia eles veriam.

Quinto ano. Meu antepenúltimo antes de me definir como decepção oficial da família impecável que eu pertenço. Porém, aquele ano parecia diferente, percebi isso no momento em que pisei no salão comunal da sonserina. Eu sempre chegava mais cedo, uma ou duas semanas antes. Conquistei o cargo de monitora no quarto, então ganhei esse privilégio. Sempre era a primeira a chegar, mas desta vez foi diferente. Havia um rapaz sentado no sofá, lendo um livro sobre histórias mágicas. Era muito bonito, cabelos negros, pele branca e bem clara, mas seus olhos eram o que chamava a atenção. Eram verdes e intensos, só percebi quando ele me olhou. Sendo bem sincera, fiquei com um pouco de vergonha. Colocaria a culpa disso na forma como ele me olhava, como se me analisasse e ainda assim não disse nada. Esperei que dissesse alguma coisa, mas nada saía de seus lábios então decidi subir para meu quarto como se nada tivesse acontecido.